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Escrito por  Sede Geral - Isabel do Rocio 08 Agosto 2013

“Francisco, imagem de um Deus feito pobre, denúncia, esperança,profecia e canto.

Vence com coragem o império da morte,de braços com a vida em missão na história”.

Foi com o coração cheio de alegria pelo reencontro, partilha e esperança, que celebramos o V Encontro Regional dos Grupos de Simpatizantes de Belo Horizonte, Contagem, Ipatinga e Timóteo, no dia 27 de julho. Numa bonita manhã de céu claro e muito sol, fomos acolhidos/as na casa de Camargos, em Belo Horizonte, pelas Irmãs Alzira Munhoz, Ármide Tomelin e Tereza Valler. Um gostoso café, enriquecido pela partilha de quitutes trazidos dos diferentes lugares, nos predispôs para o dia.

A partir do nosso projeto de formação de 2013, o tema refletido foi “Mística e Espiritualidade”. Irmã Tereza Valler, assessora do encontro, nos enviou previamente, um texto “O Sopro da Brisa: por uma espiritualidade na perspectiva dos caminhos incomuns e da inquietude”. Outro texto que Irmã Alzira resumiu e nos enviou com antecedência, nos motivou e despertou o apetite para a acolher o tema apresentado por Irmã Tereza. Nesse texto: “Espaços de Transcendência”, Lúcia Pedrosa, uma teóloga leiga, nos provoca, ao questionar nossas buscas de Deus em lugares onde Ele não se encontra. Assim, ela privilegia os lugares antropológicos, não confessionais e não institucionais. Apresenta, então, o que ela chama de espaços de transcendência em perspectiva integrada: interior, ético, interrelacional e estético.

No início da manhã, nosso encontro começou com todos e todas montando um cenário a partir desses “espaços de Deus”, ao redor da casa, utilizando uma diversidade de materiais que nós levamos e outros que as Irmãs disponibilizaram para nós. Desta vez, São Francisco estava cercado por uma linda fonte que, gentilmente jorrava e nos convidava ao espaço interior.

Formando uma grande roda, Irmã Alzira nos acolheu com um poema em nome do “Deus de todos os nomes: Javé, Sofia, Ruah, Shekinah, Luz, Rochedo e Água Viva, Olorum, Tupã, Ngana, Amithaba, Suku, Ngala, Alá, Rama...”. Em seguida, ouvimos uma mensagem enviada por Irmã Beatriz, a quem agradecemos o carinho e a sintonia.

Iniciando nossa celebração, proclamamos em grupos o poema “Os lugares de Deus”, do místico e ativista social Kushdeva Singh. Prosseguindo, passamos a caminhar pelos espaços diferentes, lugares que haviam sido preparados, começando pelo “espaço ético”. É o espaço da “espiritualidade encarnada” na luta das mulheres, das crianças, dos adolescentes e jovens, dos indígenas, dos movimentos populares, das manifestações de indignação e da valorização da vida. Deus se revela aqui, na diversidade de buscas e manifestações. Aqui, a leitura da Palavra de Deus sobre o reconhecimento dos “Sinais dos Tempos como Sinais de Deus”, ressoou forte. Contemplamos, meditamos, rezamos e nos deixamos questionar pela realidade desafiadora que temos em nosso país e no mundo. Estamos sabendo reconhecer corretamente esses “sinais de Deus”?

Continuando a caminhada, paramos debaixo dos pé de acerola e de figo, bem no canto do jardim, repletos de flores, onde fomos convidadas/os a sentir, tocar e cheirar a natureza. “Sentir, olhar, contemplar, deixar-se transformar e agir” são passos que estamos aprendendo a dar, a partir da espiritualidade francisclariana. São espaços de transcendência: é a vida que está palpitando. Aqui recordamos a reflexão que fizemos no ano passado, em preparação ao Capítulo Geral e Provincial: Que novos brotos de vida estamos vendo surgir em nossa realidade? E em quais deles estamos investindo as nossas energias? Em que medida a espiritualidade francisclariana está nos potencializando para ouvir os gritos da terra ferida?

Prosseguindo, voltamo-nos para o muro ao redor da casa, onde estavam afixados muitos cartazes de todos os Gritos dos Excluídos, desde o seu início, como também da caminhada das CEBs, da luta dos indígenas, dos movimentos pela conquista da terra e dos clamores da juventude. Cada participante foi lendo o tema e o lema de cada grito, cada luta, cada clamor por justiça e paz, pela vida da terra e tantos outros. Esses gritos expressam o grito de Deus: “Eu vi a situação do meu povo, ouvi seus clamores e desci para libertá-lo”. É preciso estarmos atentas/os a esses espaços de revelação de Deus. “Deus chama a gente para um momento novo”, de escuta e de compromisso. Qual é a nossa resposta?

Outro momento muito significativo foi quando completamos a caminhada e chegamos ao “espaço inter-relacional”, onde Francisco e Clara nos receberam de abraços abertos, em um lindo crachá, e nos desejaram Paz e Bem! E na troca dos crachás, trocamos também outros símbolos, abraçamo-nos e celebramos a bênção e a partilha do pão e do vinho. Comunhão com Deus, com o mundo e entre nós!

Após essa densa celebração introdutória ao tema, Irmã Tereza abriu para a partilha das impressões, dúvidas e acréscimos ao texto lido com antecedência. Foi muito destacada a nova compreensão do significado da mística e da espiritualidade, e a diversidade de caminhos onde encontramos a presença misteriosa de Deus. A partir dessa interação, Irmã Tereza aprofundou as reflexões e o texto com novas luzes e perspectivas. Depois de tudo isso, é claro que não faltou um gostoso almoço, bem francisclariano, com muita simplicidade e sabor.

Na parte da tarde nos organizamos em cinco grupos para refletirmos:

O que hoje sacia nossa sede de Deus? Em quais cântaros: comunidades, grupos, pessoas, lugares, celebrações, encontramos água viva para alimentar e fortalecer nossa fé e nossa caminhada? Que provocações o dia de hoje está trazendo para a nossa vivência?  

A reflexão e a partilha dos grupos mostrou o interesse e a busca dos/as participantes e suas inquietações na vivência da espiritualidade e da mística nos dias atuais, assim como a importância da desconstrução e reconstrução de imagens e concepções de Deus e da espiritualidade, apreendidas ao longo da vida, para adentrar em um outro espaço: o do Espírito.

Irmã Tereza ressaltou que o Espírito nos pede libertação de amarras, que o coração precisa se libertar de tudo aquilo que não combina com o Espírito, que é fonte de liberdade. Um dos grandes desafios para nossa espiritualidade, hoje, é alargar os espaços de vida e de humanidade, os espaços éticos. Francisco disse: “Acima de tudo, os irmãos e as irmãs desejem possuir o Espírito do Senhor”.  E o Espírito é dinamismo, é graça, é busca da vida, é construção da irmandade!

O encontro teve uma avaliação positiva por parte de todas e todos, tendo como proposta, entre outras, a continuidade e o aprofundamento da espiritualidade no dia a dia e não só nos encontros e retiros.

Maria Elizabeth Resende – Simpatizante Belo / Horizonte-MG

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Arte: Lenita Gripa

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