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24 Julho 2014
Frei Modestino: uma vida atenta as necessidades da comunidade

Celebramos dia 25 de julho de 2014, o falecimento de Frei Modestino Oechtering, acontecido em 1962.

No centenário da Congregação, queremos lembrar algumas características desse Frei, que foi esquecido por muito tempo, no nosso pensamento, apesar de sua ideia brilhante, quanto a solução do problema de falta de Professores de Língua Portuguesa, surgido em 1913, e que deu origem a nossa Congregação.

O primeiro empasse da falta de Professor aconteceu em Aquidaban, hoje Apiúna e Frei Modestino que visitava a capela Santa Ana ficou com o problema nas mãos. O Espírito Santo, porém, o iluminou com uma ideia brilhante de convidar Filhas de Maria, que levada a ideia ao Pároco Frei Policarpo Schuhen foi aceita e colocada em prática. Teve resposta corajosa, positiva por parte da moça Amábile Avosani e o problema de Aquidaban foi resolvido com mãos femininas e coração de mulher, pois até então eram só os homens que podiam ser professor. Quando outras escolas ficaram sem professor, procedeu-se o mesmo caminho de solução.

Frei Modestino foi professor. Passou quase toda sua vida no Sul da Província Imaculada Conceição do Brasil. O santinho impresso “in memóriam”, em sua terra natal, bem mostra o caráter de Frei Modestino: Sua personalidade forte formou-se pelas forças e energias que emanavam de sua profunda fé, na oração contínua e, de modo especial do terno amor a Nossa Senhora. Em sua vida dominava o pensamento: ”Tudo posso realizar n’Aquele que me conforta”(Fl 4,13).

Pelo amor à evangelização lançava-se de coração nas tarefas que lhes eram confiadas. No zelo pela glória de Deus, não procurava a si mesmo, mas queria ser útil a todos. Na rudez exterior, percebia-se a simplicidade latente e mesmo comovedora bondade para com o próximo.  Era um destemido evangelizador. Lendo sua biografia, podemos ver o trabalho sério que fez com os marinheiros. Dizia-lhe francamente as verdades mais tremendas. Tinha ódio ao pecado, mas ao pecador mostrava seu amor pastoral e com eles conversava naturalmente com inteligência e carinho. Em São Francisco do Sul/SC, ia diariamente ao Cais e a primeira pergunta que fazia era: “Têm doentes a bordo”?

Já de idade, Dom Gregório Warmeling dizia dele: “É pena que ele seja tão velho e surdo” se não eu o levaria comigo para as minhas visitas pastorais, pois ele é ainda “ativo e piedoso”. É um verdadeiro frade!  Sua piedade era sólida e profunda. Nada de extravagâncias. Combatia os beatos e beatas, dentro e fora da Ordem.  Seu lema era: “Sentir com a igreja”. Sempre foi contra introduzir novas devoções nas missões. Queria uma religião limpa. Hoje em dia, nós catequistas, sabemos o trabalho que temos para limpar o rosto de Deus.

Em sua terra natal – Doerenthe/Alemanha, completamente destruída e com população gemendo sob a fome de após-guerra, temerariamente construiu uma capela. Foi em 1947.  Estava transplantando a noção de liberdade para um lugar que, durante muitos anos, estivera sob férrea ditadura do nacional- socialismo. O povo agradecido escolheu como padroeiro da capelinha a São Modestino.

Um câncer no estômago pôs fim a essa vida missionária tão rica de merecimento. A pedido da família foi enterrado em sua terra natal ao lado de seu irmão no cemitério de Doerenthe. Seu sobrinho já octogenário, também franciscano lhe fez o enterro. O tema do sermão fúnebre foi: “Se o grão de trigo não cair na terra e não morrer ficará infecundo; se porém morrer, trará muitos frutos”. Teve um enterro bem franciscano com a presença de muitos frades, até frei Gamaliel Devigilli que andava por lá, esteve no enterro.

Curiosa coincidência é que Frei Modestino chegou ao Brasil para começar sua missão no dia 4 de agosto de 1900. Irmã Amábile começou sua missão em Aquidaban, no dia 4 de agosto, levada por Frei Modestino.

A biografia completa se encontra no livro: Nos Trilhos da história e neste site - Centenário – para Aprofundar.

Informações adicionais

  • Fonte da Notícia: Irmã Augusta Neotti