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26 Maio 2015
Liduína! O chão que pisas é sagrado!

Neste Ano Jubilar, o Caminho tem sido memória, inspiração, vivência e projeção de futuro. Fazer memória agradecida da estrada percorrida nestes cem anos de história missionária, ilumina nosso presente para vivê-lo com maior paixão e nos dá esperança para um futuro de profecia como pessoas consagradas. É este também o desejo do Papa Francisco para a vivência mais intensa do Ano da Vida Consagrada.

Recordar nosso passado nos remete “às sandálias gastas” porque caminhantes no chão das terras de Rodeio e arredores, nos inícios de nossa família religiosa.  Pés caminhantes, são o indicativo e a motivação para nossa missão itinerante no hoje de nossa história. Com esta inspiração fundante, queremos lembrar os pés, os passos, as caminhadas, as romarias e sobretudo as sandálias gastas de Irmã Liduína Venturi. Já se vão 49 anos de sua partida que lembramos neste 28 de maio, mas tão presente é sua vida e seu exemplo. Tão presentes seus passos e seu testemunho. Tão perto de nós e tão falante seu compromisso.

Características de Liduína? São tantos os depoimentos que afirmam e confirmam uma personalidade leve e terna, uma presença materna e jovial, um olhar penetrante e contemplativo, uma espiritualidade eucarística e atenta aos sinais, uma bondade e um sorriso largos, próprios de quem ama e está cheia de Deus.

Assim era Liduína! Coração cordial do Deus amor!  Coração que, ao cultivar profunda intimidade com o Mestre Jesus a quem seguia com paixão, encheu-se d´Ele, até transbordar em doação e serviço numa missão comprometida e muito próxima do povo a quem amava por inteiro.

Esta paixão colocou Liduína no caminho.  Além da dedicação à escola e à catequese, Liduína descobriu um jeito de “estar” numa presença sempre nova junto ao povo. Fazia longas caminhadas para ir ao encontro, para visitar, aconselhar, consolar, para rezar, porque: “Pôr-se a caminho, partir, sair é próprio de quem ama. Sair, partir, pôr-se a caminho é próprio de quem foi tomado pelo amor. Partir é um partilhar, um repartir! A nossa vida é um caminhar, abrir veredas, caminhos; é oferecer a boa notícia da presença do Senhor entre nós; proclamar a proximidade do Reino de Deus” (D. Leonardo U. Steiner - 14/01/15).

A itinerância em Liduína foi marcante. Se as distâncias eram longas, se havia empecilhos, se a saúde não lhe ajudava... nada a detinha, pois lá, do outro lado, um irmão/ã a aguardava. E como Jesus, partia para o encontro com o povo... porque: “Liduína era muito povo. Gostava de bater longos papos quase sempre na língua italiana....” (Irmã Ana Possamai). E respondendo a uma pergunta de frei Ary Pintarelli em nov/1965), assim disse Liduína:

“Trabalhávamos em condições precárias e andávamos diariamente quilômetros a pé em péssimas estradas, para chegarmos a nossos locais de trabalho”*. 

E nos lembra D. Leonardo:

“Com Amábile e Maria, partiu Liduína com disponibilidade, generosidade e suavidade de quem leva vida nova, esperança e consolo. Sim, eram mulheres admiravelmente joviais, gratuitas, como camponeses que vivem do trabalho de suas mãos e do cultivo generoso de uma missão. Apressadamente, incansáveis, prodigas, generosas. Havia nelas uma agilidade própria de jovens que servem à mesa dos necessitados.

Colocaram-se a caminho de modo admirável: simples, pobres, despojadas, alegres, menores, gratuitas! Essa gratuidade as manteve a caminho”!

E tudo isto, apesar das durezas e percalços do início como a própria irmã Liduína deixou registrado:  “Foram duros, muito difíceis os primeiros anos, quando até parentes e amigos procuravam demover-nos do propósito de trabalhar pelo reino de Deus. Fomos acatadas por parte de uns, recebidas com desconfianças e reservas por outros. Fomos até desprezadas e perseguidas.”

Olhando esta página de nossa história, que inspiração oferece e que desafio nos lança a alegre e incansável itinerância das três primeiras irmãs, a nós que, cem anos depois, vivemos e experimentamos todas as facilidades e comodidades da pós modernidade?

A Divina Ruah que insiste em continuar sua missão de iluminar, esclarecer e  conduzir, nos mantenha nos caminhos, nas veredas, nas trilhas, nas estradas, vielas, becos e ruas que nos conduzem aos preferidos de Deus!

A seguir, para podermos sintonizar com o dia da ressurreição de Liduína, - 28 de maio - transcrevemos o que segue:

“Dia 28 de maio de 1966, véspera de Pentecostes, aos 72 anos de idade, Irmã Liduína partiu dessa terra para a casa do Pai. Naquele dia de manhã, como de costume, comungara e tomara seu café. Pouco depois do café, começou a sentir-se cada vez mais fraca. Continuava, porém, muito lúcida. Falava e entendia. Perguntou pela volta da Madre (irmã Olivia Paterno). Lembrava-se com certeza do pedido que ela lhe fizera ao se despedir. Irmã Honorata Stédile, que fazia parte do conselho como Assistente, encheu-se de coragem e disse: “Irmã Liduína, a Madre ainda não chegou, mas estou no lugar dela e dou licença para a senhora morrer”. Impressão ou realidade, o fato é que irmã Liduína reavivou-se feliz por uns instantes e logo entrou em estado de coma. Eram mais ou menos onze horas da manhã...

As irmãs, ao redor do leito, vendo que a irmã Morte chegara pronta para acolher a Irmã Liduína, que continua tranquila e plácida, começaram as orações dos agonizantes. Eram 14h e 30min, quando Irmã Liduína, serva boa e fiel, modelo e pilastra da Congregação, entregou sua alma a Deus.

No dia seguinte, solenidade de Pentecostes, celebrou-se Missa de corpo presente. Missa do Espírito Santo. Cor vermelha, símbolo do amor. Símbolo do sangue doado em benefício dos irmãos. Como soava certo o pedido da oração do dia: “Que possamos gozar sempre da consolação do Senhor.  Para Liduína tratava-se de consolação-recompensa, para as outras irmãs consolação-promessa”.

Nota: Textos do Livro de Irmã Augusta Neotti – Liduína Venturi: Mulher de Sorriso Evangelizador, pg. 37 e 44.

Informações adicionais

  • Fonte da Notícia: Irmã Dalvina Maria Pedrini

Comentários  

#1 Anaide Luzani 11-06-2015 21:13
Um belo relato com conteúdo da vivência religiosa!

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