“Deus acolhe e dá um sentido a todas as nossas vivências e experiências”.
É com alegria que queremos partilhar alguns passos do grupo de simpatizantes de Camargos, Belo Horizonte, nesse ano jubilar, cheio de significados para todas/os nós. No dia 1º de fevereiro, em nosso primeiro encontro, refletimos o tema “O chamado se fez caminho” na pessoa de Amábile, Maria e Liduína, e hoje em nossos passos.
“Ó Deus da vida caminha conosco! Dá-nos firmeza em nosso Sim!”
Conversamos sobre o sentido de nossa caminhada neste ano jubilar e construímos nosso cronograma de encontros de 2014, intercalando os encontros mensais, os retiros e o Encontro Micro Regional, em agosto. Tendo em vista a agenda proposta e a necessidade de potencializar a participação de todas/os, organizamos uma equipe de dinamização dos encontros que se reúne uma vez por mês para uma tarde de formação e planejamento das ações. Fazem parte: Anízia, Maria, Márcia, Arlete, Beth e as irmãs Alzira e Ármide.
Nosso encontro em março foi dedicado ao tema da Campanha da Fraternidade: Tráfico Humano. Convidamos como assessora Irmã Maria Helena Morra, da Congregação do Sagrado Coração de Maria, teóloga e professora da PUC-Minas. Seu tema de pesquisa de doutorado é “A criança traficada, a educação e a teologia”. Há vários anos ela pesquisa nessa área, tendo apresentado um rico material de realidades diversas ligadas à problemática; reflexões e provocações que muito enriqueceram e contribuíram para o nosso encontro e crescimento. Tivemos a oportunidade de conhecer, em linhas gerais, o Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas cujas ações estão voltadas para a conscientização e prevenção, na denúncia e mobilização da sociedade, na reinserção social das vítimas, na incidência política e na educação, priorizando processos de humanização, inclusão social, diálogo, participação e consciência crítica.
A avaliação do encontro foi bem participativa; todas/os sentindo-se impactadas/os pela realidade refletida e pelos exigentes desafios e compromissos que a Campanha nos provoca a participar no trabalho das várias redes de instituições de atendimentos, com pessoas comprometidas que existem no nosso país.
Em nosso retiro de Páscoa, em abril, refletimos a morte e ressurreição de Cristo e os símbolos de morte e ressurreição na nossa vida cotidiana e na realidade onde atuamos. Começamos pelos símbolos que estavam no centro do círculo; um a um fomos expressando os significados importantes para todas/os.
“Venha teu reino, Senhor! A festa da vida recria! A nossa espera e ardor, transforma em plena alegria.”
Refizemos o Caminho metodológico do retiro francisclariano, resignificando cada passo à luz do tema do encontro e do testemunho de Francisco e Clara de Assis: olhar, considerar, contemplar, tocar e se deixar tocar, transformar-se e testemunhar. Fizemos uma leitura e reflexão coletiva do texto do teólogo Leomar Antônio Brustolin, “A Paixão de Cristo hoje implica em solidariedade e compromisso com as vítimas da história”. Cada participante contribuiu para um momento reflexivo rico e significativo. Entendemos que são muitas essas vítimas e, em particular, neste momento, as pessoas atingidas pelo flagelo do tráfico humano.
Em seguida, assistimos um vídeo sobre a experiência concreta de morte e de vida da comunidade de Belo Vale, que fica a 100 km de Belo Horizonte. É uma história centenária em que mulheres de coragem e fé conseguiram fazer a passagem, através do tempo, de situações de morte para situações de vida, ou seja, de ressurreição. Nesse processo de vida e morte, foi criada a comunidade que se chama Noiva do Cordeiro, que é um exemplo concreto de tudo aquilo que Francisco e Clara viveram e desejam para todas/os: irmandade, união, solidariedade, economia solidária, alegria e muito mais. Vale a pena conhecer o filme e essa comunidade!
Caminhamos, em seguida, para a mesa comum do pão e do vinho, momento em que cada participante expressou o que desejava consagrar naquele momento: partilhamos nossas esperanças, gratidão, desejos, alegrias, expectativas e muito mais, tendo em conta que “repetir o gesto criativo de Deus significa tomar nas mãos os “fragmentos” daquilo que foi vivido, trazê-los das profundezas de onde sempre estiveram confinados, colocá-los sobre a mesa, tocá-los, revirá-los, contemplá-los, aceitá-los, revivê-los, recriá-los... Com a argila de nossa existência, aquecida pelo calor do Espírito de Deus, podemos transformá-la em material de uma nova experiência de vida”.
Alimentadas/os pelo pão e o vinho da ressurreição de Jesus, proclamamos um texto intitulado: ”Pedaços de Ressurreição”, o qual nos remete para as pequenas e grandes ressurreições cotidianas. Continuar, neste tempo pascal, lutando na defesa de vidas vítimas do tráfico humano significa atualizar a ressurreição de Jesus no concreto de nossa história.
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