Dedico este poema a todos e todas que, como eu, nesta pandemia, estão se reinventando, procurando criticamente ler a realidade, buscando ser aprendentes conectados/as a tantas pessoas que sonham conosco essa Nova Mátria Humana.
Eu me dizia aprendiz e, de repente, a pandemia, com divina maestria,
Ensinou-me a ser aprendente,
Reinventar a vida em todas as suas vertentes,
Sonhar o sonho mais doce que este tempo nos trouxe:
Ser cidadã/ão planetária/o!
Como aprendente, aprende-se de todos os modos, constantemente!
Aprende-se com coisas antigas, com coisas recentes;
Aprende-se a sorrir com os olhos, a abraçar com a mente,
Repensar teorias, viver o presente!
Aprende-se que mesmo parados
O tempo corre veloz, e a vida num grito sem voz
Recorda a grande lição do URGENTE,
Que o amado Casaldáliga já profetizara:
“Saber esperar sabendo, ao mesmo tempo,
forçar a hora daquela urgência
que não permite esperar! ”
Por isso, eu chamo, clamo, re-clamo!
Vem comigo, amiga/o, traz contigo o legado,
O que tens de aprendizado deste tempo em rebeldia!
Vem com alegria, mesmo que a dor seja teu pão,
Não vamos soltar tua mão!
Buscaremos, nos teus olhos, a indignação que precisamos
Para o “basta” coletivo,
Que a não-violência ativa
Exige sem mais demora!
Com Vandré, “vem, vamos embora”, para o novo acontecer!
Como toda a vida importa, não importa de onde vens,
Nem a idade que tens,
Nem Credo, nem partido,
Se és deste ou daquele timão...
Não importa a tua condição.
Importa, sim, o que trazes na mente e no coração:
Bondade, justiça, verdade!
Ternura, honestidade e perdão!
Do mesmo lado então estaremos,
Na defesa da vida ameaçada, sofrida!
Vem!
Eu te prometo: não vamos fugir!
Se precisar, molharemos o chão com as lágrimas guardadas.
Eu te prometo: não vamos fingir,
Faremos plantão noite e dia
Até a esperança florir!
Assim, aprendentes que somos,
Com a ousadia terna na mão,
Seremos quem sempre fomos:
Herdeiros/as da liberdade, com direito ao nosso pão,
Por princípio partilhado como dom da criação!
Com nossa fé, forjaremos do medo a coragem,
Com firmeza buscaremos a paz sem arrogância, sem presunção!
Da ira faremos poesia, como Luther King dizia,
Poderemos transformar as dissonantes discórdias
em uma linda sinfonia.
Espalharemos o perfume e a bênção da irmandade,
Com Franciscos de ontem e de hoje.
De mãos dadas, adotaremos decididos
Uma nova economia,
Convivendo em harmonia
No colo da “Pacha Mama”!
Será linda nossa bandeira
Da nova Mátria Humana,
De cor intercultural
Com matizes misturados,
Com flores bem coloridas,
Feitas de penas, tambores,
A Mãe Terra, agradecida, também será contemplada,
Dizendo a cada olhar
Que precisa ser cuidada!
Terá gente de avental para que ninguém esqueça
Do que é essencial: Serviço à vida! Jamais ao capital!
Comentários
Como é bom e lindo, deixar aflorar toda a criatividade, que esse tempo sendo crise, ajuda a criar e recriar. Vamos aprendendo sempre mais. Seremos etrnas aprendizes.
Abraços fraterno!
Li com capricho consciente o caminhão de palavras, dispostas em versos, que fazem a cadência de vida... compassos das passadas resignadas, temidas.
Tão recolhidos estamos, nos afazeres dos cuidados necessários. Tão soltos estamos ao ler a profundidade das palavras que levitam nossas almas, a nos dizer com maestria que estamos novatos na simbologia pérfida pandêmica, tão temida, tão letal, atraiçoando o convívio de pessoas e de famílias.
Nossa MÁTRIA, genial transposição feminil, porque mãe sempre tem um coração mais aberto. Com carinho teu Primo, também poeta, esc Igor, sensivel
Obrigada pelo brilho de sua luz,
pela música de sua palavra
pela excepcionalidad e que você consegue dar ao cotidiano.
Abraço carinhosamente agradecido