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09 Agosto 2014
Clara nos aponta o caminho de “saída” e “descida”

Entre os muitos benefícios que nós temos recebido demonstremos gratidão pela nossa vocação (cf TestC2).

Clara de Assis, jovem bonita e de família nobre, deixa tudo, sai de casa, despoja-se totalmente e, iluminada pela Luz Divina, abraça um Projeto Novo no seguimento do “Filho de Deus que se fez para nós O Caminho”  TesC5.

Clara sai da cidade de Assis e vai viver na periferia, no espaço dos pobres numa comunhão solidária e profética. Com os dons que a Divina Ruah lhe concedeu, ela faz de São Damião o útero gerador de uma vida religiosa nova. Contemplando diariamente o Cristo Pobre e Crucificado firmou bases sólidas para segui-Lo vivendo pobre, e na pobreza tecendo relações de irmandade marcadas pelo amor gratuito, a ternura, o acolhimento das diferenças, a compaixão e o serviço.

Durante 40 anos em São Damião, Clara viveu uma misteriosa fecundidade missionária que gerou filhas e filhos no Reino. Os pobres, doentes e abandonados a tinham como mãe, uma fonte de bênçãos.  Hoje, na Congregação, são Claras indígenas, negras, brancas que deixam tudo e, no “claustro do mundo” entregando a vida com coragem e ousadia caminham com o povo pobre que vive à margem no campo, nas cidades, nas periferias, nas aldeias.

Fazer memória de Clara de Assis neste Ano Jubilar da Congregação é motivo de alegria e gratidão. No altar da vida queremos render graças a Deus pelo precioso dom da vocação (cf. TestC 2) e pela fidelidade de cada Irmã no seguimento de Jesus Cristo.  Com gratidão queremos oferecer os dons recebidos e, há 99 anos compartilhados com os pequeninos e pequeninas que clamam por pão em diferentes realidades onde estamos inseridas.

Clara viveu a sua consagração numa entrega sem reservas, cultivando valores do evangelho numa profunda intimidade com Deus, na contemplação cotidiana do Cristo Pobre e Crucificado.

O modo de Clara viver encanta e desafia.  Diante do seu testemunho somos convocadas a recordar-nos a nossa "decisão" (2In 11), para que "em rápida corrida e passo ligeiro" (2In 12), sem deixar-nos envolver "pela acomodação e o desânimo" (3In 11), possamos "ir com mais segurança e alegria pelo caminho das bem-aventuranças" (2In 15) ser “irmãs do povo”, comprometidas com o cuidado e a defesa da vida.

A espiritualidade vivida por Clara é uma Fonte que nos alimenta, restaura e impulsiona a viver a itinerância numa dinâmica de “saída” e “descida” ao mundo dos pobres com ouvido de discípulas sempre atentas ao “gemido dos pobres, ao grito da terra ferida e ao clamor pela justiça e pela paz”. Essa experiência exodal exige esvaziamento, entrega confiante e a superação de muitos desafios, entre eles não se apropriar de nada e resgatar o discipulado de iguais, iniciado por Jesus e assumido por Francisco e Clara na radicalidade.

Que Clara continue nos inspirando, caminhando conosco nas diferentes culturas e da Divina Fonte recebamos os dons necessários para recriarmos o Carisma hoje, fazendo opção pelos últimos, ouvindo o clamor das vítimas, cultivando a circularidade nas relações e decisões cotidianas “sem deixar cair a profecia” e sendo uma fonte de bênçãos onde quer que estejamos.

Irmanadas no mesmo projeto de vida abraçamos carinhosamente cada uma das irmãs, de modo especial as da Província Santa Clara, as jovens que caminham conosco no processo formativo, as/os simpatizantes amigas e amigos do carisma que buscam viver a mesma espiritualidade compartilhando a missão. Paz e Bem!

Informações adicionais

  • Fonte da Notícia: Ana Pereira de Macedo - Pela Coordenação Geral