Nos dias 28 a 31 de janeiro de 2016, estivemos à beira do poço-Fonte de água viva. Irmãs de 26 a 42 anos de profissão religiosa, na Casa Paz e Bem – Curitiba – PR, onde aconteceu o “X Encontro na Fonte,” o primeiro do segundo centenário da Congregação. Estavam presentes Irmãs de todas as províncias, provenientes de todas as regiões de missão no Brasil, bem como da Guatemala, Chile e de Angola.

Aproximamo-nos da Fonte com as perguntas: de onde vens? Pra onde vais? Para onde volto? Que novo carrego? Duas vertentes da fonte preencheram nossos corações nestes dias: a Palavra de Deus e o Carisma Francisclariano.

O encontro teve por finalidade revigorar a vivência da Vida Religiosa Consagrada, alimentar na fonte o modo francisclariano de viver e aprofundar relações de irmandade. Para isso, contamos com a assessoria de Irmã Zenilda Petri, da Congregação das Irmãs Franciscanas de São José e de Irmã Delir Brunelli, Catequista Franciscana.

A Fonte nos oferece água que jorra da Palavra de Deus e do carisma francisclariano. Na fonte bíblica, partindo da personagem Agar, percebemos que nem sempre temos memória agradecida do passado, por vezes temos a memória ferida. Às vezes é preciso contar para curar e reassumir a própria vida. Durante a caminhada encontramos águas amargas, mas somos desafiadas a transformá-las em água doce.

A Bíblia nos apresenta a água como presença de Deus. O poço bíblico é o lugar do encontro com “aquele que vive e me vê” (Gn 16,6-16). O nosso Deus é um Deus vivo que age nos acontecimentos e na história. E a Samaritana o descobre junto ao poço de Jacó (Jo 4,1-42). Na caminhada da vida há pedras que impedem chegar ao manancial da água da vida. Há também sede, desejo profundo de encontro com essa água. Há necessidade de busca, trabalho constante. As pedras e as águas amargas do caminho não nos podem desviar do verdadeiro e primeiro amor.

Na fonte Francisclariana fomos convidadas a rever a própria vida, a contemplar e irrigar a nossa fonte sob a ótica de São Francisco e Santa Clara de Assis. Fomos interpeladas a olhar a pobreza de Jesus, a forma como Jesus escolheu para ser humano. A pobreza de Jesus mostra toda a realidade do pobre e sua realidade de exclusão e sofrimento; a considerar a humildade. Utilizar também a mente. Que proposta Jesus nos traz? E contemplar a caridade. O amor sem limites levou Jesus a morrer na Cruz. A contemplação é uma forma de olhar o mundo e acolher os acontecimentos com critérios de fé.

Sentimos a força e a interpelação dos dois projetos assumidos neste centenário da Congregação: Educação em Angola e com os povos Indígenas Guarani Kaiowá/MS como resposta de atualização do carisma e do grito que vem de uma realidade de sofrimento, de discriminação e esquecimento da própria sociedade.

E por fim, o grande apelo: olhar com gratidão o passado. Viver com paixão o presente e abraçar com esperança o futuro. Pois, “não temos apenas uma linda história para contar, mas uma grande história para construir” (VC 110).

“Com gratidão lembramos as três primeiras irmãs. Seu testemunho anima a caminhar”. Cheias de sonhos e esperança deram um sim. Essa foi a resposta que mudou a sua história. Fizeram de suas vidas uma oferta singular. E a partilha solidária foi a força nas ações de cada dia. Sua resposta nos inspira em nosso sim.

Somos agradecidas a Deus por estes dias junto à Fonte e pela iniciativa da Congregação em proporcionar esse tempo de revigoramento e volta às nossas origens, à fonte primeira. Sentimos de perto o carinho e o afeto das Irmãs da Casa Paz e Bem que muito se esmeraram para que esses dias fossem bem vividos. Neste ambiente tudo fala do Espírito Francisclariano.

Nosso abraço sororal.