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05 Setembro 2025
FRANCISCLAREANDO - Chama viva da Esperança


A paz que é fruto da justiça, do diálogo, do perdão.

Alguém sugeriu a Esperança como tema para o Francisclareando. Refleti sobre o assunto, confrontei meus conhecimentos dos Escritos de Clara e Francisco e achei difícil. Tive a inspiração no final da missa, quando os cantores entoaram com voz muito bonita, o hino do Jubileu. Me tocou de novo o tema do paciente amor de Deus, como o expressa esta estrofe do hino, que, peço licença para misturar com a versão em espanhol: “Deus nos olha, terno e paciente/Nasce a aurora de um futuro novo/Novos céus, terra feita nova / Caen muros gracias al Espíritu”. 

O que é esperança senão confiança de que Deus é quem rege o movimento do universo, da história, da nossa vida? Não sei de onde saiu e expressão que está tão na boca do povo: “Deus no comando”. Embarcação com tal comandante não anda à deriva, tem rumo seguro porque a guia um olhar atento e paciente que sabe lidar com nossas teimosias e caprichos, afoitezas e temeridades... 

O saudoso Papa Francisco nos recorda queno coração de cada pessoa, encerra-se a esperança como desejo e expectativa do bem, apesar de não saber o que trará consigo o amanhã. E que às vezes vamos “da confiança ao medo, da serenidade ao desânimo, da certeza à dúvida” (Bula de Proclamação do Jubileu 1). Andar na esperança é ter certeza de Deus sabe o que é melhor para nossa vida. É confiar que seu olhar terno e paciente está sobre nós e não nos deixa sucumbir, sua mão não larga a nossa. Seu braço continua forte para abrir portas e caminhos, continua com força para cuidar, sustentar, levantar, endireitar as veredas distorcidas e deter as forças de destruição.

Francisco, não seria o homem que conhecemos se não fosse um homem de esperança confiante. Não abraçaria leprosos, não teria recebido irmãos, não sairia pregando a penitência, não teria abandonado tudo, num tempo em que a sociedade buscava o poder, o dinheiro. Ele viveu de esperança: de ver o mundo buscar mais o amor de Deus que a força do dinheiro; de ver o pobre respeitado; de que o Evangelho fosse vida em todas as pessoas; de que a irmandade brilhasse no mundo; de converter todos à fé em Jesus Cristo... por esperança, corajosamente, até enfrenta o fogo.

Tomemos seu encontro e suas longas conversações com o sultão Malek-Al-Kamil como exemplo desta viva e persistente esperança: “Tomando, pois, como companheiro, um frade chamado Iluminato, ...um homem verdadeiramente de luz e de virtude, logo que começou a viagem encontrou duas ovelhinhas. Exultando quando as viu, o homem santo disse ao companheiro: “Irmão, confia no Senhor, pois vai cumprir-se em nós aquela passagem do Evangelho: Eis que vos envio como ovelhas no meio de lobos”. 

Avançando mais, foram ao seu encontro guardas sarracenos, que, como lobos que avançam logo para as ovelhas, prendendo com ferocidade os servos de Deus, trataram-nos com crueldade e desprezo, injuriando-os, chicoteando-os e acorrentando-os. Afinal, tendo-os afligido e atormentado de muitas maneiras, por disposição da divina providência, levaram-nos ao sultão, de acordo com o desejo do homem de Deus. 

Quando o príncipe perguntou por quem tinham sido mandados, para quê, e como tinham chegado, Francisco, o servo de Cristo respondeu de coração intrépido que não tinha sido enviado por um homem, mas pelo Deus Altíssimo para mostrar a ele e a seu povo o caminho da salvação e para anunciar o Evangelho da verdade. E pregou diante do referido sultão sobre Deus trino e uno e sobre Jesus Cristo Salvador de todos, com tanta constância da mente, tanta virtude do ânimo, e tanto fervor do espírito, ...

O sultão, vendo o admirável fervor espiritual e a virtude do homem de Deus, ouvia-o de boa vontade, e o convidou insistentemente a permanecer com ele. Mas o servo de Deus, iluminado por um oráculo do alto, disse-lhe: “Se queres converter-te a Cristo, tu com o teu povo, por seu amor eu vou ficar morando convosco de muito boa vontade. 

Mas se hesitas em deixar a lei de Maomé pela fé em Cristo, manda acender uma fogueira bem grande, que eu vou entrar no fogo com os teus sacerdotes, para que pelo menos assim saibas sem dúvida que fé mais certa e mais santa deve ser mantida” (LM IX, 8,1-9). É interessante ler o texto completo na Legenda Maior. 

Não com menos força, Clara espera confiante que Deus salvará das mãos dos inimigos, suas irmãs e a cidade que as sustenta. É também muito conhecido o episódio em que ela, vendo o sofrimento de suas irmãs e da cidade que a acolhe e sustenta, espera confiante na intervenção divina para expulsar o inimigo e fazer a paz reinar na cidade:

 “A testemunha contou depois, como numa ocasião, durante a guerra de Assis, alguns sarracenos escalaram o muro e saltaram para o interior do Mosteiro de São Damião. Foi então que Santa Clara, embora gravemente doente, se levantou e chamando todas as irmãs, as exortou a não terem medo. Feita uma oração, o Senhor libertou o mosteiro e as irmãs, do perigo dos inimigos. Os sarracenos, que já tinham entrado no mosteiro, retiraram em fuga (PC 2,20).

Saber esperar, sabendo ao mesmo tempo forçar a hora daquela urgência que não permite esperar”. A esperança é ativa. Como diz a canção, “faz a hora”. Faz acontecer o que se espera. Somos gente de esperança. Esperamos paz, esperamos justiça. Então, trabalhemos pela paz, entre nós, em nossa família, em nossa irmandade/fraternidade, em nossas comunidades, no trânsito, nas relações de trabalho, na distribuição dos bens... A paz que é fruto da justiça, do diálogo, do perdão.

E ouçamos ainda o Papa Francisco: “É o Espírito Santo, com a sua presença perene no caminho da Igreja, que irradia nos crentes a luz da esperança: mantém-na acesa como uma tocha que nunca se apaga, para dar apoio e vigor à nossa vida”. E aprendamos também “a pedir muitas vezes a graça da paciência, que é filha da esperança e, ao mesmo tempo, seu suporte” (Spes non confundit, 3.4).

Informações adicionais

  • Fonte da Notícia: Irmã Maria Fachini - Catequista Franciscana

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