Irmã Lindalva Alves Cruz participou do XXIX Congresso ALAS CHILE 2013 (Associação Latino-americana de Sociologia), que contou com a participação de 37 países, e sumariamente partilha o que é o evento, sua relevância e o significado de sua participação.
A Associação Latino-americana de Sociologia (ALAS) foi a primeira associação de sociologia de caráter regional no mundo. Fundada em 1950, em Zurique, por um grupo de sociólogos latino-americanos, reunidos por ocasião do primeiro Congresso de Sociologia organizado pela Association Internacional de Sociologie.
No Chile 2013, por ocasião da sua XXIX edição, convocou as/os sociologas (os) cientistas sociais para discutirem a crise, profundamente arraigada nas nações e que as vem atingindo com distinta força, persistência e intensidade, de acordo com as particularidades de cada uma das estruturas econômicas, sociais e políticas. “De maneira recorrente e cíclica a crise acompanha e põe em dúvida a viabilidade do desenvolvimento dos países da região”. Segundo os estudiosos, o declínio capitalista da atualidade, tem uma especificidade que o distingue dos anteriores e da mesma forma tem uma relação direta com a dinâmica das recentes transformações.
Dessa perspectiva, as interrogações que serviram de eixo para o debate interpelaram nossas ações como professoras (os), pesquisadoras (os), participantes na produção dos conhecimentos, questionando se estamos atentas (os) às tendências emancipadoras, por parte do povo em movimento, e também as controladoras por parte do sistema vigente. As perguntas, frente ao contexto atual são: estamos inovando nossas perspectivas teóricas e metodológicas? Conseguimos fazer discussões mais amplas e inclusivas frente aos novos atores e movimentos sociais? É, portanto, frente a tais questões, que se evidencia a relevância do trabalho que estamos desenvolvendo na academia, isto é, procurando fazer desse espaço, a sistematização do saber a partir das estratégias de resistência de uma categoria de sujeitos invisibilizados pela ciência dos colonizadores.
Assim sendo, elegemos as atrizes (trabalhadoras rurais), que, do ponto de vista do paradigma dominante, nada tem a contribuir, mas quando se olha por outro ângulo, surpreendem e revelam saberes até então negados e que podem apontar novos caminhos.
No ALAS 2013, esse trabalho ganhou relevância, tanto da perspectiva teórica quanto prática, porém, ao mesmo tempo que isso nos alegra, mostra o desafio a ser enfrentado, pois se é um saber que se encontra na contramão do dominante, quem irá financiar? Quem terá interesse sobre ele e seus sujeitos?
Pelo exposto, agradeço o apoio das irmãs da Província Irmã Cléglia Ânesi que nos impulsiona a viver a profecia nos diferentes espaços, inclusive, na Universidade, onde a missão inclui o ensino, a pesquisa e a extensão.