A Bíblia relata que, a cada elemento que Deus criava,

ao final concluía que tudo estava muito bom.

Só depois de criar o homem e a mulher, confiou-lhes o cuidado de sua obra prima e descansou. (Gn 1,28)

Desde então até hoje, parte da humanidade não está correspondendo à confiança nela depositada pelo Criador, de levar adiante sua obra, com ternura e cuidado. Observamos que, ao invés de reconhecer que somos fruto do amor do criador, portanto passíveis de cuidados, respeito e direito a vida, presenciamos a ganância, a destruição daquilo que nos foi confiado.

Somos chamados/as a voltar à fonte e origem da nossa existência. Muitas vozes se levantaram e levantam, alertando sobre os perigos a que a criação está sujeita, se a humanidade continuar seguindo os parâmetros de uma sociedade consumista, sem respeitar o Criador e sua criação.

Dentre tantos, lembramos Francisco de Assis, “jovem cheio de amor aos pobres e a Deus, soube ver o rosto de Deus espelhado na natureza, não apenas nos animais, mas em tudo o que Deus criou” (Prof Felipe Aquino). A criação o fazia adorar e louvar o Criador, o que tão bem expressou no cântico das criaturas: louvado sejas, meu Senhor, por todas as tuas criaturas. Pelo irmão sol, pela irmã lua, pela irmã água, pelo irmão vento, pelo irmão fogo...

O Papa Francisco, na encíclica Laudato Si – o cuidado da casa comum, nos convida a reconhecer Deus como o criador de todas as coisas e nós, seres humanos, como seus colaboradores nesta obra onde, “tudo está interligado” (LS, 117).

Neste sentido, nós, Irmãs Catequistas Franciscanas e Simpatizantes do Carisma, imbuídas do Espírito do Criador, inspiradas pela vida de Francisco e Clara de Assis, norteadas pelas Linhas Inspiradoras que nos convocam ao compromisso de “Cuidar da terra ferida...” (LI nº 01), pelos Compromissos Provinciais 2017-2020 e reflexões do GRAI Justiça Socioambiental, juntamente com o Grupo Gestor do Horto Irmã Eva Michalak, promovemos um encontro na Casa Mãe, no dia 27 de outubro de 2019, das 14h30m às 16h30m, convidando especialmente as pessoas que fazem limpeza, seja nas casas e outros ambientes, e as próprias donas de casa. Éramos vinte e três pessoas.

Nesse encontro conversamos sobre os riscos à saúde e ao meio ambiente, provocados pelo uso dos produtos químicos de limpeza.

Tomamos conhecimento que, cientistas de todo o mundo têm se dedicado ao estudo dos chamados contaminantes emergentes na água, que são resíduos de fármacos e hormônios (como os artificiais, consumidos como anticoncepcionais ou para fins de reposição) que afetam rios e lagos de todo o planeta.

Há estudos que relacionam a presença de hormônios femininos e outros contaminantes na água com a feminização de peixes e a formação de óvulos em animais machos, indicando que, mesmo pequenas quantidades do estrogênio usado em pílulas anticoncepcionais podem levar ao colapso de algumas espécies.

Outro grande problema que pode ser causado pela contaminação de fármacos se refere ao desenvolvimento de superbactérias resistentes a antibióticos.

Percebemos que esses produtos, assim como os remédios, retornam a nós especialmente através da água e dos alimentos que consumimos.

Ao final, as/os participantes receberam um folder com receitas naturais, que podem substituir com muita eficácia os produtos químicos, evitando os danos à saúde, não só dos agentes de limpeza, mas de todas as pessoas, animais e do meio ambiente.

A ressonância do encontro foi muito boa. Todos gostaram. Ficou o gostinho de quero mais. Nosso compromisso continua, pois, CUIDAR DA SAÚDE E MEIO AMBIENTE É NOSSA MISSÃO.