Maria, mãe de Jesus, sempre teve lugar especial na comunidade cristã. Lucas coloca na boca de Isabel seu primeiro título, "a mãe do meu Senhor" (cf.Lc 1,43). Aos pés da cruz assume a maternidade universal. “Mulher, eis aí o Teu filho”. (...) Eis aí a sua mãe” (cf. Jo19,26). Está junto com os Apóstolos no dia de Pentecostes, início da Igreja (cf. At1,14). Antes mesmo que a Igreja a proclamasse oficialmente Mãe de Deus no Concílio de Éfeso, em 431, o povo já assim a reconhecia.
Também para a Vida Religiosa Consagrada, Maria destaca-se como modelo de entrega total à vontade de Deus. Nossa Forma de Vida no artigo 49 assim se refere a ela: "Maria, Mãe e Serva do Senhor, profetisa da esperança dos pobres e nosso modelo no seguimento de Jesus Cristo, nos ensina a glorificar o Senhor e andar nos caminhos da fidelidade, na escuta de Deus e no compromisso com o povo".
Se em determinadas situações e lugares, reconhecemos exageros no culto à Maria, por outro lado, não é possível deixar de reconhecer, a singular inspiração que ela é para todos os cristãos e cristãs no seguimento de Jesus.
Não pode passar-nos desapercebida sua atitude de total disponibilidade para Deus: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38); Sua coragem e solicitude na visita à Isabel: ”Nesses dias, Maria partiu apressadamente para a região montanhosa (...) entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel”. (Lc 1,39);
Não pode passar-nos desapercebido seu zelo pelo mais original na experiência de fé do seu povo de Israel, ou seja, Deus é o libertador do povo oprimido. É essa fé que a fez proclamar: “Derruba os poderosos de seus tronos e eleva os humildes”. (Lc 1,52);
Não pode passar-nos desapercebida sua sensibilidade para com as necessidades dos outros. “Eles não têm mais vinho”. (Jo 3,2); Sua sabedoria para guardar no coração o que ainda não era possível entender. “Sua mãe guardava todas as coisas em seu coração’ Lc 2,19; 2, 51);
Não pode passar-nos desapercebida sua fortaleza e fidelidade na hora mais difícil para seu Filho. “Junto à cruz de Jesus estavam sua mãe, a irmã de sua mãe...” ( Jo 19,25);
Esses são alguns aspectos que as Sagradas Escrituras guardaram da pessoa de Maria. Apenas alguns, que revelam um pouco, do muito que Maria viveu em uma vida anônima, escondida assim como foi em grande parte a vida de seu filho.
Com esse modo de ser, Maria de Nazaré nos educa para que avancemos com coragem e alegria no seguimento de seu Filho. Fez-se Discípula e tornou-se Mestra.
Comentários