A Semana dos Povos Indígenas deste ano estará abordando os seus desafios no contexto global, Nossa Casa Comum Ameaçada- Povos Indígenas: Sementes de Solução e Fontes de Esperança.
Em nome do “desenvolvimento” a implementação de mega empreendimentos tem desrespeitado a forma de organização dos povos tradicionais garantida pela Constituição Federal, bem como causando danos irreparáveis, a Nossa Casa Comum.
Alguns pontos mencionados no folder da Semana dos Povos Indígenas 2016:
- - Antes massacrados pela colonização e seus efeitos, pela “guerra justa”, pela ditadura, agora atingidos pela tragédia causada pelas gigantes da mineração Samarco, Vale e BHP (Mario Krenak).
- - Na Bahia, sem água nem pra beber, “Temos que beber água imprópria para o consumo, contaminada. Nossas crianças estão adoecendo e morrendo” (Estevão Pataxó).
- - Expulsos para as periferias das cidades, enfrentam o agravante de além de terem sido expulsos de seus territórios tradicionais tem negados os direitos ao acesso a saúde e educação.
Empreendimentos nocivos são discutidos e aprovados sem consulta ou permissão das comunidades, incontáveis vezes os povos através se suas organizações se opõe a tais feitos, porém não são considerados em suas ponderações, pelo contrário sofrem com as consequências desastrosas das ações geradas pelas Mineradoras, Madeireiras, monoculturas, construções de barragens.
“Vivemos um momento difícil, em que os grandes empreendimentos ditam as regras no país sem considerar pessoas, direitos e culturas. O agronegócio vem ocupando mais e mais territórios. As demarcações pararam, e as terras que já estão demarcadas vivem ameaças constantes e abandono do Estado. Indígenas são assassinados, seja por violência direta, seja pelo descaso com a saúde, e não há nenhuma providência”, Sônia Guajajara à relatora da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Direitos dos Povos Indígenas, Victoria Tauli-Corpuz em virtude de sua visita ao Brasil.
Não nos conformemos com o que tem nos transmitido a mídia tendenciosa a favor daqueles que tem usam o dinheiro para promover morte e injustiça, à custa da morte de crianças vítimas da desnutrição e negligência dos serviços de saúde, morte de lideranças, espancamento de idosos, estupros de tantas meninas, famílias destruídas pelo uso de álcool e drogas, suicídios de tantos jovens pela falta de perspectiva de vida, comunidades que sofrem ataques de pistoleiros, tem seus barracos incendiados, enfim.
Mesmo frente a todos esses desafios a RESISTÊNCIA DOS POVOS é o que os mantém no caminho em busca por vida digna na luta pela demarcação de seus territórios, acesso as políticas públicas, tendo a sua organização tradicional respeitada, mantendo assim a incubadora das sementes de soluções e as fontes de esperança irrigando os pulmões do nosso país que tem sua maior parte em terras indígenas.
“Karosakaybu (Deus) deixou esta terra para nós, para que nós cuidemos dela e ela cuide e alimente nosso povo” (Juarez Munduruku), frente a tamanha sabedoria as convido a entoar “eu louvo e te bendigo oh Pai com este hino revelas os teus segredos aos simples e pequeninos”. Que em nossas orações possamos pedir que a justiça seja feita e se converta em Vida Plena a todos os nossos irmãos e irmãs indígenas.
Extraído do texto Semana do Povos Indígenas 2016, Nossa Casa Comum Ameaçada- Povos Indígenas: Sementes de Solução e Fontes de Esperança, adaptado por Mayara Arguello.
