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10 Julho 2019
Fórum Franciscano para o Sínodo Pan-Amazônico

 

Sou missionário, sou povo de Deus, sou índio, caboclo, mestiço, fazendo da vida a missão.

Aqui nesta grande tapera, da Igreja Amazônica, sou mensageiro de um Deus que é irmão.

 

Cerca de cento e sessenta (160) Franciscanos e Franciscanas de todas as regiões do Brasil, a maioria da região Amazônica, da Bolívia e da Argentina, sendo nove (09) Irmãs Catequistas Franciscanas, reuniram-se num grande e fraterno encontro, para escutar, dialogar, discernir e celebrar com o “Sínodo Pan-Amazônico”. Um tempo de três dias, articulado e organizado pela Conferência da Família Franciscana do Brasil. O Fórum aconteceu em Manaus nos dias 04 a 06 de julho/19 e teve como tema: “Perspectivas e desafios para a Conferência da Família Franciscana do Brasil.”

Três dias que nos envolveram em encontros, na escuta e no diálogo: com os assessores do fórum; com a natureza e a criação na visita ao “Bosque da Ciência”; no contemplar o “pôr do sol” na Ponta Negra; no apreciar a dança do grupo de balé com a obra “Mensageiros de Francisco”; no ouvir as músicas do Grupo “Gaponga”, de Celdo Braga e equipe , e no celebrar Eucaristia no Santuário de Nossa Senhora da Amazônia e por final, a celebração no encontro das águas dos Rios Negro e Solimões, formando o Rio Amazonas.

E foi assim, que nos sentimos, franciscanos e franciscanas, convocados/as a “Amazonizar”, (verbo inventado, que precisa ser incluído na nossa linguagem): “verbo de ação que indica primeiramente um extenso e intenso processo de estudo e conhecimento da Amazônia. É preciso conhecer para amar, proteger e defender, evocam os clamores dos povos da Amazônia em praticamente todos os relatórios das Escutas Sinodais realizadas nas pequenas comunidades, nos fóruns amplos de debates nacionais e internacionais, nas Assembleias territoriais realizadas em todas as dioceses e prelazias da Amazônia”.

Ao convocar o Sínodo sobre a Amazônia, “o Papa Francisco quis colocar a Amazônia sob os refletores eclesiais, abraçando esse enorme território de nove países em que vivem 34 milhões de pessoas, entre as quais indígenas de 390 etnias, inclusive com mais de uma centena de “povos indígenas em situação de isolamento voluntário” (os quais, em sua grande maioria, não passam de uma dezena de pessoas cada um)”.

O Documento de trabalho em preparação ao Sínodo: AMAZÔNIA, novos caminhos para a Igreja e para uma ECOLOGIA INTEGRAL, apresentado por Dom Sérgio, Arcebispo de Manaus, nos propõe quatro objetivos para amazonizar a Amazônia: “Um Sínodo para CONHECER a riqueza do bioma, os saberes e a diversidade dos Povos da Amazônia, especialmente dos povos Indígenas, suas lutas por uma ecologia integral, seus sonhos e esperanças. Um Sínodo para RECONHECER as lutas e resistências dos Povos da Amazônia que enfrenta mais de 500 anos de colonização e de projetos desenvolvimentistas pautados na exploração desmedida e na destruição da floresta e dos recursos naturais; Um Sínodo para CONVIVER com a Amazônia, com o modo de ser de seus povos, com seus recursos de uso coletivo compartilhados num modo de vida não capitalista adotado assimilado milenarmente; Um Sínodo para DEFENDER a Amazônia, seu bioma e seus povos ameaçados em seus territórios, injustiçados, expulsos de suas terras, torturados e assassinados nos conflitos agrários e socioambientais, humilhados pelos poderosos do agronegócio e dos grandes projetos econômicos desenvolvimentistas”.

