Neste dia 14 de janeiro de 2014 estamos celebrando 99 anos e iniciando cronologicamente o nosso ano jubilar. Ano do centenário de Fundação da Congregação das Irmãs Catequistas Franciscanas. Estamos aqui em Rodeio cidade na qual surgiu a Congregação como uma pequena nascente que brotou e foi se espalhando pelos vales desta terra, correndo por várias regiões e percorrendo muitos espaços durante estes cem anos. Dia 11 de janeiro, sábado passado, celebramos com a Comunidade a abertura do centenário. Escolhemos este dia, pois foi em uma celebração da Comunidade que o Chamado para o cuidado com os ‘pequeninos’ recebeu o SIM que abriu o caminho percorrido por tantas irmãs ao longo deste primeiro século da nossa história. Agradeço aos freis, as irmãs e as pessoas da Comunidade que nos acolheram, prepararam e participaram da celebração de abertura do nosso ano jubilar.
A fonte que brotou em Rodeio aos poucos se fez riacho, e como água livre percorreu novos espaços abrindo caminhos para prosseguir seu percurso. Passando por terras secas, vales férteis, e regiões áridas. Formou lagos com sua água e alimentando-se de fontes encontradas, formou novos lagos que alimentaram os novos percursos, assim 99 anos passados o pequeno riacho continua fecundando a terra por onde passa.
Queremos continuar bebendo e partilhando da água que nesta terra brotou, jorrou, correu e saciou a sede de tantas pessoas ao formar novas fontes neste percurso centenário. As Irmãs Catequistas fiéis a Missão de serem “Irmãs do Povo” e à fonte de onde nasceram continuaram seu caminho, rompendo as fronteiras do município de Rodeio, da região, do estado, do país e do continente. A água que brotou em Rodeio misturou-se com outras águas para prosseguir a caminhada.
Resgatar a caminhada histórica feita neste centenário é um convite para limpar as diversas fontes do nosso percurso histórico, para que jorrem com mais força e prossigam fecundando novas terras, para que as sementes plantadas possam crescer e produzir muitos e bons frutos.
Neste dia 14 de janeiro de 2014, celebramos 99 anos do “queremos ficar sempre” que oficializa o surgimento da nossa Congregação. Irmã Maria Avosani, ao dizer queremos ficar sempre, incluí na sua fala as duas companheiras Amábile Avosani e Liduina Venturi. As três cumpriram em suas vidas e com fidelidade até o fim o para sempre dito naquele momento ao Frei Polycarpo.
A história pertence a todas as pessoas que dela fazem parte: o povo da região, naquele difícil momento histórico do inicio do século, os freis franciscanos responsáveis pela orientação religiosa e o cuidado do povo de Rodeio, as Irmãs da Divina Providência que colaboraram com a formação do grupo nascente até que pudesse assumir o básico da sua própria formação para realizar a missão, as famílias que acolheram as primeiras jovens assumindo-as muitas vezes em suas próprias casas como filhas e irmãs, o Casal Sr. João Cereali e Sra. Maria Monteverdi, que pela confiança na missão do grupo, assumiu o risco de vender seus bens e deixar sua casa, para com seus recursos adquirir bens que favorecessem as necessidades do grupo e viver com elas até o final de suas vidas. Na ajuda recíproca e cuidados mútuos compartilharam suas vidas, dons e bens para proporcionar autonomia habitacional naquele momento inicial marcado também por dificuldades.
Queremos celebrar nossa história todos os dias. Por isso, celebrar o centenário um dia, não! Queremos celebrar um período. Já estamos vivendo este período e ainda temos muita história para celebrar. Muito para agradecer e muito para realizar. O dia 14 de janeiro de 1915 é marco do inicio oficial – mas aquele dia foi ponto de chegada e de partida da nossa história. Muita coisa aconteceu antes e muita coisa aconteceu depois para consolidar este dia. O SIM de Amábile em 1913 e a fidelidade das três e de tantas outras até nossos dias. Assim queremos celebrar o dia 14 de janeiro de 2015 como um ponto de chegada e também de partida.
Queremos celebrar o centenário para agradecer todas as graças que recebemos neste século e renovar nosso compromisso com os pequeninos que pedem pão e que são tantos. Temos uma dívida histórica na partilha do pão da educação. Pão que partilhamos generosamente com muitas pessoas, que com nosso serviço puderam crescer e construir com autonomia sua própria história.
