No terceiro domingo do mês vocacional, somos convidados/as a rezar e refletir sobre a Vida Religiosa Consagrada, um modo de viver o Batismo com radicalidade. Abaixo temos o testemunho vocacional de irmã Fabiula Souza da Silva, que nos ajuda a perceber que "Só um grande amor pode nos fazer abraçar esta forma de vida!” 

Sou irmã Fabiula Souza da Silva, natural do Amazonas. O sonho de Deus e o chamado à vocação iniciou na Área Missionária São Lucas em Manaus, no ano de 2010. Naquele momento, atuava na pastoral da juventude e liturgia. A partir desse serviço, tive a graça de conhecer as Irmãs Catequistas Franciscanas. Por elas, fui cativada e convidada a conhecer e viver uma vida simples, alegre e disponível, a Vida Religiosa Consagrada. Admirava o testemunho de vida e alegria que elas transmitiam ao povo.

Com acompanhamento vocacional e numa profunda vivência de oração, fui motivada a dizer com coragem: “Eis-me aqui Senhor! Envia-me!”. Manifestei o meu desejo às irmãs e no ano de 2012 ingressei na Congregação. Fui convidada a fazer a travessia do Amazonas a um lugar sagrado, chamado Comodoro-MT, para iniciar o processo do aspirantado e, pela força do Cristo Ressuscitado, assumir com alegria esta nova realidade de missão.

Em março do ano de 2013, fiz a experiência missionária de quarenta dias na escola São Francisco em Jaciara-MT, momento que marcou profundamente a minha vocação, confirmando e fortalecendo o sinal de pertença a congregação. Este tempo de convivência na irmandade e na escola despertou o desejo de anunciar como Maria Madalena “Eu vi o Senhor!”. Fiquei marcada pela troca de experiência da equipe docente e as manifestações das crianças que me acolhiam com amor.

Nos anos de 2013 a 2015 fiz a etapa do postulado e noviciado, na cidade de São Gabriel da Cachoeira-AM. O momento foi intensificado em um processo de conversão, esperança e mudanças, como aprendiz da vida. A experiência de anunciar “Eu vi o Senhor” nesta realidade sagrada, manifestada na irmandade com novo jeito de acolher a diversidade cultural que somos, em muitos momentos de silenciar, escutar e amar. O momento do encontro com o povo, rico e renovador, mestres da vida, manifestado nas crianças do projeto da Mamãe Margarida (com necessidades especiais), e com os jovens da pastoral da juventude, numa escuta atenta de ser uma presença cuidadosa, irmã do povo.

Nesta experiência chamada a permanecer na Fonte, como discípula, abraçando o Cristo Pobre, na graça de dar um novo passo, em meio a tantas águas, beber a Fonte Maior, que sacia a vida e a vocação, no dia 11 de agosto no 2016, em São Gabriel da Cachoeira, fiz os meus primeiros votos à Vida Religiosa Consagrada, motivada pelo lema: "Confiante e alegre avance com fidelidade pelo caminho da Bem Aventurança”.

De 2016 a 2021, fiz a experiência do processo juniorato. Em muitos momentos fui provocada, com a força do Ressuscitado, a recriar e reinventar os sonhos, criar resiliência, viver a reconciliação, o diálogo, ter a luz da sabedoria, acolher e confiar na Divina Ruah, que me fortaleceu e me encorajou a prosseguir e permanecer com humildade neste serviço de amor. Tempo em que dediquei ao estudo acadêmico, no curso de Pedagogia. Esta experiência me fez dizer “Eu vi o Senhor”, somando forças com os professores e alunos nas manifestações por uma educação mais justa, pública e igualitária e também  participando no grupo “Geppef”, formação dos professores.

Interpelada pela força Divina e inspirada pelo testemunho de nossas primeiras irmãs Amábile, Maria e Liduína, no dia 13 de fevereiro deste ano de 2022, na comunidade São Paulo Apostolo-Área Missionária São Lucas, Manaus-AM, assumi   o compromisso definitivo de seguir Jesus Cristo como Irmã Catequista Franciscana, na simplicidade, disponibilidade e alegria.

Neste momento celebrativo, com o coração alimentado de esperança e alegria, fui enviada à missão Angola. Parti no dia 15 de abril para colaborar  nessa missão junto aos pequeninos, no projeto de Alfabetização 4Ms. Tive a graça de chegar em terras angolanas no Sábado de Aleluia, ouvindo e sentindo em ritmo africano: Cristo Ressuscitou!

Nesta nova experiência missionária e com o coração aquecido, contemplo todos os dias o rosto de Cristo presente no sorriso e na alegria das mamás, dos miúdos (crianças) e nos jovens. Um aprendizado mútuo de resistência e resiliência. É um tempo de graça! “Como hei de agradecer a tamanha graça que o Senhor me concebeu.”

Vocação é um chamado de Deus, sinal de profecia e esperança, é um convite de anunciar “Eu vi o Senhor”. Você, querida jovem, que sente o coração arder, que tal fazer esta experiência de vida, como Irmã Catequista Franciscana em terras angolanas?