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18 Outubro 2021
Pan Amazônia - chão sagrado da missão

 

“Estamos no centro do mundo e no olho do furação”   Moema Miranda

Como todas as atividades do processo de reorganização da congregação, o encontro da Região Pan-Amazônia estava programado para acontecer no segundo semestre de 2020, porém, não aconteceu. Mas, a pandemia ajudou a encurtar distâncias exigindo nova metodologia de trabalho e de forma virtual e remota. Nas tardes dos dias 05, 06 e 08 de outubro (2021), todas as trinta e sete irmãs que pisam, vivem e exercem sua missão na Amazônia, juntamente com a ministra geral, irmã Ana Pereira de Macedo, e a assessora Moema Miranda, estiveram conectadas e interligadas através da plataforma google meet.

O Encontro da Região Pan Amazônia abriu-nos uma janela, através da qual vislumbramos um cenário multicolorido, onde muita vida acontece no cotidiano.

Somamos, na região, 15 irmandades (Ariquemes-RO, Assis Brasil-AC, Echarati-Peru, Humaitá-AM, Senador Guiomard-AC, Porto Velho-RO, Barra do Corda-MA, Boa Vista-RR, Comodoro-MT, Manaus-AM, Manaquiri-AM, Riberalta-Bolivia, São Gabriel da Cachoeira-AM, Água Azul do Norte-PA e Marabá-PA), das quais quatro vivem a experiência interprovincial, incluindo uma irmandade formadora, revelando a possibilidade de uma nova configuração da congregação em suas diversas dimensões.

É perceptível a doação e o esforço de todas, para ser irmã e presença qualitativa neste chão. Contamos com um grupo consideravelmente jovem, talvez o mais jovem da congregação e nos alegramos com o florescer vocacional, enriquecendo a vida religiosa com novos rostos, novas experiências e muita riqueza.

Com o objetivo de nos conhecer mutuamente, o encontro da Pan Amazônia foi e continua sendo o grande e oportuno convitepara estarmos atentas às mudanças do mundo e preparar-nos para responder às exigências de cada tempo, “antecipando um futuro de esperança”. A terra nos convoca a nos ligar, congregar, andar juntas e entrelaçadas, pois tudo está interligado em um equilíbrio dinâmico que mantêm a vida. Estar e atuar na Pan Amazônia nos proporciona habitar um espaço sagrado para onde se volta o olhar da humanidade. Não podemos abrir mão desta riqueza! Não podemos soltar a mão de ninguém desta terra!

O motivo? A Amazônia está sendo o centro das disputas entre as forças “empreendedoras” que pretendem explorar todos os recursos ambientais até o seu completo esgotamento, em franca ruptura ecológica, em contraposição com os povos originários e tradicionais que aqui residem e entendem que preservar a Amazônia é garantir o futuro do planeta.

Como Irmãs Catequistas Franciscanas somos desafiadas a despertar nossa consciência para a realidade socioambiental do nosso país e nos deixar contagiar pelas nossas “filhas” amazônidas, seguindo a inspiração de trabalhar juntas, rompendo fronteiras e assumindo com a Igreja desta imensa região o caminho da sinodalidade, do cuidado da casa comum, da escuta dos pobres e da caridade.

O Encontro da Pan Amazônia nos fez sentir inúmeros clamores da região e nos convoca a comprometer-nos com o cuidado da vida em todas as suas dimensões, atuar junto aos povos indígenas e nos sensibilizar com a mobilidade humana.

Além disso, sentimos como urgência o assumir a animação vocacional e formação inicial, ao lado das pastorais sociais e iniciação à vida cristã. A nossa formação para a vivência na Igreja Amazônica nos deve ajudar a perceber que é possível fazer o trabalho eclesial e socioambiental, respeitando a ancestralidade dos povos e da região, valorizando a sua riqueza cultural, abrindo-nos para a interculturalidade.

Muitos foram os desafios apontados. Eles exigem de nós discernimento e foco. Neste momento da reorganização da congregação precisamos nos articular com outros grupos, estabelecer parcerias, focar nas prioridades sem perder de vista o carisma da Irmã Catequista Franciscana.

E, finalizamos com as palavras da Ministra Geral, Irmã Ana Macedo: “Vamos encerrar esse encontro com nossos aturá (balaio) cheio de sonhos, alegrias, esperança e ousadia, pois temos a certeza de que “o chamado e o envio do Senhor nos apontam sempre novos caminhos”. Permaneçamos firmes, na ciranda da reorganização, sejamos criativas nos passos, movidas pela força da mística e espiritualidade amazônica, verdadeiramente inseridas no mundo dos pobres, alimentando o vigor missionário e a ousadia profética, fortalecendo os vínculos de irmandade.

Renovemos nossa entrega, abertas às surpresas de Deus, abertas ao sopro da Divina Ruah confiantes na acolhida dos bons espíritos das águas, da terra, da floresta e dispostas itinerar caminhos novos como cuidadoras da vida e guardiãs da criação, vamos nos unir, fazer uma aliança misericordiosa entre nós e, de comunhão com a ancestralidade amazônica, num pacto com a vida.

Que a Amábile Maria e Liduina as acompanhem na missão. Que todas sejam uma fonte de bênção nos caminhos da realidade amazônica onde o divino espírito as conduz no cotidiano”.

Na Amazônia estamos e juntas podemos cantar: “Em terras Sagradas estamos Divina Ruah. Nos chama aqui para servir e pra vida doar. Seguimos as trilhas da vida da fé e do amor. Seguimos os passos do Cristo o Libertador”.

Informações adicionais

  • Fonte da Notícia: Irmãs Vitalina Trentin e Iria Minosso

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