“Missão é sempre partir... É sobretudo abrir-se aos outros como irmãos, descobri-los e encontrá-los” (Hélder Câmara).

“Um ano não, queremos ficar sempre”! O Sim das primeiras irmãs se fez carne, na existência e na opção de Irmã Cléglia Ânesi pelo povo do Nordeste. Uma existência breve, mas muito intensa de vida-missão junto ao povo, numa opção pelos últimos da sociedade. A missão da chama/luz é iluminar e se deixar consumir, sem impor condição e exigências. Deus seja louvado pela vida feita doação!!!

Ao celebrar a vida e missão de Irmã Cléglia Ânesi, celebramos o ardor missionário e o amor dedicado desta mulher que numa oferenda total entregou a sua vida ao povo do Nordeste. O seu testemunho de doação incansável inspirou e inspira o povo, o grupo de irmãs que hoje vivem no Nordeste e parte da Amazônia brasileira e todas nós. A sua entrega nos coloca numa busca insistente de ser fiel ao chamado de Deus, sendo presença junto aos povos originários, quebradeiras de coco, ciganos, centros urbanos e Cebs, “a serviço da vida e da esperança”.

O insistente apelo “os pequeninos pediam pão” (Lm 4,5), continua ecoando nas mentes e corações de todas nós, Irmãs Catequistas Franciscanas, que se traduz em pão da palavra, da cidadania, do cuidado com a Casa Comum e da vida em seus múltiplos aspectos. Mais do que nunca, a vida se encontra ameaçada e violada em seus direitos mais fundamentais, “o direito à vida, de ir e vir, da saúde, da educação e da moradia”.

O testemunho de vida de Irmã Cléglia Ânesi é convite e “nos desafia a adentrar, sem temor, nos porões da humanidade que grita por socorro” e ao mesmo tempo nos provoca a visibilizar sempre e de novo, a força da resistência, que ecoa e emana dos pobres, como sabedoria que confunde os sábios e que desarma os poderosos, semelhante ao mandacaru do Nordeste, que carrega a força da vida.

Nossa gratidão a Deus, pelos 55 anos de presença, de vida missão das Irmãs Catequistas Franciscanas, neste chão sagrado do Nordeste, que como discípulas e aprendizes, continuam atentas ao sopro da Divina Ruah, que com suas bênçãos “vai acendendo luzes”, diante dos clamores do povo e os desafios que a missão apresenta.

Que nesta celebração da entrega de Irmã Cléglia Ânesi, possamos “avançar, juntas, com confiança e alegria”, nestes ‘novos tempos’, em que somos interpeladas a ressignificar nossa vida/missão e também nossa história, no processo de reorganização congregacional. Com gratidão, entoamos: maravilhas o Senhor fez em nós hoje e sempre!

Parabéns!!!