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28 Junho 2016
Afinadas com Jesus Cristo

Partilhamos, com alegria, um pouco do retiro que fizemos em Laurentino, no período de 20 a 25 de junho. Foi um momento de bênçãos e graças especiais. O retiro foi orientado por Frei Adelino Pilonetto, OFMCap, com o tema: O seguimento de Jesus. Em cada dia, tivemos um momento inicial de oração em comum, seguido de uma palestra orientadora. No restante do tempo, a reflexão e a oração eram individuais, culminando sempre com a celebração Eucarística. O orientador se colocou também à disposição para atender individualmente a quem solicitasse.

No retiro, disse o assessor, somos instadas a deixar o ritmo das atividades costumeiras, para nos dispormos mais livremente às confidências interiores. É fundamental cada uma dar-se conta onde mesmo está existencialmente e celebrar os momentos situados, com gratidão, pois o melhor ponto de partida é sempre aquele em que se está.  Verificar o próprio clima interior: que valores encara; que tipo de caminho percorre rumo ao futuro.

Temos que despertar nossa afeição por Jesus Cristo e nos afinar com Ele, porque é Ele quem faz a cristã e o cristão. A afeição por Jesus Cristo se dá pela Palavra do Evangelho e pela Oração. Orar é olhar para Jesus, amando. É bom sempre nos perguntarmos: como anda minha afeição por Jesus Cristo? Pedir a graça da afeição e da oração e deixar-se conduzir pelo Espírito Santo. Crer ou não crer é fundamental para a vida cristã e para o seguimento a Jesus Cristo. Em que Deus eu creio? É em Jesus Cristo? Ou às vezes me deixo guiar, dando mais valor às coisas vãs? Uma coisa é certa: Vou configurando o meu ser de acordo com o Deus no qual eu creio.

O texto de Isaias 50,4-6 também nos ajudou a fixar nossos olhos em Jesus. De olhos fixos em Jesus e no seu rosto misericordioso, podemos individualizar o amor da Santíssima Trindade. A missão que Jesus recebeu do Pai foi a de revelar o mistério do amor divino na sua plenitude. “Deus é amor” (I Jo 4, 8 -16). Esse amor tornou-se visível e palpável em toda a vida de Jesus. A sua pessoa não é senão amor, um amor que se dá gratuitamente. Os sinais que realiza, sobretudo para com os pecadores, as pessoas pobres, marginalizadas, doentes e atribuladas, decorrem sob o signo da misericórdia. Tudo Nele fala de misericórdia. Nele, nada há que seja desprovido de compaixão. Em todas as circunstâncias, o que movia Jesus era apenas a misericórdia, com a qual lia o coração dos seus interlocutores e dava resposta às necessidades mais autênticas que tinham (a viúva de Naim – Lc 7,15; o endemoninhado de Gerasa – Mc 5,19; a vocação de Mateus – Mt 9,9-15; e outros).

A própria vocação de Mateus se insere no horizonte da misericórdia. Ao passar diante do posto de cobrança dos impostos, os olhos de Jesus fixaram-se nos de Mateus. Era um olhar cheio de misericórdia, que perdoava os pecados daquele homem e, vencendo as resistências dos outros discípulos, escolheu a ele, pecador e publicano, para se tornar um dos doze. Jesus olhou Mateus com olhar amoroso.

Nosso Deus é um Deus que “olha”, que “vê”, que se compadece: Deus viu que isso era bom, que sua obra era muito boa (Gn 1,12-31). “Eu vi a aflição de meu povo...” (Ex 3,7-8).

O olhar de Deus sobre o mundo e sobre as pessoas “desceu” em Jesus, encarnou-se nele. Ninguém viu Deus, mas um dia vimos Jesus. Quem me vê, vê o Pai. Se Deus existe é parecido com Jesus. Olho a Jesus para entender a Deus.

O que movia Jesus era a misericórdia... Deixe Jesus fixar os olhos em você. Como me sinto com o olhar de Jesus? Não temos compromisso com o êxito, mas sim com o empenho em servir a Deus e fazer o que lhe agrada. Conhece-se o profeta pelos seus frutos.

O salmo 103 nos levou a degustar Deus em sua essência: Deus é Amor. Deus é Misericórdia. Jesus Cristo é o Rosto da Misericórdia do Pai.Deus sempre foi Misericórdia, mas nem sempre fomos adequados anunciadores seus, desfigurando-O de vários modos. Agora, com o papa Francisco, voltou com força a linguagem do Evangelho: Deus é Misericórdia e seu rosto é Jesus de Nazaré. A misericórdia é o coração do Evangelho. Olhemos para Jesus inteiro e veremos o Rosto da Misericórdia – o Pai.

No Batismo, Jesus vive uma experiência formidável. Conduzido pelo Espírito e procurando saber o que Deus espera dele, é batizado. Saindo da água, sente-se cheio do Espírito e ouve a voz do Pai: “Tu ÉS o meu Filho amado, em ti eu me agrado” (Mc 1,10-11; Mt 3,16-17; Lc 3,21-22; Jo 1,32-34). Deus mostra-se um Pai próximo que dialoga com Jesus para desvendar-lhe seu mistério de Filho: Tu és meu Filho.

O Espírito Santo é todo voltado para Jesus. Ele glorifica a Jesus e dá testemunho Dele. Faz recordar o que Jesus fez e conduz os seguidores no caminho de Jesus. Com Jesus somos conduzidos pelo Espírito. Ele cria afeição por Jesus e por sua Palavra. Por ser “alguém”, um Tu pessoal, o Espírito Santo deseja relações conosco. Podemos “resistir-lhe” (At 7,51), “entristecê-lo” (Ef 4,30), “mentir-lhe” (At 5,3-4) ou até “apagá-lo” de nossa vida (1Tes 5,19). Mas igualmente podemos alegrar-nos Nele, como Jesus (Lc 10,21), acolhê-lo e deixar-nos conduzir por Ele (Rm 8,14); podemos até nos tornar sua morada (1Cor 3,16). Para alegria nossa, o Espírito Santo está sempre perto de quem deseja sua companhia e produz frutos em nós. Ele nos convida a permanecer com Jesus no caminho que desce.