O fórum foi organizado com vários painéis: Cosmovisão Amazônidas, assessorado por Padre Justino Sarmento Rezende – SDB, indígena Tuyuka; Sínodo Pan-Amazônico e desafios para a Família Franciscana do Brasil, com Frei Luiz Carlos Susin, OFMCap; Mística e Profecia Franciscana, Frei Atílio Batistuz, OFM; Sínodo Pan-Amazônico e a Ecologia integral Franciscana, assessor Frei Florêncio Vaz, OFM. Dois testemunhos deram a tônica da encarnação da família franciscana na Amazônia: Frei João Messias – OFM, que testemunhou sua vivência com os Munduruku. Experiência missionária na Prelazia de Itaituba/Pará com mais de 58 comunidades indígenas que vivem com relação de pertença com a floresta, mas ameaçados pela extração de minérios e outros impactos socioambientais. Irmã Clarice Berri, Catequista Franciscana, falou sobre Mobilidade Humana em Assis Brasil/Acre, área de Fronteira entre Brasil, Bolívia e Peru.

Por fim, uma manhã no barco, sobre o “Encontro das Águas do Rios Negro e Solimões”, no balanço e na dança, na escuta e no diálogo, com bênçãos e unções celebramos e concluímos o fórum.

Como Francisco de Assis podemos cantar, louvar e pedir:

Louvado sejas meu Senhor, pela “nossa casa comum”, a “Irmã”, com quem partilhamos a existência; “Boa Mãe”, que nos acolhe nos seus braços; “Irmã e Mãe terra”, que nos sustenta, governa e produz, frutos flores, verduras. Louvado sejas..., pela nossa “Irmã e Mãe Terra” no “Coração da Amazônia”, tão generosa e bela “grande maloca”, onde a vida é tecida e interligada de cores, cheiros, sabores, saberes ancestrais”.

Louvado sejas..., pela “água bendita, sangue da Mãe Terra, elemento vital para a casa comum e para os filhos e filhas do seu ventre, gerando a ciranda da vida, com bênçãos e dádivas, que provêm da água e do fogo, do incenso e do urucum”.

Louvado sejas meu Senhor, pela “Amazônia ventre bendito, terra sagrada e abundante de graça e beleza, onde a mão do Criador modelou, um sistema vivo e vital, para a existência de toda a humanidade e desta “Casa Comum”, que nos acolhe como “ventre sagrado”, onde o Deus Criador, declarou que “tudo é muito bom”!

Vem ó Divino Espírito, que danças sobre a Amazônia, vem e ajuda-nos a “gestar o novo amanhã”, no resgate dos teus filhos e filhas, que sofrem “a grande tribulação de serem desterrados” de suas casas e suas terras, de suas tradições e seus costumes, do seu espaço vital do bem viver” e obrigados a se alojar nas periferias urbanas, na pobreza e na desigualdade.

Vem Divino Espírito, ajuda-nos a identificar novos caminhos de evangelização dos povos amazônicos, ao cuidado da ecologia integral, ajuda-nos a sermos mediadores da fraternidade universal, nossa vocação franciscana de fazer acontecer vida alegre, livre e feliz.

Como franciscanos que somos, acreditamos que: Tudo está interligado, como se fossemos um! Tudo está interligado, nesta “Casa Comum”. E professamos como irmãos e irmãs franciscanos/as o compromisso de assumir como “Ribeirinhos guardiães da nossa Casa Comum / Laudato Si’ é Francisco chamando um a um”!

Informações adicionais

  • Fonte da Notícia: Irmãs Maria Aparecida Furlani e Isabel do Rocio Kuss

Comentários  

#2 Alice Antunes 12-07-2019 19:10
Que rica partilha queridas irmãs, hoje mais que nunca precisamos estar atentas aos apelos que Deus nos faz! Sejamos profetizas da paz, do dialogo estando ao lado dos nossos irmãos e irmãs indígenas que contando com nossa ajuda e presença!

abraços em sintonia com cada irmã.
#1 Clarice Berri 11-07-2019 10:35
Ficou ótimo a elaboração da partilha do fórum Franciscano.
Assim mesmo que aconteceu com esta intensidade. Muito obrigada Aparecida e Isabel

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Marlene dos Santos e Rosali Ines Paloschi.
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