“Mulheres anunciadoras da esperança”
No ventre fecundo do chão de Mato Grosso, aconteceu o encontro da CICAF JOVEM, nos dias 28 a 31 de dezembro. Para bem integrar-nos no movimento de encontro de Mulheres Consagradas, fomos conduzidas, na mística de acolhida, a contemplar o espelho do encontro de Maria com sua prima Isabel, narrado pelo Evangelho de Lucas (Lc 1, 39-56).
Assim, nós também, Alice Antunes dos Santos, Catiana da Silva Menezes, Edione Pereira das Mercês, Girlaine Almeida da Silva, Juciele Aguiar Moura, Irlândia Oliveira Almeida, Luana Souza de Oliveira, Puri Mafikene Marlene, Regina Maria Cazaroto, Dwatime Lukini Veronique, como mulheres, nos encontramos com entusiasmo e alegria!
“As pessoas mudam à medida que vão ganhando experiência e conhecimentos”. Assim fomos adentrando na intensidade do primeiro dia de encontro, partilhando como somos geradoras de vidas no espaço missionário em que vivemos, bem como as dores e as alegrias vividas no cotidiano.
Contemplamos com gratidão a diversidade de espaços para onde Deus nos enviou para sermos geradoras de vidas: na acolhida e acompanhamento às jovens que querem assumir conosco o projeto de vida como irmãs Catequistas Franciscanas; no atendimento das pessoas que necessitam alimentação, escuta de suas vidas, palavras de consolo, abraços, sorriso que alivia e cura; no acompanhamento a crianças e adolescentes no processo de aprendizagem; no serviço às pessoas em situação de rua e aos leprosos; nas comunidades eclesiais; na escuta aos clamores da realidade e aos sinais dos tempos.
Com a contribuição sororal de Irmã Eurides Alves de Oliveira, da Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria, aprofundamos a temática “MULHERES CONSAGRADAS, JUNTAS, GERANDO VIDAS”, com o lema: “Seduziste-me, Senhor, e eu me deixei seduzir” (Jr 20,7). Ela introduziu o tema com uma dança circular, o que ajudou a abrir espaço em nosso ser para a escuta e acolhida da partilha e das provocações que nos trouxe. “A ciranda é todo mundo de mãos dadas, é uma dança de roda, a ciranda não tem preconceito; na ciranda dança pobre, dança rico, negro, branco, indígena, mulher, homem... todo mundo! É uma maravilha!” (Lia de Itamaracá).
A ciranda foi uma forma de ver, entender e viver o caminho da sinodalidade, da circularidade, onde todo mundo participa no celebrar, no redescobrir o prazer de pertencer e nele tornar o amor soroterno. E, ao mesmo tempo, o círculo não é para um determinado grupo ou um determinado tempo, mas é um movimento conjunto de pensar e gerar um mundo aberto como nos diz a Fratelli Tutti. O que nos desafia e nos questiona, muitas vezes, é a identidade e significado de nossas opções na Vida Religiosa Consagrada, na realidade em que estamos.
“Não perca de vista o ponto de partida!" Motivadas por essa interpelação de Santa Clara, refletimos como atualizar o Carisma fundacional da congregação e qual rosto de irmã catequista franciscana nós sonhamos ser e queremos construir. Esse rosto carrega em si as marcas do discipulado, da sinodalidade, da missionariedade, da diversidade, da alegria. Em nossas irmandades, somos convidadas a ser sinais proféticos de unidade na diversidade, na empatia, no companheirismo, na busca do objetivo comum que juntas abraçamos. Para sermos isso, precisamos nos empoderar como Mulheres Consagradas, anunciadoras da esperança nas dimensões individual, organizacional, comunitária e sócio-política.
Foram dias muito intensos de vivências profundas nos momentos de mística, nas partilhas, reflexões, pois realmente nos sentimos interpeladas a sermos mulheres empoderadas como as mulheres da aurora.
O espaço favoreceu todas essas vivências. Desde 1947, Fátima de São Lourenço faz parte dos caminhos missionários da congregação. Aqui, historicamente, as irmãs sempre se dedicaram à educação. Hoje, vemos as irmãs catequistas franciscanas reinventando sua missão educacional, fazendo alfabetização ecológica, no sistema da sintropia: plantar floresta, para plantar água e ter abundância para todas/os. Além disso, chamou nossa atenção o empenho na recuperação e preservação das nascentes e do Cerrado e também a diversidade de plantas medicinais presentes nesse espaço. Aqui, fomos presenteadas pelas belezas naturais, pelo ar puro, pela mística que que perpassa a missão vivida no cotidiano. Realmente, “tudo está interligado”! Esse espaço é muito carregado de vitalidade e energia que traz uma espiritualidade diferente para quem vem aqui.
Fica nossa gratidão ao Deus da vida pelo dom da vocação; às irmandades de Fátima de São Lourenço, da casa Provincial da província da província Santa Teresa do Menino Jesus, às irmãs que estiveram em comunhão conosco e às que celebraram conosco a passagem do ano; às funcionárias e aos funcionários; e às irmãs Marlene Chiudini e Marlene dos Santos, que estiveram conosco neste encontro.