"... A ciranda do carisma de Francisco e Clara de Assis que seguiram Jesus vivendo entre o povo humilde e necessitado, encantou o coração de três jovens: Amábile, Maria e Liduína.(...) Espalhou-se assim, o carisma pra terras longínquas, seguindo o maior profeta missionário, Jesus Cristo."
O texto “Nas Pegadas Profético-missionárias de Jesus” nos possibilita olhar o tempo e colocá-lo numa ciranda missionária, onde as pegadas proféticas- missionárias começam com Jesus, que seguimos até hoje e o mundo continuará seguindo até os confins dos tempos. (Mt 28,20).
Jesus nos ensina a ter compaixão e misericórdia (Lc 15, 11-32), amor ao próximo e entender quem é e onde está nosso próximo (Lc 10, 25-37). Nos ensina a sermos justos, humildes, sendo sal e luz. Ensina a sermos esperança para quem está desesperado.
Na Ciranda do tempo, vamos encontrar Francisco de Assis que entendendo os ensinamentos de Jesus, sentiu a necessidade de se doar aos necessitados desconhecidos numa missão profética e atraindo para esta ciranda, Clara de Assis; jovem que revolucionou toda sua vida para junto a Francisco seguir as pegadas profundas de Jesus.
Séculos depois, a Ciranda do carisma de Francisco e Clara de Assis que seguiram Jesus vivendo entre o povo humilde e necessitado, encantou o coração de três jovens: Amábile, Maria e Liduína. Deixaram suas famílias para viver junto a outras famílias, convivendo com o povo que necessitava de afeto, palavras de encorajamento e trabalhando junto a esses pequeninos. Aquelas três jovens, que com coragem, seguiram a os passos de Francisco e Clara de Assis, deram exemplo de fé, de força; fizeram ressoar em outros corações a determinação e a perseverança de continuar seu serviço junto ao povo. Da fé e determinação daquelas primeiras jovens nasceu a Congregação das Irmãs Catequistas Franciscanas, hoje espalhadas em terras próximas e distantes como em África e na região amazônica. Seguem vivendo junto aos Ribeirinhos, Quilombolas e Povos originários, através do CIMI, Pastoral Indigenista, ajudando e orientando-os em busca de seus direitos, principalmente no direito ao seus territórios.
E a ciranda do tempo também nos apresenta pessoas leigas que buscam viver o carisma das Irmãs Catequistas Franciscanas. Simpatizantes que estão sempre apoiando nos mais diversos serviços e ministério nas comunidades e movimentos sociais. Como exemplo disso, temos uma Simpatizante que está com articuladora do CIMI - RO. Certamente muitos outros exemplos poderíamos dar. Assim, como simpatizantes, procuramos vivenciar a nossa profecia como peregrinos da Esperança. Como Clara e Francisco de Assis, compartilhando o carisma das irmãs Catequistas Franciscanas vamos seguindo as pegadas proféticas-missionárias de Jesus. Paz e Bem!
Simpatizante Eura Manso. Porto Velho / RO
Na dança do carisma de agosto: Nas pegadas profético-missionárias de Jesus nos ajuda a perceber que o seguimento de Jesus não se limita a práticas rituais, mas nos chama a viver uma fé que transforma pessoas e realidades. Ele nos provoca a olhar para os esquecidos e marginalizados e a fazer da missão um espaço de vida nova. Nesta ressonância, destaco três pontos importantes para nossa caminhada.
O primeiro é a esperança. “Esperançar” não significa esperar passivamente, mas agir no presente. Isso se concretiza quando irmãs e simpatizantes se engajam em causas sociais, no cuidado com a criação, na participação política ou no simples gesto de escutar quem sofre. Também se vê quando apoiamos povos indígenas em suas lutas por terra e dignidade, somando forças às suas vozes. A esperança se faz presente quando nos colocamos ao lado deles, defendendo seus direitos e valorizando sua cultura.
O segundo é a educação. Nosso carisma francisclariano nos leva a acreditar que a transformação também nasce do processo educativo. Inspiradas pela pedagogia de Paulo Freire, buscamos uma educação libertadora, baseada no diálogo, no respeito aos saberes de cada pessoa e na construção coletiva do conhecimento. Isso aparece, por exemplo, quando acompanhamos crianças, jovens e adultos no campo da educação popular, ajudando-os a ler a realidade e a tornarem-se protagonistas de sua própria história. Na prática, isso significa criar espaços de partilha, rodas de conversa, oficinas e projetos em que irmãs e simpatizantes aprendem e ensinam juntos, promovendo uma educação que liberta e humaniza.
O terceiro é a dominação. As injustiças não se limitam ao campo econômico: muitas vezes, estão nas relações de poder. A Igreja, em alguns contextos, pode correr o risco de reproduzir estruturas hierárquicas e controladoras, como se a missão fosse uma empresa. O carisma francisclariano nos chama a romper com essa lógica, vivendo a fraternidade e a corresponsabilidade. Isso se torna visível quando, em vez de impor métodos prontos de catequese ou organização comunitária, aprendemos com os povos tradicionais, respeitando suas cosmologias, espiritualidades e formas próprias de organização. É nesse diálogo que nossa presença missionária se torna profética: não dominamos, mas caminhamos juntos, partilhando saberes e sonhos.
Assim, esperança, educação libertadora e denúncia da dominação não são apenas conceitos. Eles se tornam gestos concretos que irmãs e simpatizantes realizam todos os dias, testemunhando o Evangelho no presente e vivendo com alegria o carisma francisclariano.
Simpatizante Eduardo Pintarelli. Ibirama / SC
