O diálogo é exigência evangélica e vocação franciscana! Foi isso que percebemos com clareza nos três dias de estudo sobre “Diálogo ecumênico e inter-religioso”, assessorado por Irmã Luzia Sena, fsp, e “Diálogo na perspectiva franciscana”, orientado por Irmã Terezinha A. Sotopietra. Éramos trinta e quatro irmãs e dois padres e nos reunimos em Laurentino, SC, nos dias 27 a 29 de janeiro.
Irmã Luzia iniciou sua reflexão mostrando como a religião é entendida, hoje, no contexto pós-moderno. A multiplicidade atual de visões de mundo originou também diferentes formas de compreender, expressar e vivenciar o sagrado e a relação com o Transcendente. Nesse contexto, as religiões não desaparecem, mas se recompõem e se reorganizam de formas diversas e originais, para responder às novas demandas e preferências. Isso geralmente é feito de maneira individual e pouco ou nada institucionalizada, o que resulta num grande pluralismo de possibilidades, fazendo as grandes religiões perderem sua hegemonia.
Foi visto também que o cristianismo primitivo não era homogêneo, mas contou com várias formas de expressão, muitas vezes gerando sérios conflitos. O diálogo, a abertura ao diferente e o discernimento evangélico por parte das comunidades e pastores foram sempre grandes exigências.
A assessora se deteve mais sobre o ecumenismo. Após esclarecer o conceito, apresentou uma boa fundamentação bíblica e através de documentos eclesiais. Acrescentou os passos mais significativos da caminhada ecumênica pós-conciliar.
Toda a temática foi trabalhada de maneira simples e clara, misturando informação, orientações práticas, partilha de experiências e iluminação sobre atitudes e espiritualidade.
Irmã Terezinha A. Sotopietra ajudou a refletir sobre o diálogo na perspectiva franciscana. Destacou que a grande contribuição dos franciscanos e franciscanas para o diálogo é o testemunho vivo de uma autêntica espiritualidade. Depois apresentou o coração da espiritualidade ecumênica franciscana: a fraternidade; a reconciliação; a pobreza e gratuidade; a conversão.
A reflexão continuou através de textos das Fontes Franciscanas, focalizando vários aspectos do diálogo de Francisco: com os pobres/leprosos, com Clara de Assis, com os não-cristãos, com membros do clero, com o lobo de Gúbio, com todas as criaturas.
As celebrações, preparadas de forma criativa e dentro da temática, ajudaram a cultivar o espírito de diálogo que deve se manifestar nas diferentes situações do nosso cotidiano e no exercício de nossa missão.
