Inicia esta semana um giro de duas semanas na Europa sobre as comunidades indígenas Guaraní-Kaiowá do Brasil. A delegação é integrada por Flávio Vicente Machado, coordenador do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Regional de Mato Grosso do Sul, e pelo líder Eliseu Lopes (foto), da comunidade de Kurusu Amba, membro do Movimento Aty Guasu (a Assembleia Guaraní-Kaiowá, que é a mais alta autoridade política tradicional) e da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB).
O povo indígena Guarani-Kaiowa luta há mais de 40 anos para recuperar seus territórios ancestrais e assim viver em conformidade com sua cultura e suas tradições, longe da fome, da má nutrição e da pobreza, lutando por seu direito à alimentação e por outros direitos humanos relacionados. "Inclusive com perseguições e com a falta de condições, a luta não se detém, estamos buscando nossos direitos", afirma o membro da delegação Guaraní-Kaiowá Eliseu Lopes.
A delegação se reunirá com autoridades de alto nível em Genebra, Suíça, e Bruxelas, Bélgica, para tornar visível a violência que as comunidades Guaraní-Kaiowá têm enfrentado devido à sua luta por seu direito ao território, sensibilizar os órgãos políticos da União Europeia (UE) sobre a aplicação das diretrizes da UE sobre os defensores dos direitos humanos, ademais de buscar apoio para a luta dos Guaraní-Kaiowá, e aumentar a consciência pública sobre essa questão.
Lopes dará uma declaração oral para o programa dos povos indígenas na 27 ª sessão do Conselho de Direitos Humanos. A delegação participará de um evento paralelo "A luta dos Guaraní-Kaiowá no Brasil por seus territórios e contra a fome", co-patrocinado pela FIAN Internacional, CIMI, Franciscans International e Swiss Church Aid (HEKS). A delegação depois se reunirá com representantes das missões estatais e com as equipes dos relatores especiais sobre o Direito a uma Alimentação Adequada e sobre Defensores de Direitos Humanos, entre outros, e com outros representantes da sociedade civil.
Em Bruxelas, as principais atividades incluirão eventos públicos e um debate com os cidadãos belgas e europeus, reuniões com organizações não governamentais e trabalho de imprensa. A delegação também apresentará seu caso ante os membros do Parlamento Europeu, bem como aos representantes do Serviço Europeu de Ação Exterior (SEAE), e participará de um debate público após a projeção do documentário "El lado oscuro del verde" ["O lado escuro do verde, em tradução livre para o português].