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21 Dezembro 2016
Cultivar e guardar a Criação

 com plantio de Sementes Crioulas

como Patrimônio Genético e Produção agroecológica sustentável

Como enfrentar a grande investida das empresas transnacionais na disseminação das sementes transgênicas, híbridas e infestadas de veneno? O agronegócio é o maior traficante da biodiversidade, da negação da cultura e dos saberes populares.

Para contrapor a essa ação destruidora, o Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido (FPCSA), vem desenvolvendo em inúmeras comunidades do Piauí o projeto “Sementes da Fartura”, com o objetivo de orientar e motivar as famílias camponesas a cultivarem sementes crioulas, ou seja, sem uso de agrotóxicos e mudanças genéticas produzidas em laboratório. As comunidades que aderem ao projeto constroem uma Casa de Sementes, aonde as famílias armazenam as sementes crioulas e trocam entre si, vendem e distribuem para outros grupos interessados. Assim, tornam-se guardiães da Criação de Deus, como fala o Papa Francisco em sua encíclica “Laudato Si”.

As Sementes crioulas também chamadas sementes da resistência, são indispensáveis para o fortalecimento da agricultura familiar de base agroecológica, para a segurança alimentar e nutricional em nossas comunidades.

Toda comida esta relacionada à cultura de um povo, as sementes são guardadas para manter nossos hábitos culturais, a destruição da cultura destrói a semente, e a destruição da semente, destrói a própria cultura, destrói a vida.

A Comissão Pastoral da Terra (CPT), que é membro do FPCSA, através da CPT da Arquidiocese de Teresina iniciou neste ano o projeto junto à comunidade Apolinário, município de Miguel Alves-PI. Num primeiro momento houve a formação para as famílias. E no dia 16 de dezembro pp, debaixo de uma abençoada chuva, regando a terra sedenta, aconteceu a Celebração Natalina com a distribuição de sementes crioulas de fava branca, doadas pela Comunidade Faveira de Pedro II, para plantio.

A idéia é que o projeto prossiga com a seleção de outras sementes crioulas que as famílias já cultivam, e que seja organizada em breve uma Casa de Sementes da Fartura na própria comunidade, como referência para outros grupos.

Estas e outras iniciativas, aparentemente insignificantes para um mundo globalizado, é uma forma de remar contra a maré, e incentivar ao cultivo e consumo de alimentos livres de agrotóxicos, que possibilite mais qualidade de vida e contribua na salvaguarda da criação. 

Informações adicionais

  • Fonte da Notícia: Ir. Ana Lúcia Corbani - CPT – Arquidiocese de Teresina

Comentários  

#1 Maria de Jesus Rodrigues Lima 22-12-2016 20:31
Ir. Ana Lúcia Corbani, que maravilhosa investida. Esta é também uma ação que fortalece as lutas "para que toda as pessoas, sobretudo as empobrecidas, tenham vida e vida mais plena.

Parabéns aos participantes, articuladores e proponentes deste Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido (FPCSA). Que estas ações as quais estão se desenvolvendo nestas comunidades do Piauí, sejam fortes e alcancem o objetivo proposto.

Abençoados sejam toda as pessoas que semeiam a BOA SEMENTE!

Boas Festas!!!

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