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19 Abril 2014
Voltar à Galiléia

Os evangelhos recolheram a recordação de três mulheres admiráveis que, no amanhecer do sábado, se aproximaram do sepulcro onde foi enterrado Jesus. Não o podem esquecer. Continuam a amá-Lo mais do que a ninguém. Entretanto, os homens fugiram e permanecem talvez escondidos.

A mensagem, que escutam ao chegar, é de uma importância excepcional. O evangelho mais antigo diz assim: “Procurais Jesus de Nazaré, o crucificado? Não está aqui. Ressuscitou”. É um erro procurar Jesus no mundo da morte. Está vivo para sempre. Nunca poderemos encontrá-lo onde a vida está morta.

Não devemos esquecê-lo. Se queremos encontrar Cristo ressuscitado, cheio de vida e força criadora, não podemos procurá-lo numa religião morta, reduzida ao cumprimento externo de preceitos e ritos rotineiros, ou numa fé apagada, que se sustenta com tópicos e fórmulas gastas, vazias de amor vivo a Jesus.

Então, onde podemos encontrá-lo? As mulheres recebem este encargo: “Agora ide dizer aos Seus discípulos e a Pedro: Ele vai à vossa frente na Galileia. Ali o vereis”. Por que voltar à Galileia para ver o Ressuscitado? Que sentido profundo se escondeneste convite? Que se quer dizer aos cristãos de hoje?

Na Galileia se escutou, pela primeira vez e em toda a sua pureza, a Boa Nova de Deus e o projeto humanizador do Pai. Se não voltamos a escutar isso hoje com coração simples e aberto, alimentamo-nos de doutrinas veneráveis, mas não conheceremos a alegria do Evangelho de Jesus, capaz de “ressuscitar” a nossa fé.

Nas margens do lago da Galileia, começou Jesus a chamar os Seus primeiros seguidores para ensina-los a viver com o Seu estilo de vida e a colaborar com Ele na grande tarefa de tornar a vida mais humana. Hoje Jesus continua a chamar. Se não escutamos a Sua chamada e Ele não “vai à nossa frente”, para onde irá o cristianismo?

Pelos caminhos da Galileia foi-se gerando a primeira comunidade de Jesus. Os Seus seguidores vivem junto Dele uma experiência única. A Sua presença preenche tudo. Ele é o centro. Com Ele aprendem a acolher, perdoar, cuidar da vida e despertar a confiança no amor insondável de Deus. Se não colocarmos, quanto antes, Jesus no centro das nossas comunidades, nunca experimentaremos a Sua presença no meio de nós.

Se voltarmos à Galileia, a “presença invisível” de Jesus ressuscitado adquirirá traços humanos ao ler os relatos evangélicos, e a Sua “presença silenciosa” recobrará voz concreta ao escutar as Suas palavras de alento.

Informações adicionais

  • Fonte da Notícia: José Antonio Pagola - tradução ntonio Manuel Álvarez Pérez

Comentários  

#1 Rosana Cruz 20-04-2014 16:06
Palavras que nos fazem meditar... E contemplar os passos de Jesus e os nossos...
Onde nossos pés estão pisando quais as galileias que estamos permanecendo.
Que Deus nos Ajude a sermos profetas do seu evangelho e vivenciar sua ressurreição no meio do Povo... Como Clara e Francisco de Assis.

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