“Sou Missionária sou Povo de Deus. Sou índia, cabocla, mestiça, fazendo da vida missão”
Na mesma dinâmica do movimento das águas nesta região foi se dando a chegada das irmandades do Núcleo Manauara em São Gabriel da Cachoeira para alguns dias de convivência, estudo, partilha e celebração da vida em missão.
Quanta espera, alegria, risos, festa e acolhida no encontro de cada grupo que gradativamente foi chegando.
E com esse espírito a irmandade de São Gabriel da Cachoeira foi acolhendo as irmandades de Itamarati, Manaus, Iranduba. E a ciranda da irmandade ficou ampliada com a presença das irmãs: Edilúcia de Freitas, Maria Aparecida Furlani, Jucilene Miranda da Silva e da noviça Fabiula Souza.
Este tempo de convivência terá três momentos bem significativos para nós:
- O sonhado curso sobre a vida e cultura dos povos do Rio Negro nos dias 21-24;
- O encontro do Núcleo Manauara, 25-26;
- A animação vocacional nas comunidades da cidade e dos rios em preparação a profissão religiosa da noviça Fabiula no período de 28/07-09/08.
A abertura do curso foi marcada pela dança das postulantes (05 indígenas, 01 do Acre, 02 do continente africano: 01 do Congo e a outra de Angola) com ritmo da região. Com a saudação em suas diversas línguas: português: “Bom dia minhas irmãs, padres, paz e bem!”; tucano: “Atiahti musa pa’ya numia, pa’i. E’katira me’ra mi’sare põteri!” e francês: “Bonjour a tous”, nos convidaram a adentrar na diversidade cultural com sua beleza e desafios.
Além das irmãs e postulantes, participam do curso o Padre Girlei-MSC e Deusimar, coordenadora da comunidade e amiga do Carisma.
Na assessoria do tema: “Homens e Mulheres Indígenas contemporâneos do Rio Negro: Trajetória antropológica, linguística e cultural” contamos com a alegria, simplicidade e sabedoria do padre Justino Sarmento Rezende-SDB, indígena do povo Tuyuka, nascido na aldeia Onça-Igarapé, Distrito de Pari-Cachoeira, município de São Gabriel da Cachoeira-AM.
A reflexão de hoje nos levou a contemplar os vinte e três povos indígenas da região do Rio Negro, conhecer a diversidade cultural, com 18 línguas faladas, sua vida, desafios, sonhos e esperanças. Percebemos como os antepassados construíam e transmitiam o conhecimento e o cuidado com o humano e com a biodiversidade. Padre Justino nos questionou: como nós percebemos e sentimos os povos indígenas nos tempos atuais, diante dos desafios da pós-modernidade que interfere na vida e nas culturas?
Esse curso é para nós, Irmãs Catequistas Franciscanas, um momento de Deus em nossa vida e missão. Nos desafia a abertura da mente e do coração para acolhermos o diferente e as diferenças. Neste chão sagrado nós queremos ser irmãs de tantos povos tecendo relações de interculturalidade. Porém, sem perder nossas raízes.
Com esperança navegamos nestas águas, na busca de melhor compreendermos a nós mesmas, a vida, as culturas e a missão.
Rezem conosco!
Comentários
Abraço de Paz e bem!
Um grande Abraço!