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22 Outubro 2020
Vivências em Tempos de Pandemia!

  

“Faz escuro, mas eu canto!”

Estamos em Riberalta, Provincia de Pando, na Bolívia. Daqui falamos sobre nossas vivências em tempo de COVID. Tempo desafiador, mas de muita aprendizagem. Quando o mundo começou a parar em alguns países e as mortes aumentando por causa do COVID 19, foi angustiante ouvir e acompanhar as notícias através da TV e das mídias sociais.

Muito rapidamente o vírus chegou à América. A partir daí, fomos nos dando conta que os cuidados e providências deveriam ser seriamente assumidos.

Já no mês de março, a Conferência Episcopal de Bolívia fez seu pronunciamento, recomendando todos os cuidados necessários, incluindo o fechamento dos Templos e dos grupos de pastorais, conforme pedia a nota do Governo Federal. Na Paróquia onde atuamos, a última atividade realizada foi a celebração de Envio dos Agentes de Pastoral, no dia 15 de março de 2020.

Todas as precauções foram tomadas pelo governo federal, quando emitiu nota orientativa sobre os procedimentos a serem assumidos pela sociedade como um todo, mas sobretudo as Empresas e Unidades Educativas. Assim iniciou-se o movimento do uso de plataformas digitais para realizar as principais atividades.

O patrulhamento feito pela Polícia e Exército desde as madrugadas até a noite foi rígido e exigente. As saídas de casa eram totalmente programadas e controladas por documento de identidade. Porém, apesar de todo cuidado e cautela recomendados, muita gente não acreditou na força do vírus e continuou sua vida normal, fazendo com que a visita indesejada chegasse logo, e com força total. 

E como reagiu nosso povo? Famílias com condições financeiras e estabilidade de emprego, conseguiram enfrentar a Pandemia com facilidade. Ao contrário, pessoas e famílias sem estas condições, foram afetadas com mais violência, chegando a passar sérias necessidades, tendo, inclusive que se refugiar no campo para poder sobreviver, lugar onde muitas famílias continuam até hoje.

Toda a dinâmica religiosa e celebrativa da comunidade precisou ser interrompida. Aos poucos vieram as celebrações virtuais transmitidas, em seguida as reuniões das pastorais, os encontros de catequese e outros, mesmo com resistência e falta de participação de muita gente.

O pico da COVID chegou no mês junho. Um clima de tristeza e dor tomou conta da cidade e da população. Muitas pessoas conhecidas tiveram sua vida ceifada.  O hospital lotado entrou em colapso com a falta de oxigênio e muitas pessoas enfermas vieram a óbito em suas próprias casas.

Para muitas famílias o momento de perda foi muito difícil, e mesmo sendo arriscado, celebravam os velórios - um ritual popular que reza por 09 dias seguidos – para aliviar sua dor e manter por alguns dias a convivência com a pessoa querida, mesmo correndo um grande risco e contribuindo com o aumento do número de pessoas infectadas.

Mas como diz o poeta: “Faz escuro, mas eu canto!”

Em meio a toda esta triste e difícil situação, brotou a flor da solidariedade.  Entre as famílias de alguns empresários, surgiu a inspiração de fazer “a panela única” de comida entre vizinhos dos bairros (Olla Comum), para suprir a grande necessidade também de fome. E assim se fez!Da parte da Igreja, a ajuda veio do Vicariato que montou um projeto para ajudar as famílias necessitadas, repassando contribuição às Paroquias, e estas, através de cestas básicas, puderam atender famílias mais carentes. 

E nós, o que dizer diante da Pandemia?

Num primeiro momento tivemos medo e preocupação conosco mesmas, pois também, como muitas outras pessoas, fomos infectadas pelo vírus, e pudemos experimentar as mesmas dores e angústias do povo,  mas confiantes em Deus que nunca nos abandona, prosseguimos nos cuidando orientadas pela Secretaria de  Saúde e tomando as precauções necessárias.

Uma experiência interessante foi a troca de ervas medicinais próprias para aliviar os sintomas da COVID que fizemos com o povo, além de confecção de máscaras para distribuição a quem não tinha condições de adquirir. Outra contribuição oferecida foram os protetores de rosto oferecidos para os médicos, enfermeiros e técnicos, confeccionados em parceria com o Vicariato Apostólico de Pando, já que em Riberalta não foi possível encontrar este material. 

Quanto a nós, não podemos negar que vivemos um momento muito exigente e delicado. Sentimo-nos, como muita gente, no limite, mas graças a Deus, vencemos! Somos gratas pelos anjos que temos e apareceram para nos ajudar e dar apoio neste momento! Somos gratas às Irmãs da Divina Providencia que nos socorreram, aos médicos que nos acompanharam em casa, aos leigos que cuidaram de nós e nos atenderam nas necessidades de serviços externos e a todas as irmãs da Congregação, formandas e simpatizantes pelas orações, sintonia e apoio. Todas as ligações, mensagens de incentivo e apoio nos ajudaram muito na recuperação.

Por todo eso, ¡Alabado sea el Señor!

Informações adicionais

  • Fonte da Notícia: Irmãs Francinete G. Noronha e Maria V. Queiroz.

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