Nos dias 19 a 20 de junho de 2016, em Laurentino/SC, realizou-se o Encontro Ampliado do SAV (Serviço de Animação Vocacional) da Província Santa Clara de Assis. No dia 18, todas tiveram a oportunidade de participar da Festa Junina com as irmãs da fraternidade Maria de Nazaré, preparada pelos jovens da comunidade de Laurentino. Formou-se uma grande família: crianças, jovens e adultos da comunidade, irmãs idosas, as fraternidades vizinhas, as pessoas que trabalham conosco... Impressionou ver as meninas, filhas de uma das cozinheiras, maquiando todas/os que chegavam, com um carinho e um jeitinho especial.

No dia seguinte, com muita disposição e com desejo de iniciar os trabalhos, fomos acolhidas por Irmã Maria Diva Schiochet, ministra provincial, que destacou o artigo 77 das CCGG: “Cada uma de nós, individualmente e em fraternidade, nos empenhamos na formação de comunidades cristãs, de onde possam surgir vocações para os diferentes ministérios. Realizamos a tarefa de despertar, cultivar e animar estas vocações pelo testemunho de vida, pela oração, pela palavra e por um trabalho organizado e integrado na pastoral da igreja local”.

Com esta motivação, fomos convidadas a agradecer a Deus pela sua presença amorosa, pedindo: “conduz-me diretamente à fonte, a fonte que simplesmente, gratuitamente jorra desde teu coração apaixonado pela vida. É esta a transformação que te peço, que eu seja capaz de relativizar o jarro de argila que sou, e priorizar a fonte de água viva que és Tu” (Irmã Márian Ambrósio).

Ir. Eunice Berri introduziu a temática do encontro contando uma pequena história: “Os irlandeses têm o costume de enterrar a última brasa incandescente do dia, debaixo de uma grossa camada de cinza, durante a noite, para poder iniciar o fogo rapidamente no dia seguinte. Eles também levam o fogo de uma casa para outra. Quando os jovens se casam ou quando as famílias se mudam levam uma brasa viva da lareira para iniciar o primeiro fogo na nova residência. Eles sabem que nenhuma fogueira dura para sempre e que o novo fogo deve vir de algum outro lugar”. A VR precisa fazer a mesma coisa, se quiser entregar para o grupo que virá o melhor que conseguiu construir até aqui – o fogo sagrado do carisma.

Em seguida, convidou-nos a ler, refletir e aprofundar, em grupos, o texto “Tecelagem da Solidariedade para a Vida”, de Irmã Márian Ambrósio, idp, reflexão realizada na Assembleia da UISG em Roma, no dia 13 de maio de 2016, e apresentar para o plenário os pontos mais significativos, em vista de nossa caminhada como Irmãs Catequistas Franciscanas.

Alguns aspectos da partilha dos grupos:

 * A VR é a força de um como. É nossa forma de fazer, nosso jeito de seguir Jesus que confere significado a nosso ser religiosa de vida apostólica. A profecia é a palavra mais forte e mais intensa para expressar esse conceito – o como.

 * Somos tecelãs ou máquinas? A tecelã tem diante dos olhos e de seu coração a pessoa a quem vai aquecer, valorizar, dignificar. A máquina desumaniza, se preocupa com a quantidade, quer estar sempre ocupada.

 * As jovens que nos veem, que entram em nossas casas, encontram, máquinas ou tecelãs?

• Tomemos consciência de que nossa forma de viver o carisma pode ser a melhor maneira que as pessoas e a sociedade ainda têm para ler o Evangelho.

De muita valia foi o momento pessoal, para contemplar toda essa realidade trabalhada, com as seguintes perguntas:

O que me encanta no seguimento de Jesus Cristo?

O que em mim pode encantar as jovens para seguir Jesus Cristo, do jeito da Irmã Catequista Franciscana?

Refletimos sobre o itinerário vocacional como processo. Esse texto já havíamos estudado nas fraternidades. “O itinerário deve ser o sinal de que a ação vocacional exige uma profunda caminhada entre as etapas despertar, discernir, cultivar e acompanhar, marcando entre elas o início, o meio e o fim da caminhada vocacional. O processo, por sua vez, acontece nesse caminho, e se desenvolve a partir das relações que incluem conhecimento mútuo, diálogo, partilha de vida, acolhimento, celebração, exercício de memória orante, opção pessoal e compromisso missionário” (Irmão Márcio Henrique, marista). É importante e necessário compreender o que acontece em cada momento; ajudar a vocacionada/o a viver com intensidade cada passo, encontrar clareza e consciência diante de suas escolhas na vida.

A visita feita às irmãs Franciscanas de Maria Auxiliadora, em Xanxerê, por Irmã Eunice Berri e Irmã Cecília Mensor, para conhecer a experiência sobre Serviço de Animação Vocacional, foi de uma riqueza muito grande. A partilha feita apontou caminhos e novos horizontes para nossa missão vocacional.

• Se eu, irmã, não animo a outra irmã a ser fiel em sua vocação, não estou vivendo a minha consagração. Qual é o meu compromisso de encanto???
• Viver a consagração é dar testemunho vocacional. Animação vocacional não é só entregar material, é testemunho de Vida.

No dia seguinte, a articuladora do SAV na província, Irmã Cecília Mensor, apresentou as atividades que foram realizadas em nível de província e o que temos ainda previsto para este ano, como também as propostas do nosso Plano Quadrienal para a continuidade do SAV.

Na avaliação, todas foram unânimes em dizer que esse momento veio enriquecer nossos conhecimentos e experiências, e responder às expectativas no sentido de confirmar que a Animação Vocacional é a vivência de nossa Consagração.