“O que vale na vida não é o ponto de partida
e sim a caminhada.
Caminhando e semeando,
no fim terás o que colher”.
Cora Coralina
A celebração da vida missão das Irmandades Interprovinciais proporcionada pela Coordenação Geral da Congregação, aconteceu nos dias 20 e 21 de Setembro de 2022, de forma remota, pela plataforma Google Meet, uma vez que ganhamos esse espaço da tecnologia, possibilitando estreitar distâncias.
E a festa estava pronta com a diversidades dos rostos das mais variadas culturas. Cá estávamos nós, irmãs das sororidades de: Assis Brasil, Vila Matilde, Humaitá, Capitan Miranda, São Gabriel da Cachoeira, Goianira, Ariquemes, Manaus, Dourados, Cascavel e Rodeio - Casa Mãe.
Todas com a marca de transformar o momento, pois: “Tenho felicidade o bastante para ser doce, dificuldades para ser forte, tristeza para ser humana e esperança suficiente para ser feliz.” Clarice Lispector
As Irmãs Rosali Paloschi e Ana Pereira de Macedo ajudaram o grupo a rezar e contemplar a vida-missão percorrendo a trajetória Mistagógica que alimenta este movimento de Reorganização Congregacional.
Assim, acolhidas e iluminadas, Irmã Rosali convidou a todas a beber da Fonte da Vida Missão que cada Irmandade Interprovincial estava convidada a fazer jorrar durante toda tarde.
E o que vimos, sentimos, acolhemos e admiramos? Tudo chegou como uma queda d’água da cachoeira de vivências, serviços, desafios, angústias, decepções, exigências, formando o lago da partilha, do somar forças, do perdoar, do retomar, de empoderar-se do esperançar grande na missão cheia de vida, rica e generosa, abençoada pelo Senhor e iluminada com os raios de Luzes da Divina Ruah. Entendemos como Cora Coralina que: “O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher”.
Na partilha, as irmandades trouxeram a riqueza sobre os diferentes contextos missionários, os aspectos significativos, desafios e propostas, em relação à vivência interprovincial.
Na continuidade do encontro, dia 22, Irmã Marlene dos Santos acolheu e motivou a cada uma, deixando-nos animadas e dispostas às surpresas que a tarde prometia. Fomos presenteadas com a prece produzida pela irmandade de Dourados que bebendo da espiritualidade indígena nos conduziu ao cerne do Mistério presente na criação. Sem perder tempo a coordenação do dia nos apresentou a assessora do momento, Irmã Tea Frigerio, que com sua vasta e intensa experiência nos ajudou a refletir passos para avançar na vivência das irmandades interprovinciais, dando significação através da insistência do Papa Francisco, em aplicar na vida missão os três Ps - Proximidade, Positividade e Permissão. Indicou elementos para fundamentar e dar sentido qualitativo à caminhada que estamos realizando. Ir. Tea refletiu conosco a partir do lugar da Montanha, espaço místico-simbólico onde podemos nos deixar ser envolvidas no Mistério com a Divindade que desce ao nosso encontro e nós também fazemos o exercício de subirmos para encontrá-Lo. Para subir a montanha, necessitamos dar passos pedagógicos em cinco etapas:
- Alimentar uma fraternidade/sororidade radical: somos filhos e filhas da mesma Divindade;
- Cultivar uma maturidade afetiva que garante o absoluto e sagrado: cuidar do autocontrole dos próprios impulsos e zelar pela dignidade alheia;
- Comprometer-se com a verdade, mantendo uma comunicação franca, honesta e sincera: base para construção de relações de confiança;
- Passar de relações de reciprocidade a relações de gratuidade não violentas, não vingativas, não interesseiras;
- Viver a universalidade no amor sem limite que inclui o ‘outro/outra’ -‘inimigo’: característica fundamental do discipulado de Jesus.
Sem sombra de dúvidas foi uma tarde para alargar horizontes e do topo da montanha ser desafiadas a descer até a planície com coragem, força, esperança e continuar fazendo valer apena a vida missão nas irmandades interprovinciais.
E então, dá para continuar por mais um ano? Vejam o depoimento a seguir e tirem suas conclusões: Foi um encontro de partilha, escuta, acolhida, de mútuo aprendizado... momento de gratidão ver os passos dados. O bonito, é ver a disposição e despojamento de algumas irmãs que “arriscam” para somar na missão num lugar desconhecido, e de irmãs que acolhem e convivem com outras irmãs “desconhecidas”. É uma oportunidade de “quebrar os limites das províncias”, e juntas percorrer o caminho da montanha, subindo e descendo...
“É hora de ver os aspectos significativos que nos ajudam a viver a consagração, e continuar apostando mesmo com os limites. ‘Avancemos com confiança e alegria’. (Clara de Assis)
De coração agradecido, com esperança e maturidade humana, na alegria de sermos Irmãs Catequistas Franciscanas, discípulas missionárias, cantamos felizes e dispostas a prosseguir, sempre: Guiai-nos, Senhor, no caminho de vossos preceitos! Escolhemos seguir a trilha da verdade, guiai nossos passos no caminho que traçastes, pois só neles encontraremos felicidade!
Comentários