pg incial 2018

Você está aqui: HomeNotíciasMulheres e a Ressurreição
20 Abril 2017
Mulheres e a Ressurreição

“Então o anjo disse às mulheres: “Não tenhais medo! Sei que procurais Jesus, que foi crucificado.Ele não está aqui! Ressuscitou, como havia dito! Vinde ver o lugar em que ele estava. Ide depressa contar aos discípulos que ele ressuscitou dos mortos, e que vai à vossa frente para a Galileia. Lá vós o vereis. É o que tenho a dizer-vos”. (Mt 28,5-7)

As primeiras anunciadoras da ressurreição eram mulheres, Marias... Que boa notícia trouxeram!

No contexto histórico e social de Jesus geralmente as mulheres eram marginalizadas pelo simples fato de serem mulheres! Não passavam de propriedade, que pertenciam primeiro ao pai, e, depois do casamento, ao marido, não tinham autonomia, nem sequer eram contadas entre os habitantes. Eram desacreditadas, sem voz, sem direitos. Eram culpabilizadas pela esterilidade e o adultério entre outras coisas.

Ao dar a missão de primeiras anunciadoras da ressurreição as mulheres, Jesus estabelece uma experiência do Reino de Deus de igualdade entre homens e mulheres. Restitui assim a sua integridade, a sua dignidade. Resgata o respeito e a humanidade que lhe são devidas. As pessoas não são objetos, as mulheres não são objetos! Têm voz, têm vez, têm direitos... Também são filhas de Deus, feitas à sua imagem e semelhança.

Em nossa atual sociedade também presenciamos diariamente comportamentos machistas, misóginos e preconceituosos que naturalizam a violência contra a mulher e ainda a culpabilizam.

A mídia noticia constantemente casos de violência contra a mulher, mas nos últimos dias notícias de violência, assédio e machismo envolvendo pessoas famosas geraram muita polêmica. Se a uns causou assombro, em outros provocou manifestação de apoio.

A denúncia de agressão da então mulher, grávida, do cantor sertanejo Victor Chaves foi noticiada gerando surpresa a muitos fãs. Como pode um homem que encanta com suas músicas, bonito, inteligente, carismático e de classe social elevada agredir uma mulher?!  A notícia tem levado muitas pessoas a acreditar na inocência do cantor e a culpabilizar a sua mulher. O apoio ao cantor na grande maioria é de mulheres.

Outro caso que também saiu nos noticiários envolve o ator José Mayer que assediou uma figurinista. O ator tentou justificar sua ação no seu processo de sociabilização, ele diz-se “ser fruto de uma sociedade” que naturaliza e banaliza brincadeiras de cunho machista e abusivas contra as mulheres. Será José Mayer vítima de uma geração machista? Não se deu conta das lutas para eliminar a cultura de violência e objetificação das mulheres? Quantos homens com a mesma faixa etária são respeitosos para com as mulheres. Nenhuma violência tem justificativa, a violência contra a mulher também não.

Por último, o caso de relação abusiva estabelecida por um casal na ultima edição do programa Big Brother Brasil. Se transmitia ao vivo, diariamente, pela Rede Globo agressões psicológicas e físicas contra sua parceira, e, conforme noticiado, o participante já teria agredido verbalmente outras mulheres.

É inaceitável que esse tipo de comportamento seja visto como natural, que as pessoas ainda não tenham se conscientizado que violência contra a mulher é crime, é caso de polícia! O pior é justificar a agressão e ainda responsabilizar a mulher por tal. “Teria provocado”, “era chata, mimada”, “estava pedindo”... Esses são alguns julgamentos pronunciados em relação a esses casos. Repetimos a violência não tem justificativa. Nos perguntamos, então,  por que questionar a vitima e não o agressor? Eis uma expressão da desigualdade de gênero, expressão de que as mulheres continuam desacreditadas, desrespeitadas.

Concordamos a com Juíza Roberta Araújo, do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 6ª Região, em Recife - PE, que afirmou: “A verdade é que a Rede Globo coisifica as mulheres, naturaliza a violência, os abusos e assédios, incentiva o desrespeito, ridiculariza o papel e a posição da mulher e subalterna nossa dignidade”. Mas observamos que não só a Rede Globo, toda a mídia e a nossa sociedade continuam a tratar as mulheres como coisas, aceitam a violência doméstica e familiar como natural e exacerbam a subalternidade das mulheres com relação aos homens.

A nossa fé não pode ser descolada de nossa realidade. Ela é libertadora, deve gerar vida e não pode endossar a cultura da morte, do preconceito e da desigualdade.

É nossa missão de cristãos católicas/os anunciar e celebrar a ressurreição junto com as mulheres, Marias, com total respeito, igualdade e dignidade.

Não a relações abusivas! Não a coisificação da mulher! Não a subalternidade da mulher! 

Informações adicionais

  • Fonte da Notícia: Por: Ir. Fátima Pereira e Raquel Narciso - Equipe CDVida.

Comentários  

#1 Maria de Jesus Rodrigues Lima 23-04-2017 15:25
Irmãs, este caminho que leva a ressurreição é é vital, porém também passa pela cruz. E vocês mais uma vez, apontam o caminho.
É tempo pascal! É hoje de combater tudo que não é vida! A vida está entre nós! Parabéns pela reflexão.

Adicionar comentário


Código de segurança
Atualizar

Direção
Isabel do Rocio Kuss, Ana Cláudia de Carvalho Rocha,
Marlene dos Santos e Rosali Ines Paloschi.
Arte: Lenita Gripa

Serviços - logo branca
JFC

Congregação das Irmãs Catequistas Franciscanas
Rua Des. Nelson Nunes Guimarães, 346
Bairro Atiradores - Joinville / SC – Brasil
Fone: (47) 3422 4865