“E assim nos constituíste servas a caminho...” (Irmã Carmelita Zanella)
Neste dia de festa e celebração da Coordenadoria Irmã Álcida, recordamos os 36 anos da presença das Irmãs Catequistas Franciscanas em terras africanas! Foi em 15 de junho de 1983 que as irmãs Amália Cristofolini, Maria Müller, Clementina Fusinato e Zélia Pelizzoni chegaram em Angola. Hoje, voltamos nosso olhar, nosso coração e nossa mente para esta Terra Sagrada, onde Deus nos chama para uma missão especial.
Neste ano, em que celebramos os 800 anos do encontro de Francisco de Assis com o Sultão, somos convocadas a retomar nossa espiritualidade francisclariana e renovar nosso compromisso com a paz, o diálogo, a acolhida e o respeito com o diferente. Francisco vai ao encontro do Sultão, dos muçulmanos, com uma única finalidade: construir a Paz com atitude de diálogo e misericórdia. Mostrar e dizer que outro mundo é possível quando construído nas relações de irmandade, fraternidade e minoridade.
Em uma das nossas Linhas Inspiradoras assumimos “cultivar o modo francisclariano de viver, no cotidiano, tecendo relações de interculturalidade, comprometidas com a justiça socioambiental, a paz e a irmandade universal”. Sem dúvida, devemos começar e recomeçar a partir de nós mesmas. Tecer relações de irmandade na interculturalidade exige um movimento de saída. Saída de nós mesmas, da nossa casa, dos nossos costumes, das nossas compreensões, dos pré-conceitos ... e ir ao encontro do outro com atitude de abertura e diálogo como irmãs menores, desprovidas de tudo, superando inclusive as tendências pessoais.
Queridas irmãs da Coordenadoria Irmã Álcida! Ser missionária neste chão sagrado exige doação de tudo. Da própria vida. Colocar-se em condição de peregrinas. É preciso perseverança, conversão diária, oração, fé. Dispor-se a caminhar por uma estrada desconhecida com abertura para acolher as situações e condições que surpreendem.
Foi assim que irmã Álcida assumiu sua missão. Alegre e dinâmica, com uma dedicação incomparável, alimentava ideias elevadas a respeito do seu futuro de Irmã Catequista Franciscana. Em tão pouco tempo, deixou marcas profundas na missão em defesa dos direitos à educação integral tanto dos professores, como dos alunos. Com sua vivência e testemunho de diálogo, de acolhida e serenidade na construção de uma cultura de paz, nos incentiva a fazer o mesmo.
Benditos sejam os pés missionários que, hoje, pisam este chão de onde ressoa o gemido e o clamor da vida, da solidariedade, do respeito, da misericórdia, da justiça, da integridade, da inclusão... que na força da Divina Sabedoria, se fazem peregrinos e aprendizes da vida!
Benditos os corações inquietos, que se tornam presença comprometida, que acalenta o sonho da paz e de vida digna para todas/os e se faz serviço na pastoral da criança, nas comunidades eclesiais, junto aos retornados, nas escolas, nas ruas, nos projetos, nas irmandades.
Benditos os educadores e educadoras que, com criatividade e persistência, alimentam sonhos, facilitam processos de aprendizagem de forma inclusiva e libertadora.
Benditas as mãos que acolhem, acalentam, incluem, cuidam, nutrem, curam pessoas acometidas pela hanseníase.
Benditas jovens formandas, vindas de Angola e da República Democrática do Congo, que com seu modo de ser, sua alegria e dinamismo, trazem a novidade do Espírito para nosso jeito de ser Irmã Catequista Franciscana.
Benditas as Sementes do Carisma, que, compartilhando desse projeto de vida-missão, nos ajudam a encarná-lo e ressignificá-lo nessa realidade.
Nosso louvor e gratidão a Deus, às irmãs, às formandas, às sementes do carisma por toda esperança alimentada, por todo caminho percorrido, pela paz construída, por toda vida partilhada, transformada! A vocês, nosso abraço de ternura e comunhão!
A Divina Ruah renove em nós a esperança profético-missionária e, assim como irmã Álcida, vivamos com intensidade nossa vida-missão para florescer onde Deus nos coloca.
“Avancemos, juntas, com confiança e alegria!”
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