Com o lema: “Eis-me aqui, envia-me”, celebramos neste terceiro domingo de outubro, o Dia Mundial das Missões. Nossa mente, talvez, vá deslocar-se para lugares longínquos onde as necessidades humanas sejam maiores do que aquelas que vemos ao nosso redor, e então, pensamos em terras de missão fora de nossos espaços de vivência cotidiana.
O Papa Francisco, em sua sábia mensagem enviada hoje ao mundo, nos recorda o chamado e a missão recebidos no Batismo. Há uma semente em nós! Ela espera ser cultivada para amadurecer em frutos de serviço amoroso e gratuito no cotidiano, através da missão que cada uma e cada um de nós vive, a partir da unção do batismo. Vale lembrar também a carta do Papa Francisco “Chamados à santidade” que nos convoca a sermos “santas e santos ao pé da porta”, isto é, viver nossa missão nos pequenos gestos de amor, de escuta e entrega no dia a dia.
O depoimento e o testemunho da Irmã Ana Cláudia confirmam o que nos sugere o Papa Francisco e o que nos pede nosso Batismo.
Ser missionária no cotidiano
Penso que viver o Evangelho de Jesus Cristo, da forma proposta por Francisco e Clara de Assis, é sempre uma busca, conforme diz o artigo 93 de nossas CCGG: “O projeto de vida que assumimos é meta a ser buscada durante toda a vida. Reconhecemos que ainda estamos a caminho, mas ‘seja qual for o grau a que chegamos o que importa é prosseguir decididamente’ (Fl 3,16)".
Assim, nessa caminhada que não é linear mas marcada por avanços e recuos, reconheço alguns sinais deste projeto de vida que abracei. Destaco:
* A intenção de acolher todas as pessoas como irmãs e irmãos, valorizando o que há de melhor nelas. Nisso sou ajudada pelo reconhecimento de minhas próprias limitações.
* Quando estou entre os mais pobres – nos bairros, nas casas, nas comunidades eclesiais – com todos os desafios, me sinto bem, sinto que ali é que devo estar. Por exemplo, quando subo o morro para visitar as famílias das crianças cadastradas na Pastoral da Criança, lembro que “os pobres são nossos mestres”.
* Trabalhando por uma ecologia integral – por exemplo, atuando na Pastoral do Meio Ambiente – vou me convertendo para uma nova relação com a Criação, e ajudando as pessoas e grupos a cultivar uma espiritualidade ecológica.
* Sinto-me chamada a contribuir na gestação de uma cultura de paz. Um modo de realizar isto tem sido a participação na equipe diretora do Centro de Defesa da Vida Irmã Hedwiges Rossi, trabalho começado pelas irmãs Eunice Berri e Maria Lunardi, e que tem contado com o generoso e competente trabalho das Irmãs Catequistas Franciscanas, ao longo de 21 anos.
* Tenho amor pela Igreja e verdadeira solicitude pelas comunidades a que sirvo. Isto apesar da doença do clericalismo e do não reconhecimento das mulheres, que ainda acontece na Igreja.
Estes sinais me ajudam a viver, no dia a dia, a proposta de Francisco e Clara de Assis.
Leia anexo a MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO
PARA O DIA MUNDIAL DAS MISSÕES DE 2020
18 de outubro de 2020