Conheça a história Vocacional de Irmã Ivonete Gardini
“Senhor, Tu me olhaste nos olhos e a sorrir pronunciaste meu nome”... Ivonete, VEM E SEGUE-ME”!
Minha vocação foi cultivada no seio da minha família e da comunidade. Lá, junto com meus pais e irmãs, Deus me chamou. Era o ano de 1982. Um primeiro chamado foi participar do grupo vocacional. Um início assumido com todas as energias que uma adolescente possui. Foi através do grupo vocacional, das reflexões sobre vocação, dos cantos do ano vocacional, da profissão definitiva de uma irmã, que aconteceu na comunidade, do testemunho, da doação e a alegria das Irmãs, que senti Deus me olhando e me chamando. Algo marcante também, foi uma encenação na qual eu era a jovem que estava tentando descobrir sua vocação, e diante do crucificado recebeu a resposta: “É isto que eu quero. Quero ser livre para amar a Deus, serei religiosa, escolherei Cristo como meu único valor na Vida”. Sem muito compromisso, partilhei com as irmãs o apelo que estava sentindo. Fui bem acolhida, porém, precisava esperar, pois era nova. Engajei-me mais na vida da comunidade e as irmãs sempre próximas e interessadas em me acompanhar.
Nossa vida é cheia de encontros, e de repente senti algo diferente: estava interessada em um garoto. Comecei a perder aquele elã, aquele gosto de participar dos encontros vocacionais e fui me afastando e abandonando a vontade de responder ao chamado de Deus para a vida religiosa. Terminei a 8ª série, parei de estudar e comecei a trabalhar. Levava uma vida não diferente das moças de minha idade. Gostava muito de me divertir, de dançar e namorar. Passei pela experiência do namoro e mesmo “amando”, sempre dizia a ele que queria ser irmã. Mas ele nunca acreditou. Deixei que o tempo se encarregasse. Pedi muito a Deus para que me mostrasse o plano que Ele tinha para mim. Ficava sempre mais claro, que não era o casamento.
Novamente, o jeito das irmãs atuarem na comunidade voltou a chamar a atenção. Sentindo que não dava mais para continuar a enganar a Deus, a mim mesma e as pessoas, resolvi romper o namoro, para melhor saber o que Deus estava pedindo de mim. Voltei a estudar, a participar com mais intensidade da vida da comunidade, da liturgia, do grupo de jovens. A professora de Ensino Religioso era uma Irmã Catequista Franciscana. Fui me aproximando e num determinado dia, criei coragem e perguntei-lhe o que precisava fazer para ser irmã. Ela pergunta se eu queria ser irmã. Então, abri meu coração. Partilhei o que estava pensando e estava sentindo. A partir desse momento, assumi meu desejo de ser irmã e recebi o apoio delas. Minha família e muitas pessoas duvidaram, pois diziam que eu não tinha nada de irmã, que eu era alegre, extrovertida e por que não dizer, sapeca. Logo, em seguida fui convidada para participar de um estágio vocacional na fraternidade de Guaramirim, SC. Isso ajudou a clarear minha opção e me animei a entrar no colégio com as irmãs no ano seguinte. Senti que não podia mais adiar. A partir desta decisão, minha família começou a dar apoio.
Em fevereiro de 1988, deixo trabalho, comunidade e família e ingresso no juvenato. Dúvidas incertezas, medos, perseguiram toda minha caminhada, contudo, sempre encontrava resposta, força, ânimo na pessoa e no Projeto de Jesus Cristo. Sempre me perguntava: Senhor, por que chamas justamente a mim para Te seguir?
Hoje, depois desta caminhada feita, renovo minha disposição de tomar a cruz e seguir a Jesus, convencida de que uma “vocação acertada é a certeza de uma vida feliz”. Peço as bênçãos de Deus e que Ele continue a olhar com ternura a obra, que Ele mesmo começou em mim, para que eu possa continuar vivendo com intensidade, coragem, desprendimento e generosidade o meu SIM, pois tenho certeza de que o “Espírito do Senhor está sobre mim, pois me escolheu, me ungiu e me enviou”.