Refletir sobre nossa história cultural dentro da Vida Religiosa Consagrada na Amazônia é um dos elementos que pode ajudar na transformação da Igreja, como da própria Vida Religiosa Consagrada, é uma oportunidade de sustentar o Espírito de Vida.
Foi neste revigoramento que aconteceu nos dias 20 a 22 de setembro no CEMARIS – Centro Marista em Manaus, o Encontro sobre a Vida Religiosa Nativa oferecida pela CRB Nacional, com o objetivo de contribuir na crescente consciência de nossas origens culturais que faz do Brasil um País pluricultural.
O encontro teve a participação de religiosas e religiosos Indígenas, Ribeirinhos, Caboclos e Negros. Nossa Congregação teve uma bonita participação com a presença das Irmãs: Maria Lucélia Araujo da Silva (PSFA); Angélica Libório de Castro e Nadilza Tavares de Matos (STMJ); Neilda Silva Oliveira (PAMA).
Como disse o assessor Pe. Eliazar López Hernandez: “precisamos nos relacionar interculturalmente, enriquecendo a expressão cultural, cada um do seu jeito de ser.” Acrescentou que para entender a história de cada pessoa, é preciso ouvir com o coração. Assim, somos capazes de dialogar e mergulhar num processo de comunhão e vivência mitológica de cada povo, fazendo a comparação como o carisma de cada Congregação, no qual diz ser um mito de uma verdade profunda do sentido da sua existência.
Acreditamos que o encontro ofereceu grandes provocações e um bonito convite a viver a Vida Religiosa Nativa considerando a ótica de cada religiosas/os e formandas/os. A diferença cultural algumas vezes causa medo, por isso precisamos olhar com o coração seus estereótipos, ou seja, toda cultura tem algo a oferecer e enriquecer na diversidade cultural a VRC. A vida religiosa amazônica tem um rosto diversificado e, uma vez, não acolhido pode tornar uma chaga a inferioridade cultural. Por isso o convite foi lançado neste encontro: quem sou eu? De que chão eu sou? Para que isso aconteça precisamos ir a fundo, sem medo de nos conhecer, pelo contrario saber quem nós somos nos revigora a seguir o Cristo casto e pobre que sempre soube de onde veio e para onde ia. Sempre fiel a sua missão. Somos humanos, plenos de sabedoria, razão, capacidade de criar novas vidas. Somos expressão da diversidade humana, parte da nossa luta na sociedade e na Igreja.
Este encontro também nós provocou, como Irmãs Catequistas Franciscanas no chão da Amazônia, onde a diversidade cultural é imensa e acolhemos em nossas irmandades vocações nativas na sua abrangência cultural. Precisamos cada vez mais estar abertas para acolher e conhecer cada cultura, uma tarefa árdua. Precisamos nos conhecer para valorizar a outra, pois quando nos conhecemos somos capazes de amar e contribuir para que sejamos uma vida religiosa consagrada mais bonita. Neste sentido, para nos conhecermos é preciso mostrar o que nós somos, reconhecendo a beleza que está em nós e também os aspectos em que podemos contribuir, principalmente com a nova geração que busca somar conosco.