Cicaf

Faço minhas as palavras de Maria Soave: “Onde estão teus pés, aí está teu coração”!

E é quando começo a compreender que somente o amor é capaz de nos ajudar a entender os mistérios do seguimento de JESUS CRISTO em nossa vida. A cada amanhecer, sinto que uma nova aurora desperta de braços abertos acolhendo-me com um convite a renovar o meu sim como peregrina e hospede neste chão. Um sim dado com alegria, humildade e disposição, mesmo com tantas limitações. É a Santíssima Trindade que se torna  caminheira e fecunda  nossa vida e missão junto ao povo, nos assentamentos e no escritório do Projeto “Dando as Mãos” na cidade de Rondonópolis/MT.

Faço reverência a cada dia, desde que aqui cheguei. Quero viver como hóspede nesta terra sagrada na dinâmica de Êxodo capítulo 3: “Tire as sandálias, pois o chão em que pisas é sagrado”. Coloco-me, cotidianamente, como caminheira e aprendiz junto ao povo mato-grossense, me sinto provocada a uma grande mudança e aceitação do que dentro de mim tenho como “conceitos e preconceitos”. É no entrelaçar dos trabalhos, encontros e desencontros, no cotidiano, que entro em contato com minha miséria humana. Neste contato de corpo a corpo, sabor à sabor, é que o parto vai acontecendo. E o mistério do encontro com o Crucificado vai se revelando.

Bendita seja a Divina RUAH, que faz morada na simplicidade e alegria deste povo. Todo este período em que tenho estado como caminheira na associação, que tem como sonho: OUTRO MUNDO POSSIVEL, pautada nos princípios da ECONOMIA SOLIDÁRIA, tenho alimentado o desejo de ser imã do povo, e perceber que não é o muito fazer ou saber que fará sentido na vida deles. Mais sim, o testemunho, o ser irmã.

 Hoje tenho claro que a missionária deve estar sempre de prontidão, disposta a mudanças, deslocamentos e cheia de coragem para enfrentar as intempéries do tempo. Quando somos enviadas a um lugar, precisamos deixar que nosso espírito realmente esteja inteiro junto ao povo. Quando chegamos a determinado lugar é preciso que deixar o coração se renovar neste chão sagrado e com os ouvidos atentos captar os sinais da presença divina. Posso dizer que tenho aprendido a cultivar o jeito de ser mulher indígena guerreira, orante, com os pés na realidade e tendo no coração tantos assentamento dessa região. Eles tem me ajudado a firmar-me a opção de vida e profissionalmente. “É isso que eu quero, é isso que eu desejo de todo meu coração”. 

Quero SEGUIR JESUS CRISTO, COMO FRANCISCO E CLARA NA FORMA DE VIDA DAS IRMÃS CATEQUISTAS FRANCISCANAS - IRMÃ DO POVO, VIVENDO NA POBREZA, CASTIDADE E OBEDIÊNCIA. ME SINTO UMA MULHER JOVEM, FRÁGIL MAS, DISPONÍVEL E  NO CAMINHO,  CONSAGRO MINHA VIDA A DEUS, REALMENTE POR AMOR. Como uma mãe quer dar a vida por seus filhos e filhas na gratuidade vida, eu também estou disposta a gerar vida neste mundo em mudança.

  “Eu vim Para que Todos Tenham Vida e a Tenham em abundância”. 

Rosana Ferreira da Cruz - Juniorista da PSTMJ