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30 Abril 2014
1º de Maio – Dia de Luta - Outro mundo é possível!

“Muita gente pequena, em muitos lugares pequenos, fazendo coisas pequenas, mudará a face da terra” - (Provérbio Africano)

Ao longo da História, os seres humanos criaram várias formas de sobrevivência de acordo com as suas necessidades e o meio em que viviam, até chegar ao estágio atual da nossa sociedade. Uma característica foi fundamental para a nossa sobrevivência: a cooperação.

O trabalho em cooperação desenvolveu o pensamento e a fala, permitindo a evolução cada vez maior do homem.  O sucesso dos que faziam a caça dependia da inteligência e destreza manual, bem como da capacidade de trabalhar em conjunto e confiar uns nos outros. O ser humano sempre dependeu da companhia e da ajuda dos seus semelhantes para sobreviver.

Esse processo levou milhares de anos, chegando ao período da Modernidade, onde o trabalho constitui uma precondição para a integração social das pessoas. É algo necessário para financiar bens como: saúde, educação, alimentação, habitação entre outros fatores.

Durante muito tempo o homem e a mulher vêm lutando por melhorias no trabalho, fazendo com que a cada dia possa ser possível unir o que parece ser impossível: tornar o trabalho benéfico para sua sustentabilidade e realização profissional. Essa luta gerou um contingente de pessoas que doaram seu sangue para que novas gerações viessem a desfrutar do trabalho com garantia de qualidade de vida, bem estar e realização pessoal. Vale aqui, trazer à memória de Santo Dias da Silva, Morto pela polícia militar em 1979, pela luta operária contra a desigualdade no trabalho e, também, Margarida Alves, sindicalista e defensora dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais no Brasil, assassinada em 1983.  Primeira mulher a lutar pelos direitos trabalhistas  no Estado da Paraíba durante a ditadura militar. A luta desses e de tantos outros homens e mulheres continua.

No momento atual, vivemos numa sociedade de valores invertidos.  O imediatismo, o consumismo, o individualismo e a busca desenfreada por lucros, tomaram conta da grande parcela da sociedade, onde a busca por ter vantagens sobre o outro (a) superam os limites humanos. Mas isso não é tudo e nem o fim em si mesmo.

Por acreditar em uma nova possibilidade de unir trabalho, renda e satisfação pessoal e profissional, mulheres e homens começaram a se organizar em busca de uma alternativa ao capitalismo desenfreado e desgastado pela ideia de “progresso” em detrimento à vida de pessoas, seres humanos repletos de valores e de condições de transformar pequenas coisas em grandes possibilidades. Estamos falando aqui de uma sociedade em que o trabalho pode ser sinônimo de cuidado, de afeto, de prazer e realização.

Nesse cenário surge a Economia Solidária, que, de imediato, propicia a sobrevivência e a melhora da qualidade de vida de milhões de pessoas em diferentes partes do mundo, devolvendo o poder de decisão e gestão à pessoa, integrando seus membros para recuperar o direito de autogestão e, por tanto, a liberdade e a consciência de que é possível criar e evoluir em sinergia com os demais e com a natureza, porque “Outro Mundo é Possível, se a gente quiser e se a gente fizer”.

Neste dia queremos unir nossas mãos a todas as pessoas e organizações que lutam contra o trabalho escravo e a exploração infantil e manifestar nosso apoio e solidariedade aos trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade, às pessoas desempregadas, migrantes, estudantes, sindicalistas e movimentos sociais que irão às ruas denunciando as injustiças e reivindicando vida digna para todos os povos e culturas.

Cremos que todo sangue derramado por esta causa, fecundará a vida e a luta pela dignidade no trabalho e restaurará a vida dos trabalhadores e trabalhadoras resgatados da escravidão.

Nós cremos na força do povo unido e organizado empunhando a bandeira da paz, da justiça e da igualdade.

Cremos na força profética que nos anima e nos torna capazes de enfrentar e desarticular as redes do trafico humano, a exploração sexual, o trabalho escravo e o tráfico de órgãos.

Cremos na luta das mulheres ousadas e corajosas buscando a inclusão e direitos de todas.

Cremos que o ser humano, pelo trabalho participa da obra criadora e tem em Cristo, um modelo de trabalhador e anunciador do Reino.

Cremos na presença de Jesus Ressuscitado iluminando nossa caminhada, mulheres consagradas na defesa e cuidado da vida, nestes 99 anos de missão como “irmãs do povo”.

Cremos num mundo novo possível!

Informações adicionais

  • Fonte da Notícia: Neusa Gripa e Ana Pereira de Macedo

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