“Cristo com a encarnação deixou a sua condição divina e se fez carne numa cultura concreta para se identificar com toda a humanidade”. (Conf. Doc. Final Sínodo da Amazônia nº 51)
E a Palavra se fez Carne e acampou entre os indígenas, negros, mulheres, jovens, crianças, camponeses, migrantes, refugiados, entre os sem teto, sem terra, sem trabalho sem voz, sem vez.
Na sua humanidade Deus nos convida a humanizarmos o mundo e toda as criaturas, numa solidariedade e irmandade universal, onde todos e todas carregam centelhas da vida e da luz do Criador.
A Palavra feita Carne, no frágil ‘Menino de Belém’, é Deus que escolhe habitar em meio a seu povo, na vulnerabilidade dos inúmeros rostos, que vivem a encarnação plena, perseguidos pelo projeto de morte do prepotente Herodes, que diariamente sacrifica a vida de inocentes, para satisfazer sua sede de ter, prazer e poder.
É para os pobres, os marginalizados, os desprezados, os desterrados que vivem a beira das rodovias, em baixo das pontes, nas calçadas das cidades, que o “Emanuel Deus Conosco” se manifesta, como em Belém, que se mostrou primeiro aos pastores, que o reconheceram, como o Messias prometido, o Filho de Deus, envolto em panos, numa manjedoura, na simplicidade de uma estrebaria, onde José e Maria são testemunhas do grande milagre “o Divino se humaniza para divinizar o humano”.
A Vida surpreende o caos e uma luz brilha na escuridão, “o povo que jazia em trevas, viu uma grande luz” (Mt 4,16). O Jesus Menino se encarnou no meio de nós, sendo um de nós. Jesus se identificou com nossas lutas, experimentou nossas alegrias e nos interpela a cada dia para o cuidado da vida, da terra e dos pobres.
O Natal é acolher um Deus que se faz menino, como boa nova para os pobres; que se faz frágil, para fortalecer os pequenos. Ele restaura a força dos que estão cansados, renova a esperança dos caminhantes e nos faz acreditar que “gente simples, fazendo coisas pequenas, em lugares pouco importantes, consegue mudanças extraordinários" (Provérbio africano).
Feliz Natal!!!