“Os que ensinam a muitos a justiça brilharão para sempre como estrelas no céu” (Dn 12,3).
No mês de fevereiro de 1936, na comunidade de Santa Margarida, Salete, SC, uma família ansiosamente aguardava a chegada de mais um filho ou filha. No dia 28, uma linda menina sorriu para a vida! Com o mesmo sorriso, carregado de gratidão e ternura, esta menina foi acolhida pela mãe, Adelina Oenning, e pelo seu pai, José Gustavo Oenning.
A família sempre teve uma intensa participação eclesial e soube educar os filhos e filhas na fé e nos costumes cristãos. Emma não foi a única a escolher a Vida Religiosa Consagrada. Sua irmã mais velha, Paula Oenning, já havia feito a mesma escolha.
Ainda muito jovem, com 13 anos, Emma foi para Rodeio, SC, com o desejo de ser Irmã Catequista Franciscana. Apoiada pelos pais e demais familiares, no dia 27 de janeiro de 1950, iniciou sua nova experiência. Permaneceu em Rodeio por cinco anos, preparando-se para consagrar-se a Deus na Vida Religiosa. E chegou o grande e esperado dia! No dia 14 de janeiro de 1955, as Irmãs Catequistas Franciscanas acolheram com festa mais um grupo que assumiu sua Forma de Vida.
No mesmo ano, Irmã Emma Oenning foi enviada em missão a Tubarão, SC, onde fez sua primeira experiência missionária, dedicando-se aos trabalhos pastorais na paróquia e assumindo a catequese.
Irmã Emma deixou sua marca como Irmã Catequista Franciscana em muitas comunidades de Santa Catarina: Rodeio, Tubarão, Presidente Getúlio, Rio do Sul, Trindade em Florianópolis, Rio do Campo e Laurentino. No Rio de Janeiro, esteve durante muitos anos em Duque de Caxias. No Maranhão, atuou em Bacabal e, no Paraguay, em Puente Kyjhá.
Emma foi uma apaixonada animadora da catequese, como coordenadora paroquial ou diocesana. Era incansável quando se tratava de acompanhar as/os catequistas e lhes oferecer oportunidades de formação, através de encontros, seminários, oficinas e assembleias. Preparava tudo com muito cuidado. Foi também Coordenadora Diocesana de Pastoral.
No âmbito interno da Congregação atuou na formação de jovens para a Vida Religiosa e no ministério da coordenação provincial, como conselheira e ministra. Como toda Irmã Catequista Franciscana, dedicava tempo também aos trabalhos domésticos, hortigranjeiros e de jardinagem.
Os pequenos, pobres, simples, desamparados e desassistidos sempre tiveram a preferência na dedicada missão de Irmã Emma. Seu espírito missionário falava alto! Emma não media esforços para atender aos que mais precisavam de ajuda. Destacou-se nestes serviços em todos os lugares onde trabalhou e viveu. Não esperava que viessem pedir ajuda, percebia a necessidade e ia ao encontro. Era ela quem os descobria!
Irmã Emma era mulher corajosa. Não temia transgredir leis quando se tratava de facilitar a vida das pessoas e das próprias irmãs. Foi a primeira irmã da Província a tirar o hábito religioso, quando trabalhava no Maranhão, lugar de muito calor. E veio sem ele para o Sul, para surpresa de muitas irmãs. De maneira simbólica, mostrou que a renovação conciliar, em curso naquele momento, era bastante ampla e atingia todos os aspectos da vida religiosa, inclusive aquele de um traje mais adequado.
Na Semana Santa, Irmã Emma foi internada no Hospital Regional Alto Vale, em Rio do Sul, e, para surpresa de todas/os, seu estado foi se agravando sem que os médicos conseguissem revertê-lo. Faleceu nessa noite e será sepultada hoje, dia 23, após a celebração da Esperança às 16h, em Laurentino.
Irmã Emma, você que sempre intercedeu pelos mais fracos e indefesos: agora interceda por nós junto ao Deus da Vida, para que possamos ser fiéis ao projeto do Pai e darmos os passos certos na reorganização da congregação!
Descanse na paz do Senhor!
Comentários
Obrigada pelo seu testemunho!!!
“Conheci Irmã Emma quando era postulante em Rodeio.Chegou de Bacabal -MA e passou slides sobre o Maranhão ressaltando a vida missionária.Fal ava com tanto amor do trabalho que nos incentivou na missão com os empobrecidos.Ir mã Emma foi uma irmã que todas/os queriam por perto.Ela sabia responder as dúvidas com sabedoria e rara inteligência.Pa ra ela cabe o titulo de missionária.Nun ca fugiu dos desafios mas enfrentou-os com coragem. Deixou abundantes sementes que, com certeza, darão frutos em muitas vidas e comunidades. Do céu, irmã Emma, ajude-nos a bordar sonhos de vida e missão”.
Abraço, Ana Tontini
Maria
Nós, irmãs do Nordeste lhe agradecemos imensamente por seu testemunho missionário quando foste das primeiras a pisar este chão sagrado e tão machucado pela exploração, em 1964. Interceda agora por nós que aqui continuamos o que começaste. Hoje, em Teresina, fizemos o lançamento do livro CONFLITOS NO CAMPO 2016, da CPT. A violência contra a mãe terra, a irmã água, e os pequeninos de Deus cresce assustadorament e. Não podemos nos acomodar. Não podemos nos acovardar. Não podemos nos calar. Obrigada por tudo Ir. Emma!
Você nos testemunhou durante muitos e longos anos, que viveu intensamente sua missão... "POR CAUSA DE UM GRANDE AMOR"!
Agora o Amor a recebe entre os "Benditos do Reino". Vai, nossa irmã com nossa Gratidão e interceda a favor de nossa fidelidade como Discípulas Missionárias.
Abraço especial a todas as irmãs da província Santa Clara de Assis.
Emma , voce foi as pressas encontrar-se com o Senhor e foi com Ele celebrar a Vida, celebrar a páscoa da ressurreição.Ol he por nós, olhe pelo povo brasileiro.
Sejamos luzes.....aos sofredores.