A Congregação das Irmãs Catequistas Franciscanas nasceu em 1913, a partir de uma brilhante e inovadora ideia de Frei Modestino Oechtering, então vigário de Rodeio/SC, comunicada ao pároco Frei Polycarpo Schuhen, que a considerou viável e a colocou em prática. A ideia foi chamar moças para dar aulas nas escolas paroquiais, que careciam de professores.
Frei Modestino, batizado com o nome de Julius, nasceu na Alemanha em 12 de fevereiro de 1879 e faleceu na Europa em 25 de julho de 1962, aos 83 anos. Trabalhou a vida toda no Brasil.
Ingressou na Ordem Franciscana em Harreveld, Província da Saxônia, em 1896. Como simples professor veio para o Brasil, chegando aqui a 4 de agosto de 1900. No mês seguinte, em Petrópolis, fez sua entrega definitiva e total ao Senhor, pela profissão solene.
Prosseguiu seus estudos, sendo ordenado sacerdote por Dom José Camargo de Barros, em Blumenau/SC, aos 21 de setembro de 1902. Dois anos depois, assumiu o serviço de cura d´almas (expressão da época para a vida apostólica). Desde então, passou quase toda a sua vida missionária no Sul da Província Imaculada Conceição do Brasil.
Em 1913, trabalhava em Rodeio, quando lhe veio a ideia de chamar moças para dar aulas nas escolas paroquiais. A partir de 1932, realizou seu trabalho missionário em Blumenau, Florianópolis e São Francisco do Sul. Atuou como Guardião da Comunidade dos Frades, Pároco, Vigário, Reitor de Colégio e Definidor da Província. Em São Francisco do Sul, gozava da simpatia dos marinheiros. Diariamente ia ao cais ver se havia algum doente a bordo, para prestar serviço e orientações.
O santinho impresso “in memoriam”, em sua terra natal, bem mostra o caráter de Frei Modestino. Nele está escrito: “Sua personalidade formou-se pelas forças e energias que emanavam de sua profunda fé, na oração contínua e, de modo especial, do terno amor a Nossa Senhora. Em sua vida dominava o pensamento: ‘Tudo posso realizar n´Aquele que me conforta’. Pelo amor à evangelização, lançava-se nas tarefas que lhe eram confiadas. A ele se aplicavam as palavras do ofício do Seráfico Pai: No zelo pela glória de Deus, não procurava a si mesmo, mas queria ser útil a todos”.
Sua alma sacerdotal sempre se revelou plena. A rudeza exterior justificava a coragem. Era um destemido evangelizador. Dom Gregório Warmeling disse em certa ocasião: “Frei Modestino é um verdadeiro frade! Destemido e piedoso”. Sua piedade era sólida e profunda, porém, nada de extravagância. Tinha um espírito dinâmico e idealizador. Enérgico e exigente, todavia, compreensivo e dava-se totalmente ao próximo. Um belo exemplo para nós, Irmãs Catequistas Franciscanas e Simpatizante do Carisma, que o consideramos com carinho.
Religioso autêntico, exigia de si e dos outros, tanto dos superiores como dos simples confrades, sacrifícios conforme as circunstâncias que a vida ditava. Este seu caráter muito influenciou a vida austera de nossas primeiras irmãs. Veio da Alemanha como professor, por isso, as ajudava com sua orientação na carreira de novas professoras.
Gostava de viajar. Viajou a bordo de um cargueiro holandês, que levou apenas três passageiros. Não havia médico a bordo e Frei Modestino adoeceu. Foi bem cuidado pelo Comandante. Desembarcou em Amsterdam. Sua irmã o recebeu já doente. Foi hospitalizado, operado, mas não resistiu e faleceu. Foi enterrado ao lado de seu irmão, no cemitério de Doerenthe, perto Ibbenbueren. Precisamente quatorze meses antes, ele havia falado que queria festejar as bodas de diamante na Europa e descansar na sua terra. As bodas, festejou-as no Céu, a 21 de setembro, mas seu corpo descansa na terra fértil de seus antepassados.
