Um chamado que encontrou um coração generoso...
A Congregação das Irmãs Catequistas Franciscanas, no dia 04 de agosto de 2013, celebra o Centenário do SIM de Amábile Avosani.
Vamos recordar brevemente a história deste SIM que transformou a realidade das famílias camponesas e abriu caminho para uma nova opção de vida a tantas outras jovens dando origem à nossa querida Congregação.
Em 1913, no município de Rodeio/SC, as escolas paroquiais estavam ameaçadas de fechar por falta de professores - “Os migrantes não têm mais educadores. Precisamos de pessoas disponíveis e de coração aberto para esta missão em meio aos camponeses”.
A comunidade, não conseguindo encontrar pessoas para assumir esse serviço, levou o problema para o pároco, Frei Polycarpo Schuhen.
"Os pequeninos e as pequeninas pediram pão
e não havia quem o distribuísse" (cf. Lm 4,4).
Ser professor, até então, era uma tarefa confiada preferencialmente aos homens. Frei Polycarpo refletiu essa necessidade com seu colega Frei Modestino Oechtering e juntos pensaram: por que não confiar esse serviço às mulheres?
Prontamente, Frei Polycarpo fez o apelo à Pia União das Filhas de Maria e à Ordem Franciscana Secular. Amábile Avosani, uma jovem muito ousada, amável e corajosa, respondeu: “Eu estou aqui. Se achar que tenho condições pode dispor de mim”.
Amábile, durante dois meses, se prepara no convento “Menino Deus” das Irmãs da Divina Providência, contando com a ajuda de Irmã Clemência Beninca. Recebeu algumas orientações para o serviço e, em 04 agosto de 1913, foi recebida pelo povo de Aquidaban (Apiúna-SC). Passou a morar na comunidade com a família Cerutti e, no ano seguinte, com o casal João e Maria Cereale. Amábile assumiu as aulas e a catequese na comunidade de Aquidaban e, nas horas vagas, ajudava nos trabalhos da casa e da roça.
Segundo as irmãs que conheceram e conviveram com Amábile, ela era uma pessoa de muitas qualidades, dentre elas, destacamos: mulher afável, jeitosa e organizada; mulher corajosa, autodidata e deixava-se ensinar; mulher orante, humilde e eucarística; mulher acolhedora, maternal e de um coração muito generoso.
Irmã Augusta Neotti nos recorda, no seu livro sobre Amábile, que por ocasião da celebração de sua passagem para a vida plena, Frei Humberto Zeller comparou-a a uma roseira: “... tinha os espinhos do sofrimento, mas as rosas perfumadas de uma Congregação; tinha os espinhos das dificuldades e do cansaço, mas os ramos vigorosos e bonitos que se estendem já muito longe e um dia alcançarão o mundo todo”(p. 82).
O Sim de Amábile Avosani motivou muitas outras jovens a seguirem o mesmo caminho. No ano seguinte, 1914, Maria Avosani, sua irmã, e Liduína Venturi, assumiram a mesma missão em São Virgílio – Rodeio/SC.
No dia 14 de janeiro de 1915, as três jovens dirigiram-se a São Virgílio, uma das comunidades de Rodeio, onde foram apresentadas ao povo. Antes da missa, Frei Polycarpo lhes perguntou: “Vocês me prometem ficar ao menos mais um ano?”.
Maria Avosani olhou para as companheiras e disse com voz firme e decidida: “Um ano, não, padre. Nós queremos ficar sempre”.
Do SIM pronto e decidido das três jovens nasceu a Congregação das Irmãs Catequistas Franciscanas.
Hoje a congregação conta com mais de 400 irmãs, presentes em quase todos os estados do Brasil e mais 10 países: Angola, Argentina, Bolívia, Chile, Guatemala, Haiti, Moçambique, Paraguai, Peru e República Dominicana.
Também contamos com muitas mulheres e homens que assumem a mesma espiritualidade francisclariana, como leigos e leigas, denominados simpatizantes do carisma, amigos/as de São Francisco e missionários/as.
Com o coração em festa e cheio de gratidão celebramos os 100 anos do SIM de Irmã Amábile Avosani.
Data: 03 de agosto de 2013.
Local: Igreja Matriz SANT´ANA -Apiúna – SC.
Horário: 19 horas.
Pedimos às nossas primeiras Irmãs que intercedam por nós junto a Deus e nos ajudem a viver com fidelidade o carisma de nossa congregação, no seguimento de seu Filho Jesus e que, a cada dia, possamos reafirmar em nosso coração a inspiração de Amábile: “Senti no meu coração um grande desejo de colaborar!”.
Um grande abraço, Irmã Marlene Eggert