“Antes de formar você no ventre materno, eu te conheci e te consagrei” (cf. Jr 1,5)
Fátima de São Lourenço – MT, chão sagrado onde pisaram as primeiras irmãs missionárias no ano de 1947, trazendo no coração o entusiasmo, a alegria e a coragem para enfrentar o sertão do Mato Grosso, foi o palco de um fato histórico: a profissão religiosa de cinco jovens que, depois de anos de formação e missão junto ao povo, de um prolongado retiro, optaram publicamente pela vivência dos votos religiosos, como “Irmãs do Povo”, em nossa congregação.
São elas: Kindama Bisambu Aline (natural do Congo), Luteria del Carmen López Morales (natural da Guatemala), Maisa Rocha Soares (brasileira do Amazonas), Maria Aquino Alcántara, (da República Dominicana) Mónica Lourenço Gil (da Angola).
Adianto, que é impossível descrever tudo o que se desenrolou, e mais ainda, expressar a convicção, o entusiasmo e a alegria que animavam o coração das jovens, como também de toda assembleia reunida, pois foi uma celebração lindíssima!
As jovens proferiram os votos temporários, durante a celebração eucarística, no dia 10 de agosto, às 8h00, presidida por Dom Mauricio da Silva Jardim, bispo diocesano da diocese de Rondonópolis-Guiratinga. Foram concelebrantes vários sacerdotes da diocese, inclusive o Pe. Marcelo, de Manaus, que veio acompanhar os pais da jovem Maísa Rocha Soares (indígenas da etnia Yanomami). Esses pais do Amazonas representaram os pais das jovens dos outros países, que não conseguiram marcar presença, devido à grande distância que teriam que enfrentar, mas todos estavam bem focados na celebração que marcou a vida de suas filhas.
Estavam também presentes Irmãs que cultivaram a vocação das jovens em seu país de origem, irmãs que as acolheram neste seu segundo ano de noviciado servindo ao povo nas comunidades, a maioria das irmãs da nossa região missionária e as testemunhas; foram destaque às duas orientadoras do noviciado, Irmãs Isabel Pereira da Silva e Catiana da Silva Menezes, a articuladora da formação inicial, em nível de congregação, Irmã Maria Aparecida Marques Fernandes e a Ministra Geral, Irmã Marlene dos Santos, a quem coube o gesto da acolhida oficial das jovens em nossa congregação. Marcaram também presença, pessoas vindas do Rio de Janeiro, de Rondonópolis e grande número de pessoas da comunidade local.
A liturgia foi animada com os cantos significativos para o momento, acompanhados ao som do violão.
Antes da Liturgia da Palavra, as jovens foram dadas a conhecer, através de sua biografia resumida. A homilia que Dom Maurício proferiu foi curta, mas trouxe em síntese, a mensagem principal para as professandas vivenciarem pela vida afora: Consagração significa entrega de si mesmas, sem reservas, ao serviço do Reino de Deus, servindo preferencialmente aos mais pobres e abandonados. Vivam diariamente a consagração e serão felizes ao longo da vida. Após a homilia deu-se o ritual da consagração, em que as jovens proferiram os votos temporários em nossa Congregação.
Ao final da celebração, a professando Maísa expressou de forma brilhante o agradecimento a todas as pessoas que se somaram na preparação e realização da celebração. (impossível enumerar aqui. No entanto, quero dar um destaque à fraternidade de Fátima e aos funcionários que acolheram tantas pessoas com alojamento e alimentação farta e saborosa).
Terminadas as palavras de agradecimento, as duas professandas (Angola e Congo), com seus trajes típicos, dançaram com artístico gingado africano, da entrada da igreja, até à frente do altar, cantando em língua nativa uma canção de agradecimento. O momento foi brilhante e coroou a celebração.
Em seguida, as irmãs e leigos mais próximos das jovens se dirigiram à residência das Irmãs Catequistas Franciscanas, para o almoço.
Enquanto o aguardavam, fizeram-se homenagens às professandas. Admirável foram as palavras de agradecimento do pai da Maísa que, apesar da dificuldade de se expressar em português, falou corretamente seu conteúdo de agradecimento, regado com lágrimas de emoção: “Nunca vi coisa semelhante, tão linda!
A seguir, serviu-se o almoço farto e gostoso em que corria também uma conversa amistosa entre as pessoas presentes. E depois do almoço? – Dá para imaginar: a juventude deslanchou num ritmo frenético, para expandir a alegria que explodia em seu coração.
POR NÓS FEZ MARAVILHAS, LOUVEMOS O SENHOR!