Na lógica de qualquer sistema, todos procuram subir, mas Deus escolheu descer. Deus olha sempre para baixo, onde estão suas criaturas.Na Criação, na Encarnação, na Vida oculta e pública, na Paixão e Cruz – e na Eucaristia – em tudo, é sempre Jesus no caminho que desce, onde se esvazia, se despoja e se dá. Para estar com Ele, só no caminho que desce. Aos apóstolos que esperavam “subir", faturar vantagens com Jesus, Ele os ensina a descer, a lavar os pés, a servir, a tornar-se últimos – induzidos pelo amor. O caminho da minoridade assumida por Jesus foi expresso simbolicamente no lava-pés.

O Filho de Deus entrou em nosso Planeta pelas portas de um estábulo, foi expulso pela porta execranda da cruz e permanece na Eucaristia, perpetuando seu esvaziamento, entrega e serviço.

Sua vida insegura de itinerante o aproxima dos indigentes. Vive praticamente como um deles, sem teto e sem trabalho estável. Vive entre os excluídos. Convida o grupo de seus seguidores a fazer o mesmo. Andaram descalços, viveram da solicitude de Deus e da hospitalidade das pessoas. Como os indigentes. Entre os excluídos é o seu lugar.

“Jesus percorria a Galileia proclamando a boa notícia do reino de Deus e curando toda enfermidade” (Mt 4, 23; 9,35; Mc 1,39; Lc 6,18). “Ungido por Deus com a força do Espírito Santo, passou fazendo o bem e curando os oprimidos, porque Deus estava com Ele” (At 10,38). Jesus se aproxima das pessoas sem exclusão. Quer apenas mostrar que Deus não abandona os últimos, é seu defensor e exige de nós que “sejamos compassivos como o Pai é compassivo” (Lc 6,36; Mt 5,48). Jesus lhes mostra que a miséria não tem origem em Deus, é antes um escândalo: Deus quer nos ver felizes e sorridentes. E quer deixar bem gravado no coração de todos: os que não interessam a ninguém interessam a Deus. Os que sobram têm a Deus como Pai.

O que mais provocou escândalo e hostilidade contra Jesus não foi o acolhimento aos impuros e, sim, a amizade que demonstrou aos pecadores. Nunca havia acontecido algo parecido em Israel. Participando de suas refeições, Jesus lhes oferece sua amizade e os liberta da vergonha e da humilhação, resgata-os da marginalização, e desperta neles o sentido da própria dignidade. Essas refeições têm caráter terapêutico. São refeições alegres e festivas. Bebe-se vinho e, possivelmente, entoam-se cantos. No íntimo de seu coração, Jesus celebra com alegria o retorno dos “perdidos” à comunhão com o Pai. Assim Deus se torna uma notícia e não uma ameaça. Estas refeições são um autêntico “milagre” que os vai curando por dentro. A acolhida de Jesus lhes dá força, inclusive para se reconhecerem pecadores. Já não precisam esconder-se de ninguém, nem sequer de si mesmos.

Jesus vive a partir da experiência de um Deus Pai. Assim Ele O percebe em suas noites de oração, e assim O vive ao longo do dia. Um Pai que cuida até das criaturas mais frágeis e faz nascer o sol sobre bons e maus, dá-se a conhecer aos pequenos, defende os pobres, cura os enfermos, procura os perdidos.

Jesus nunca esqueceu sua experiência do Jordão. Cuidou sempre de sua comunicação com Deus, no silêncio e na oração. Costuma retirar-se para orar. Procura pessoalmente o encontro íntimo e silencioso com o Pai. É o encontro pelo qual suspira seu coração de Filho, a fonte da qual necessita beber. Aprendamos com Jesus a percorrer o caminho da oração.

Informações adicionais

  • Fonte da Notícia: Irmãs Gessy P. Doff-Sotta e Viola Feltrin

Comentários  

#3 Ana Maria Vicente Soares 03-07-2016 11:12
Parabéns irmas por esse momento de parada e reflexão para fixar-se no olhar de Jesus. É esse olhar que mantem nossa missão viva. Não podemos nunca desviar o olhar dos rostos desfigurados de nossas comunidades. São os rostos das crianças e adolescentes, dos jovens da periferia que estão morrendo, das mulheres que sofrem violência doméstica e urbana, dos povos indígenas que perdem suas terras, da população de rua que morrem de frio enquanto a especulação imobiliária aumenta. Enfim é o olhar fixo no Senhor assim como fez Clara e Francisco, que conseguimos ser fieis ao Projeto de Jesus.
#2 Maria de Jesus Rodrigues Lima 01-07-2016 20:55
Irmãs que bom o novo momento de intimidade em grupo com nosso Irmão Jesus Cristo. Muito bom a revitalização, pois gera mais vigor na opção de vida que temos e na missão que exercemos.
Avancemos pois, com coragem e alegria.
Ir. Maria de Jesus
#1 Irmã Eliza Schafaschek 29-06-2016 13:04
Minhas queridas irmãs. Sim, Jesus Cristo é o centro e o orientador de nossa vida interior. As felicito por tão profundo retiro. Continuemos enamoradas de Jesus Cristo.
Um abraço a cada uma.
Ir. Eliza

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