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02 Setembro 2013
Nota de apoio e Moção de Repúdio

 

As missionárias e missionários do  Cimi SUL e representantes dos povos indígenas da região, reunidos em Assembleia Regional nos  dias 30/08 a 01/09, em Laranjeiras do Sul - PR,  após analisar várias realidades em que vivem os indígenas do Sul do país, fizeram duas notas: uma de apoio e uma moção de repúdio.

 

 Vejamos abaixo as duas notas:

 

NOTA DE APOIO DO CIMI-SUL AOS CACIQUES E POVO GUARANI E AOS FUNCIONÁRIOS DA FUNAI DA CTL DE GUAÍRA, PARANÁ

 Os missionários, missionárias, representantes dos povos indígenas da Região Sul junto com o secretário executivo do CIMI Nacional, Cleber Buzatto, manifestam seu apoio e solidariedade ao povo Guarani das aldeias situadas nos municípios de Terra Roxa e Guaíra frente às ações hostis promovidas contra eles por setores do agronegócio e políticos da região oeste do Paraná. 

O CIMI repudia toda e qualquer forma de violência, preconceito e racismo levados a cabo, nesses últimos meses, por algumas organizações que têm, como intento, impedir o direito dos Guarani de habitar seus territórios tradicionais.

Assumindo a responsabilidade evangélica de proclamar a Boa Noticia da “vida plena para todos”, o Cimi assume o compromisso de denunciar toda e qualquer ameaça à existência dos Pequenos do Reino. Movidos pela solidariedade com o povo Guarani, queremos somar forças para que o Direito e a Justiça sejam restabelecidos, e conclamamos a sociedade dessa região a abraçar a causa em defesa do direito à vida e à garantia da permanência indígena em seus territórios tradicionais.

Frente às agressões sofridas por Guarani e funcionários da Funai, nós, missionários e missionárias do Cimi-Regional Sul, nos comprometemos a defender o princípio constitucional que garante a todos a livre escolha da maneira de viver, cada um seguindo sua forma cultural reconhecida pela Carta Magna.

Laranjeiras do Sul - PR

 30 de Agosto de 2013

 

 MOÇÃO DE REPÚDIO À AÇÃO MILITAR DO GOVERNO TARSO GENRO


Nós, Missionários (as) do Conselho Indigenista Missionário Regional Sul (Cimi Sul), reunidos na 37ª Assembléia Regional, em Laranjeiras do Sul, Paraná, repudiamos a política truculenta adotada pelo Governador do Estado do Rio Grande do Sul (RS), Tarso Genro.

Após tentativa frustrada em conseguir apoio do MPF e outros órgãos públicos, na negociação de direitos originários dos Povos Indígenas, o Governador apostou na metodologia da ditadura militar, tentando cooptar lideranças Kaingang e Guarani com propostas de negociação dos direitos à terra tradicional desses povos. Como se isso não bastasse, no dia 30 de agosto de 2013, Tarso Genro colocou todo o aparato militar para barrar a legitima mobilização indígena na luta pela garantia de seus direitos. O “governo popular” convocou o batalhão de choque para “dialogar” com as lideranças indígenas. A ação militar utilizou bombas de gás lacrimogêneo, cassetetes e balas de borracha, resultando em várias lideranças indígenas feridas; crianças e mulheres ficaram amedrontadas e passaram mal.

O Estado do RS possui uma população indígena de mais de 34 mil pessoas, com menos de 84 mil hectares de terra demarcada. Mesmo nos critérios do Incra, que são diferentes dos critérios da cultura indígena, isto não corresponde a um módulo de terra por família. Historicamente os governos estaduais não têm assumido sua responsabilidade na questão das Terras Indígenas, dando pleno prosseguimento à política de colonização. Há um conluio na linha política dos Governos Dilma e Tarso, numa clara opção pelos ruralistas e pela destruição dos direitos indígenas.

O Cimi sul reitera o apoio à luta dos Povos Kaingang e Guarani na garantia de seus direitos.

  Laranjeiras do Sul – PR

 31 de agosto de 2013

Informações adicionais

  • Fonte da Notícia: CIMI Sul
  • Enviado por: Beatriz Maestri