“O franciscano (a) é sempre um enviado pelos diferentes caminhos do mundo. Esta é a nossa vocação evangélica: ‘Seguir as pegadas de Nosso Senhor Jesus Cristo’, até nos identificarmos profundamente com os seus mistérios”.
Nos dias 10 a 14 de junho de 2019 aconteceu em Laurentino – SC, o Retiro Franciscano orientado pelo Frei João Carlos Karling, OFM, tendo como tema os 800 anos do Encontro de São Francisco de Assis com o Sultão do Egito. O retiro favoreceu momentos de reflexão, silêncio e oração. Vinte e sete irmãs participaram, sendo 26 da Província Santa Clara de Assis e uma irmã da Congregação das Irmãs da Santíssima Trindade.
Ao retomar o caminho feito por Francisco até o Sultão, fomos convidadas a olhar o nosso próprio caminho. As belezas e os desafios, encontros e desencontros ao longo da caminhada. Antes de chegar ao Sultão Francisco teve outros encontros que marcaram a sua vida como “o encontro e a escuta da palavra do ‘Cristo crucificado’ em São Damião; o encontro, o abraço e o beijo ao leproso; o encontro com o Evangelho, que alimentou sua paixão pela evangelização; o encontro com o lobo de Gubbio; encontros esses que o levaram a um encontro consigo mesmo. Isso nos mostra que para ir ao encontro do outro precisamos ir primeiro ao encontro de nós mesmos. Despojar-nos da “armadura” que, muita vezes, vestimos e que não nos permite ter o “encontro fraterno e o autêntico diálogo”. Em meio a guerra, Francisco de Assis e outro frei conhecido como Irmão Iluminado, se colocam a caminho em busca da paz, impulsionados pela força do Evangelho. Francisco se apresenta ao Sultão como Irmão Menor, sem armas, sem espadas, sem impor o seu conhecimento e a sua verdade. Se apresenta como instrumento de paz, aberto ao diálogo, acolhendo e respeitando o diferente, conquistando assim, a confiança e o respeito do Sultão.
Abrir-se ao diálogo é um desafio encontrado hoje, nas famílias, nas comunidades religiosas, na Igreja e na sociedade. O diálogo é o caminho para a paz. “É a linguagem da mística franciscana, que favorece o encontro, a escuta, o respeito e o perdão”. Antes de iniciar um diálogo é necessário se desarmar e se abrir para além de qualquer interesse pessoal.
O filme: “Homens e Deuses” nos levou a retomar mais uma vez a nossa caminhada e a decisão de entregar a nossa vida por um “Amor Maior”. O filme relata a história real de um grupo de monges da Ordem Cisterciense, que vivendo num monastério na Argélia em 1996, passaram a sofrer as constantes ameaças de fundamentalistas islâmicos da região predominantemente muçulmana, sendo pressionados a abandonar o país. O filme mostra a dificuldade encontrada pelos monges diante da decisão de salvar suas vidas ou estar com o povo que também sofre.
A ida de Irmã Fátima para Republica Dominicana foi lembrada todos os dias do retiro, mas com mais intensidade no dia 13, quando foi celebrada na missa em honra a Santo Antônio, a irmã recebeu o envio para a nova missão. Irmã Maria Diva, ministra provincial esteve presente nesse momento. Frei João Carlos ao recordar a vida de Santo Antônio falou dos meios que o Senhor usa para realizar seus planos e disse que o Senhor dá a luz necessária para cada passo que vamos dando. Na oração da noite muitas preces foram realizadas na intenção da irmã enviada.
Encerramos o retiro com o coração agradecido por esses dias tão iluminados. Retornamos para nos fraternidades revitalizadas e agradecidas por tantas graças recebidas ao longo desses dias e confiantes na Doce Trindade que caminha conosco.
