Papa encerrou primeiro encontro com o recém-criado do Conselho de Cardeais, que se volta a reunir em dezembro.
A orientação não é para uma simples atualização da ‘Pastor bonus’ (documento de João Paulo II), com retoques ou modificações marginais, mas para a elaboração de uma Constituição com novidades de relevo”, disse aos jornalistas o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, em conferência de imprensa.
O novo "Conselho de Cardeais" tem como missão auxiliar o Papa no governo da Igreja promover o aperfeiçoamento do documento que regulamenta atualmente a Cúria do Vaticano, organismos centrais (dicastérios) da Santa Sé, a constituição 'Pastor bonus', assinada por João Paulo II a 28 de junho de 1988.
A reforma da Cúria Romana esteve no centro dos trabalhos desta primeira reunião de Francisco com o conselho consultivo, iniciada na terça-feira, dia 01 de outubro.
O porta-voz do Vaticano afirmou que este trabalho “vai requerer um tempo adequado” e visa colocar os organismos centrais da Igreja Católica a funcionar em termos de “subsidiariedade e não de centralismo”.
Neste contexto, acrescentou o padre Lombardi, os trabalhos à porta fechada aludiram ainda às funções e ao papel da Secretaria de Estado do Vaticano, que deve ser a “Secretaria do Papa”.
Esta reflexão surge a poucos dias da tomada de posse do novo secretário de Estado, D. Pietro Parolin, marcada para 15 de outubro.
Em cima da mesa esteve ainda a possibilidade de criar a figura de um “moderador da Cúria”, que coordenasse os dicastérios.
Segundo a sala de imprensa da Santa Sé, os participantes falaram do “papel dos leigos na Igreja”, do próximo Sínodo dos Bispos.
A mesma fonte adiantou que a próxima reunião do conselho vai decorrer de 3 a 5 de dezembro, prevendo-se "uma nova reunião no mês de fevereiro do próximo ano", para que o trabalho nesta fase inicial se possa "desenrolar expeditamente".
O grupo é coordenado por Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga, arcebispo de Tegucigalpa, Honduras, e presidente da Cáritas Internacional, incluindo Giuseppe Bertello, presidente do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano, Francisco Javier Errázuriz Ossa, arcebispo emérito de Santiago do Chile, e Oswald Gracias, arcebispo de Bombaím, na Índia. Reinhard Marx, arcebispo de Munique e Freising (Alemanha), Laurent Monsengwo Pasinya, arcebispo de Kinshasa, na República Democrática do Congo, Sean Patrick O’Malley, arcebispo de Boston, nos EUA, e George Pell arcebispo de Sydney, na Austrália, completam o elenco do conselho que tem como secretário D. Marcello Semeraro, bispo da diocese italiana de Albano.