"...O ensejo a fez tão prendada
Ela foi educada pra cuidar e servir
De costume, esquecia-se dela
Sempre a última a sair ...
E eis que de repente ela resolve então mudar
Vira a mesa, assume o jogo
Faz questão de se cuidar...
A despeito de tanto mestrado
Ganha menos que o namorado
E não entende porque..." (Pitty)
Comemorar o dia 8 de março é comemorar as lutas e as conquistas de muitas mulheres que nos antecederam. É lembrar as operárias americanas que morreram queimadas numa ação policial reivindicando a redução da jornada de trabalho; as mulheres que lutaram para ter direito de frequentar escolas e instituições de ensino superior; direito de voto; direito de candidatar a cargos públicos; a criação de centros de autodefesa, para coibir a violência contra a mulher; o surgimento da Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher – DEAM, dentre outras conquistas.
De acordo com o IBGE 2013, no Brasil, as mulheres são maioria da população, passaram a viver mais, têm tido menos filhos, ocupam cada vez mais espaço no mercado de trabalho e, atualmente, são responsáveis pelo sustento de 37,3% das famílias.
Mesmo sendo a maioria, as mulheres que começaram a luta há muitos anos pela conquista de seus direitos, ainda tem muitos desafios. A discriminação, o preconceito, as desigualdades sociais, a perda de direitos, a violência, ainda estão presentes.
É perceptível o crescimento da mulher no mercado de trabalho, como também é perceptível a situação de desigualdade de oportunidades. Recentemente, o deputado Janusz Korwin-Mikke, afirmou no Parlamento Europeu, que as mulheres devem ganhar menos do que os homens pois são "mais fracas, mais pequenas e menos inteligentes". Assim pensam milhares de pessoas, inclusive algumas mulheres que foram ensinadas que lugar da mulher é, em casa, cuidando da casa, dos filhos e obedecendo aos seus maridos.
A violência contra a mulher é outro fator que exige muita atenção. Os dados compilados no Dossiê Violência contra as Mulheres apontam que no Brasil, estima-se que cinco mulheres são espancadas a cada 2 minutos. Mesmo com o avanço na legislação que persegue e pune os agressores, as mulheres ainda enfrentam muitos desafios para denunciar e muitas delas não denunciam por causa do medo, da insegurança e do desamparo.
O Centro de Defesa da Vida Irmã Hedwiges Rossi - CDVIDA, é uma Obra Social da Diocese de Duque de Caxias, que teve seu início em agosto de 1998, por iniciativa de duas Assistentes Sociais da Congregação das Irmãs Catequistas Franciscanas, Eunice Berri e Maria Lunardi, com o apoio do então Bispo Dom Mauro Morelli.
Surgiu num contexto de altos índices de violência doméstica e pouca visibilidade da temática na sociedade, sendo a primeira instituição do estado do Rio de Janeiro a intervir na prevenção, no enfrentamento, e no atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar. Constituiu-se como referência no atendimento das mulheres em situação e/ou vítimas de violência doméstica, bem como na formação com vistas à prevenção e articulação política. Tem desempenhado um importante papel para dar visibilidade a temática, na conquista de políticas públicas, no enfrentamento das causas da violência de gênero, doméstica e familiar contra mulheres e na promoção da Cultura de Paz.
O CDVIDA abraça a causa das mulheres na luta pela conquista de seus direitos. Embora muitas conquistas tenham sido alcançadas, há muito ainda que progredir para eliminar a discriminação, o preconceito, as desigualdades sociais, a violência e aumentar a participação feminina nas atividades políticas, econômicas e culturais.
Ao celebrar o dia 08 de março queremos nos unir às mulheres que saem pra rua na luta por dignidade e vida, que corajosamente protestam contra toda forma de violência e as reformas do governo.
Recordamos com alegria as mulheres consagradas, “irmãs do povo”, profetizas da esperanças e sinal luminoso neste mundo marcado pela violência, machismo e discriminação.
Parabéns a todas nós mulheres!
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Um abraço