O Fórum Social Pan-Amazônico é um evento-processo que busca articular os movimentos sociais, comunidades tradicionais e povos originais dos nove países da Bacia Amazônica (Brasil, Equador, Venezuela, Bolívia, Republica Cooperativa das Guianas, Suriname, Colômbia, Peru e Guiana) com o objetivo de aproximar culturas, quebrar o isolamento das lutas de resistência, fortalecer o combate anti-imperialista, desenvolver a autonomia dos povos, promover a justiça social e ambiental, se opor aos modelos de desenvolvimento predatórios e daninhos aos povos que vivem na Pan-Amazônia e discutir alternativas que construam a justiça e a igualdade social.
O VII Fórum está acontecendo de 28-31/05/2014 em Macapá com o tema: “No meio do mundo, os povos se encontram”.
A Programação Geral do Fórum consta de:
* Diálogos autogestionados.
* Caminhada de abertura
* Mesas redondas, círculo de cultura, seminários, workshops.
* ARTICULAÇÃO DE AÇÕES E PLANOS DE LUTA NA PAN-AMAZÔNIA
* ASSEMBLEIA FINAL
Leitura e aprovação da Carta de Macapá.
- Marcha das organizações locais e internacionais, rumo à Assembleia dos Movimentos Sociais.
- Momento de despedida e renovação de votos.
- Mística amazônica
* FEIRAS
- Feira da Economia Solidária e Agricultura familiar
- Feira Cultural
- Feira dos empreendedores populares
EIXOS TEMÁTICOS:
EIXO 1- AS MÚLTIPLAS IDENTIDADES PANAMAZÔNICAS
EIXO 2 – TERRA, ÁGUAS, CUIDADO E DESENVOLVIMENTO.
EIXO 3- COLONIALISMO, LIBERTAÇÃO E PAZ.
EIXO 4 - EDUCAÇÃO POPULAR E MOVIMENTOS SOCIAIS NA PANAMAZÔNIA.
EIXO 5 – AS LUTAS DAS MULHERES NA PANAMAZÔNIA.
EIXO 6- JUVENTUDE PANAMAZÔNICA
De Cobija a Macapá A Pan-Amazônia está em festa. Viva o VII Fórum Social Pan-Amazônico
Um canto alto de guerra ecoou na floresta em harmonia com o canto triste do uirapuru. Rufam os tambores e caixas de Marabaixo. Cobija (Bolívia) cumpriu sua missão e a cuia com as águas do caudaloso Rio das Amazonas avança em movimentos rápidos, de mão em mão, sobre o território e assim, realiza-se, com ternura a missão: a defesa milenar de rios e florestas; das populações originárias e de seus filhos, nas matas e cidades.
O ciclo de lutas dos povos da Pan-Amazônia se refaz, se reenergiza, se-reabre ao grande portal América-África-Indígena das mais variadas e lindas etnias da mãe panamazônica e mais uma vez com maestria o ritual de passagem de nossos ancestrais é cumprido.
O tempo-destino, senhor de todos os ritos, mitos… Agora, é de Macapá (AP), cidade irmã e protagonista de poder popular que abraçapersonasde todo mundo. Dos que lutam por justiça, preservação da cultura milenar indígena, do protagonismo negro, caboclo…
Tem início, então, o VII Fórum Social Pan-Amazônico. O ritual preservado dá-se início, com a mística de todos os povos, de várias crenças, todos os protagonistas da luta. O ritmo é o das caixas de Marabaixo, dos tambores negros, do canto índio de várias etnias. São Kaxuyanas e Tiriós, que desceram da serra de Tumucumaque na divisa do Pará com o Suriname, e agora, ecoam com seus cantos e dançam pra saudar e envolver a todos e todas.
A marcha tem início e segue, do Araxá, parte continental da orla do Rio das Amazonas e desce rumo à Fortaleza de São José, santo protetor da cidade. É um vai-e-vem, da Fé e certezas: Um outro mundo possível, uma outra Amazônia para os povos da floresta. São cores, são cantos, são odores miscigenados da Pan-Amazônia que agora desembocam num grande mar de gente, povos, identidades. A Amazônia e suas amazonidades estão em festa mais uma vez!
Em apoteose, sob o olhar de mais de mil pessoas, ao lado da Fortaleza de São José, Merlany Tirió recebe a cuia com água do Rio das Amazonas das mãos de Doris Dominguez (Cobijo-Pondo/Bolívia). Ambas bebem do mesmo líquido que simboliza o rito de passagem. De Bolívia (Cobija) a Brasil (Macapá), se repete por mais uma vez a saudação de nossos ancestrais. Tem-se início o VII Fórum Social Pan-Amazônico. É festa na grande aldeia! No Meio do Mundo Os Povos Se Encontram, embalados pelo batuque/dança de Filhas do Criau/Quilombo (Curiau/Macapá/Brasil), Kristofer Herrera e Companhia de Dança Exíbila (Venezuela).