Assumimos como Marco do Nosso Centenário dois projetos que nos colocam diante desta dívida histórica do nosso país com Povos, que ao longo da história não tiveram acesso ao pão da educação e foram submetidos a condições de vida, que ao invés de promover eliminava suas próprias vidas e futuro ao privar das condições necessárias para a vivência com igualdade de oportunidades. São os povos indígenas e o povo negro, os que não receberam as condições necessárias para viverem em situação de igualdade com os demais povos que formam a Nação brasileira.
Solidárias com o povo negro que sendo vendido em sua terra foi submetido a escravidão em nosso país, assumimos reforçar a nossa missão na África partilhando lá nosso pão para que possam reconstruir sua história e com dignidade permanecer na sua terra. Precisamos de irmãs e outras pessoas que assumam este gesto de solidariedade e partam em Missão com o objetivo de partilhar o pão que os fortalece e permite que permaneçam em suas regiões.
E com os povos indígenas que continuam sendo eliminados na sua própria terra ao serem confinados em pequenos espaços para que suas terras continuem ainda hoje sendo dividida e explorada, como sempre foi ao longo dos últimos V séculos da história do nosso país. Em algumas regiões estamos nos aproximando da causa indígena e nos propomos participar de um projeto no Mato Grosso do Sul com os povos Guarani Kaiowá, por ser ali um dos lugares de grandes conflitos que nos desafiam a sermos mais irmãs e, como franciscanas, solidárias com os que mais sofrem e defensoras da vida como instrumentos de PAZ, promotoras do BEM e participar de ações que defendam e promovam a vida onde elas estiver mais ameaçada.
Reafirmando este compromisso assumindo no nosso Capítulo Geral, convido todas as Irmãs Catequistas Franciscanas e todas as pessoas que fazem parte da nossa família ampliada: as vocacionadas e formandas nossas futuras irmãs e as pessoas amigas e simpatizantes do nosso carisma, para que sejamos cada vez mais fiéis na vivência dos reais valores que recebemos da nossa história e com eles responder aos apelos dos “pequeninos” de hoje que continuam pedindo pão (Lm 4,4).
Ó Divina Fonte da Vida, que como Pai e Mãe amorosos geram, criam, cuidam, libertam e ouvem os gritos de seus filhos e filhas que sofrem com tantos males e da nossa mãe e irmã terra ferida e violentada de tantas formas, ajuda-nos a sermos fiéis a nossa missão. Ó Deus de tantos nomes no qual cremos, ensina-nos e ajuda-nos a sermos pessoas solidárias que partilham não apenas o pão, mas a própria vida, em especial, com aquelas pessoas que são “invisíveis” em nossas realidades.
Com este apelo:
Iniciamos a celebração do Ano Jubilar do Centenário da Congregação das Irmãs Catequistas Franciscana que será oficialmente encerrado no dia 14 de janeiro de 2015.
Rodeio, 14 de janeiro de 2014.
Irmã Izaura Souza Cordeiro
Ministra Geral
Comentários
Com muito carinho Idalina
Deus seja bendito por estes 99 anos!
(ainda me sinto parte da congregação!!!)
Parabéns! Parabéns! Parabéns!
Com carinho
Eliza
fico feliz, por estarmos comemorando mais um ano dessa congregação, com a força de nossos fundadores, e os olhares de Francisco e Clara de Assis. Que Deus as abençoe nessa caminhada de fé e vida. As iluminando em seus caminhos. Nós leigos, estamos aqui para somar neste trabalhado tão belo. Sempre que precisar contem conosco.
Abraços.
Josué Andrade
Núcleo Manauara
Província Santa Teresinha do Menino Jesus
Tive oportunidade de participar da celebração eucarística de abertura do centenário da Congregação. Tudo muito bonito, perfeito e propício para preparar os corações de todos (povo em geral e irmãs) para a grande celebração dos cem anos do SIM das três primeiras. Para Rodeio e para todos os locais que têm a graça de poder ter uma fraternidade das Irmãs Catequistas esse é um marco. Por isso, vai aqui o meu abraço a todas as irmãs e a certeza das minhas orações para que esse ano seja muito frutífero para a Congregação. E que Deus derrame muitas graças sobre essa grande e importante congregação, que, aliás, soube adaptar-se, nesses 99 anos, às diferentes exigência do mundo, para poder semear o evangelho e ser uma sinal da presença de Deus nos mais diferentes meios (necessidades).
Abraços!
Célio