Minha vocação começou desde cedo. Considero que meu ponto de partida foi a 3ª Missão Jovem organizada pela Pastoral da Juventude de Santa Catarina e realizada em Navegantes, no ano de 2011, onde encontrei irmã Eunice Berri e lhe falei sobre meu desejo de ser irmã.
Eu me sentia inquieta e me perguntava: será que tenho coragem de andar por toda parte, de voltar-me para qualquer um, mesmo naqueles lugares e junto àquelas pessoas às quais me parece impossível? Será que eu me contento em esperar, sentada, dentro de casa, sem fazer nada?Eu vivia num bairro que era considerado “perigoso”. Aquela realidade de tanta violência me deixava pensativa. O que fazer? Então surgiu o chamado para uma vida diferente. Nessa busca e inquietação, contei com o apoio de meu pai e da comunidade.
Meditando sobre o texto que fala sobre o encontro de Jesus com a Samaritana, me perguntei novamente: será que sou capaz de identificar os poços de hoje, aqueles lugares, aquelas perguntas e aquela sede das pessoas?
A minha maior prova era dar um passo a mais em minha caminhada vocacional, morar com as irmãs. Os encontros com outras jovens e a oração foram me despertando e tornaram o chamado mais intenso. Desse poço fui bebendo e saciando a minha sede, tendo mais clareza sobre minha escolha.
Outro poço que me fortaleceu foi a experiência de participação, desde casa, na comunidade local: na catequese dos coroinhas, nas visitas aos doentes, na liturgia, nos grupos de reflexão e de jovens.
Morando com as irmãs em Rio do Sul, SC, desde fevereiro de 2013, em várias experiências encontrei água viva: no trabalho voluntário junto aos idosos na Conferência São Vicente de Paulo, no ministério da catequese, na participação no grupo de jovens e, principalmente, na convivência com as irmãs e outras jovens aspirantes.
Água prometida e procurada é água viva, fresca e pura, é aquilo que ajuda a mulher Samaritana a reconhecer sua verdadeira identidade, sua vida e seu futuro.
A água viva que busco me leva a uma descoberta pessoal mais profunda, alimenta minha fé e me faz feliz. Essa água vem da fonte que é Deus, que existe dentro de mim e fortalece a minha vocação e missão.
Às vezes me pergunto: Será que ir em busca dessa água não vai complicar minha vida? Não será uma escolha que me joga contra corrente e me torna estranha aos olhos dos meus próprios amigos e familiares? Com certeza, pois muitos de meus amigos e familiares ainda são contra a minha escolha, mas eu quero seguir Jesus que diz: “Eu não vim para os sãos, mas para os doentes...” (Mc 2,17). Aqui estou para servir os doentes de hoje: idosos e crianças que precisam de um carinho, de uma atenção, de alguém que os ouça. E como diz um canto vocacional: “A decisão é tua...”!
Alice Antunes dos Santos
Postulante da Província Santa Clara de Assis
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