Estimadas Irmãs e Simpatizantes da Província Santa Clara de Assis e de toda a Congregação das Irmãs Catequistas Franciscanas,
O mês missionário findou, mas nossa missão abarca toda nossa vida. No mês de outubro apenas dedicamos um pouco mais de atenção à missionaridade, e promovemos este serviço convidando e convocando também a outros/as a adentrar neste caminho, naquilo que lá no seu batismo já lhes foi conferido. Devemos dar passos maiores e não ficarmos apenas no nosso redil; é preciso nos lançar para alargarmos as tendas. Chamar a outros/as e participar em outras tendas e redes é o caminho. Há muitas pessoas que têm realizado uma verdadeira diaconia e nem fazem parte do “nosso” grupo.
A pessoa não é missionária apenas durante o tempo em que está em missão, como se estivesse exercendo uma função com direito a salário mensal. O ser missionária/o a envolve em todos os momentos da vida: quando realiza alguma missão específica, quando trabalha de forma assalariada, nos momentos mais diversos de lazer, onde quer que ela esteja. Não é uma capa que eu coloco e digo: “olha, agora estou como missionária/o” (exercendo a função de). Depois tiro a capa e sou fulano/a de tal, já posso fazer o quero porque nada mais me impede. Não! Podemos fazer todas as coisas, mas o ser missionária/o está em nós entranhado, já não podemos negar isto.
O Senhor nos chamou a todos/as a seu seguimento, e cada pessoa está a dar sua resposta. O que depende de nós é permanecermos no seu seguimento em qualquer lugar e seja qual for a situação que estivermos vivendo. O fato é que algo ou Alguém mexeu em nós, foi além de nós, nos venceu e mudou nossa vida. Por isso, chegamos onde chegamos, vivemos experiências e situações que jamais imaginamos viver e experienciar, se não fosse aquilo que tirou nosso sossego, impelindo nossos corações.
Como eu agradeço por tudo o que tenho vivido até aqui, especialmente convosco nas missões em África – Moçambique! Agradeço por todas as pessoas que têm entrado em minha vida, por tantas palavras, sorrisos, olhares, toques. Já me perguntei como vivi até aqui sem este povo, e me pergunto como viverei depois. Então eu digo: “penu ine” (dialeto cinyungwe que quer dizer: “não sei”). Tudo é aprendizado, tudo, tudo! Na hora, as coisas podem parecer desencontradas, desconexas, mas é possível extrair de tudo o que acontece algo para o crescimento, que nos faça ver mais longe, ultrapassar e ir além.
Estimadas irmãs e simpatizantes do carisma: continuemos a colocar nossa vida diante daquele que acreditou em nós, mesmo sabendo tudo o que faríamos, o que estamos a fazer e o que ainda faremos de bom e de “não tão bom”, mesmo assim Ele chamou uma a uma, um a um. Já me perguntei muitas vezes: “qual é o Teu problema comigo? Sabendo Tu quem sou e como sou, por que ainda insistes comigo, havendo tantas pessoas muito mais dignas e capacitadas para este ministério?” Talvez você também já tenha se perguntado isso. Só sei dizer que, por algum motivo, estamos hoje onde estamos, e Ele quer continuar contando conosco. Agradeçamos e deixemos que Deus tome a direção de nossa vida, com nossa sincera, responsável, atenta disponibilidade e liberdade.
Abraços a todas/os.
Verdadeiramente, a mais desencontrada/encontrada missionária que possa haver... (rsrs).
Com carinho, Zenir
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