pg incial 2018

Você está aqui: HomeNotíciasCIMI Presente no Conselho das Nações Unidas!
21 Março 2021
CIMI Presente no Conselho das Nações Unidas!

 

"Como o ar que respiramos traz o sopro da  saúde e da vida, justiça, terra e paz são fontes

do Bem Viver para os povos indígenas". 

No dia 17 de março deste ano, aconteceu o debate “Intolerância Religiosa no Brasil: Direitos Humanos – Novos Fundamentalismos – Exclusão”. A iniciativa foi realizada como Evento Paralelo à 46ª Sessão Ordinária de Direitos Humanos das Nações Unidas, onde foram analisados os impactos das agendas fundamentalistas na vida das mulheres, povos originários e comunidades tradicionais.

Em nome do Conselho Indigenista Missionário saudamos a mesa e apresentamos elementos da conjuntura do Brasil no contexto da pandemia da Covid, sobretudo no que diz respeito aos Povos Indígenas, que aqui compartilhamos, sem perder de vista a esperança que anima nossos passos na irmandade solidária que nos une.

Prezadas amigas e amigos presentes a este Evento Paralelo da 46ª Sessão Ordinária do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas com o tema: INTOLERÂNCIA RELIGIOSA NO BRASIL - Direitos Humanos - novos fundamentalismos - exclusão.

Em nome do Conselho Indigenista Missionário saudamos as Mulheres que compõem a mesa deste importante Evento: Wania Santana - historiadora, da Coalizão Negra por Direitos; Adelaide Ñndesy - Pajé, do povo Guarani Kaiowá; Pastora Romi Márcia Bencke, Secretária Geral do CONIC e assessora da Campanha da Fraternidade Ecumênica – 2021; Magali do Nascimento Cunha – Pesquisadora da Comunicação e Religião da INTERCOM.

Agradecemos as organizações proponentes desse evento, que possibilitaram essa troca de saberes e partilha de experiências, no grande horizonte da sociedade do Bem Viver, que todas e todos nós buscamos.

Vivemos no Brasil tempos sombrios e dramáticos. A população tornou-se refém de um desgoverno que relativizou a pandemia da Covid-19. Os dados indicam que nos últimos dias, morre uma pessoa a cada 30 segundos, vítimas da pandemia.

A vacinação, que poderia conter o aumento do número de vítimas, vem sendo aplicada vagarosamente em função do descaso do Governo Federal.

O impacto da pandemia também se faz notar entre os povos indígenas, onde, até o último dia 15 deste mês, conforme dados da APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), 50.545 indígenas foram contaminados, 1.006 pessoas perderam a vida e 163 povos foram atingidos pelos vírus.

O descaso em relação a pandemia se soma a perspectiva de implementação da antipolítica indigenista. Desde a posse do atual governo, em janeiro de 2019, as ações relativas aos povos indígenas vinculam-se a uma intenção expressa de se promover a desconstituição dos direitos indígenas, assegurados no texto constitucional, artigos 231 e 232 de nossa Carta Magna; na perspectiva da desterritorialização dos povos, suspendendo as demarcações de áreas que estavam em andamento, inviabilizando novas demarcações, bem como restringindo o acesso e o usufruto das terras pelas comunidades indígenas, tornando-as disponíveis para a exploração madeireira, minerária, garimpeira, para criação de gado e plantio de soja transgênica.

E, além desses fatores, o governo federal propõe como única alternativa de sobrevivência dos indígenas, a sua integração à sociedade dominante, impondo, na administração pública federal, medidas que levam ao genocídio indígena, fato que vem sendo denunciado pelo movimento indígena brasileiro.

Diante deste contexto, percebeu-se ao longo dos últimos dois anos, o aumento assustador do desmatamento, das queimadas e das invasões possessórias nos territórios indígenas.

As violências físicas praticadas contra as pessoas, foi outro componente que se agravou a partir da antipolítica indigenista do governo de Jair Bolsonaro.

Num ambiente político de desconstrução de direitos, não se pode deixar de referir que a antipolítica mantém vínculos estreitos com as ações intransigentes e intolerantes de igrejas neo-pentecostais. Elas tornaram-se ferramentas acessórias para promover o descrédito à vacinação, a desestimular as comunidades que lutam por seus direitos fundamentais e a propagar o divisionismo interno, demonizando as religiões e crenças dos povos e comunidades originárias e tradicionais.

Aos povos indígenas, suas organizações, aos apoiadores e organismos internacionais cabe o dever de denunciar as violências e exigir medidas de proteção à vida, às terras e à Constituição Federal.

Acreditamos que espaços como esses, promovidos pela ONU, têm o potencial de articular as resistências dos povos e das sociedades contra as práticas de intolerância, racismo, discriminação e às mais variadas formas de violações aos direitos dos povos originários.

O Conselho Indigenista Missionário agradece por mais esta oportunidade e aproveita para reafirmar seu compromisso pela defesa dos direitos dos povos indígenas.

Aproveitamos ainda o espaço para alertar: o governo Bolsonaro não é apenas um risco para o nosso país. O governo Bolsonaro é um risco para a humanidade. Hoje o Brasil é um caldeirão de surgimento de novas variantes do coronavírus, cada vez mais agressivas e de maior poder de contaminação.

Seguimos na Esperança desejando luzes para este evento, em tempos desafiadores para toda a humanidade! Muito obrigada!

Informações adicionais

  • Fonte da Notícia: Irmã Lucia Gianesini

Comentários  

#1 Maria Fachini 25-03-2021 22:32
Triste situação, mas bela reflexão. Lindo o seu "balaio", Lúcia. Que nome lhe dão por aí? Um abraço grande

Adicionar comentário


Código de segurança
Atualizar

Direção
Isabel do Rocio Kuss, Ana Cláudia de Carvalho Rocha,
Marlene dos Santos e Rosali Ines Paloschi.
Arte: Lenita Gripa

Serviços - logo branca
JFC

Congregação das Irmãs Catequistas Franciscanas
Rua Des. Nelson Nunes Guimarães, 346
Bairro Atiradores - Joinville / SC – Brasil
Fone: (47) 3422 4865