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15 Setembro 2025
A Bíblia na Vida do Povo Indígena Maya

 

Para nós Povos Indígenas, a Bíblia tem sido uma fonte de inspiração de diversas maneiras, (...) a partir de suas próprias realidades culturais e

sociais.   As leituras bíblicas ajudam a buscar elementos que dialogam com nossas cosmologias, valorizando a sabedoria ancestral,  

a relação com a natureza, a importância da comunidade, lutas por direitos e a defesa da cultura.

A Bíblia é uma fonte rica de princípios que podem nos orientar em todos os aspectos da vida, especialmente na relação da humanidade com Deus, na busca da força maior, amplo, pleno e eterno. A existência da Bíblia começou a partir de pequenos grupos de sobreviventes do sistema opressor, tornando-se fonte central de fé para as religiões judaicas e cristãs, e hoje espalhada para o mundo.

Conhecemos da Bíblia como uma pequena biblioteca que contém fundamentos de resistência de diversos povos, e nos ensina a importância e responsabilidade mútua no relacionamento de todo ser do universo, ou seja, aponta como princípios éticos e morais encontrados nas Escrituras Sagradas: o amor, o perdão, a justiça e a obediência.

Desde o princípio, a Bíblia foi relida de diversas formas, dependendo do contexto histórico, no qual cada povo, independente de cultura, origem, religião, idade, educação ou posição social vai traduzindo e interpretando, para que todos pudessem ter acesso à leitura e compreensão da Palavra de Deus. Além disso, as traduções foram necessárias para atualizar a linguagem e permitir que a mensagem bíblica alcançasse as diferentes culturas e povos.

Para nós Povos Indígenas, a Bíblia tem sido uma fonte de inspiração de diversas maneiras, tanto através de traduções para suas línguas maternas quanto as interpretações dos seus textos a partir de suas próprias realidades culturais e sociais. Pois, as leituras bíblicas ajudam a buscar elementos que dialogam com nossas cosmologias, valorizando a sabedoria ancestral, a relação com a natureza, a importância da comunidade, lutas por direitos e a defesa da cultura.

Também faz parte do processo de reconciliação com o sistema colonizador e o etnocídio através da imposição da evangelização, que pode ser benção para ser acolhido, espada para ser rejeitado e símbolo de conflitos entre povos. “Não significa que a Bíblia é culpada por nos fazer perder nossa espiritualidade nativa, mas, a maneira como foi utilizada não foi adequada. Antes que chegasse a Bíblia já existiam nossas próprias crenças, conhecidas como Mitologias Sagradas, que contam sobre a Criação do Universo ou origem da humanidade”. 

“Desde criança conheci a Bíblia como Sagrada e pude entender isto a partir dos Lugares Sagrados. Pois para os Povos Indígenas, Lugares Sagrados são espaços de profunda importância espiritual, cultural e social, que contêm memórias, histórias e resistência da cosmovisão de cada grupo étnico. Significa que são espaços de respeito, de sintonização, de oração, de transcendência, onde acontece o encontro do humano com o divino. Lugar Sagrado pode ser um espaço onde tem energia de oração, onde marca profunda intimidade com Deus: nas montanhas, nas cachoeiras, nos rios, nas grutas onde nossos antepassados fizeram histórias e deixaram suas memórias”.

Portanto, consideramos a Bíblia como Bíblia Sagrada, um pequeno espaço do encontro com Deus, a partir da experiência povo judeu, hebreu e outros. Cada povo e grupo étnico tem um valor religioso, espiritualidade ou crenças e se expressa em rituais que utilizam os objetos sagrados, os bens imateriais, palavras próprias e profundas. Muitas vezes não são comprovadas cientificamente e não estão escritas, por isto podem ser vistas como rituais de bruxaria ou pagãs, como já aconteceu nos tempos passados. Porém, acreditamos, lemos e relemos através da fé, tentamos cuidar da herança de nossos antepassados “não falamos de Deus, mas falamos com Deus”

Como os Povos Indígenas Maya de Guatemala tem Popol Vuh, que narra toda a criação do universo, dos deuses e da humanidade, que é considerado e respeitado como um livro Sagrado e importante da tradição oral e da identidade do povo Maya. Popol Wuj significa “Livro do Conselho, Livro da Comunidade” em idioma indígena Maya K´iche´, um livro sagrado que preserva a história, a cosmovisão e a identidade da Cultura Maya.

Informações adicionais

  • Fonte da Notícia: Irmã Juciele Aguir Moura

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