“É um verdadeiro frade. ... eu o levaria comigo” D. Gregório Warmeling.
No dia 25 de julho celebramos a festa do grande encontro deste Franciscano nos braços do Pai. Sua vida inteira foi verdadeiro testemunho de quem viveu a vocação como “Graça e Missão”, conforme o tema do Terceiro Ano Vocacional/2023.
Nós o conhecemos, como o frade que sugeriu ao Frei Polycarpo Schuhen, fundador da Congregação das Irmãs Catequistas Franciscanas, que convidasse as Filhas de Maria, para o serviço de Educação e Catequese na região de Rodeio/SC. No entanto, temos muito a aprender com este “gigante” e criativo missionário, pois com seu testemunho de vida, nos impulsiona no compromisso de seguir Jesus Cristo, sendo exemplo de doação na missão.
O chamado o impulsiona – Muito jovem ainda, Frei Modestino, deixa sua terra, seu povo e seus costumes. Com coragem e ousadia, atravessa os mares, em situação precária, própria de sua época e chega em terras brasileiras como um “simples professor”, ainda em formação para a Vida Religiosa Consagrada. No entanto, trazia dentro de si, a grande potência de quem acredita e ama profundamente a Deus e seus irmãos. Faz seus primeiros votos religiosos aqui no Brasil e assim, sela o compromisso com este povo por toda a sua vida. Questiona-me, o porquê Frei Modestino não emitiu os votos religiosos junto a sua família, fez lá uma grande festa, recebeu muitos presentes e só depois, veio para cá. Por que? Podemos dizer que nele ressalta a abertura, a humildade, a confiança abraamica e profética, capaz de doar sua vida jovem, por amor a um povo, que ele ainda não conhecia. Seu testemunho nos impulsiona a deixar o confortável, o já conhecido e nos colocar numa grande abertura de coração para o novo, sempre disposto a aprender com o povo e os seus co-irmãos de congregação. Frei Modestino foi capaz de reconhecer que a vocação como graça, é ser capaz de doar-se inteiramente, respondendo com coragem e ousadia a este chamado. Você jovem, seria capaz de tão grande aventura?
Vocação - Graça e Missão – Frei Modestino, sentia-se profundamente agradecido a Deus, que o chamou à vocação religiosa, por isso dedicava inteiramente sua vida à missão. Ele era comprometido com os mais pobres. Um verdadeiro Franciscano! Em cada lugar que ele chegava, sempre procurava se inteirar daquela realidade e buscar atender às necessidades de maneira criativa. “Em São Francisco do Sul, Frei Modestino gozava da simpatia dos marinheiros. Diariamente ia de lambreta ao cais. A primeira pergunta era: “Há doentes a bordo”? Nunca voltava para a casa sem ter dado bons conselhos aos marinheiros e aos oficiais”. Quando eram casados, apontava com gesto enérgico, a aliança que traziam no dedo” (Irmã Augusta Neotti).
Era um tanto rude no primeiro momento, mas logo em seguida, as pessoas percebiam que ele era extremamente dedicado, buscando todos os recursos e criatividades para responder às necessidades da missão. Seu lema era: “Sentir com a Igreja” (Irma Augusta Neotti). Era dinâmico e acreditava no potencial das juventudes, em especial das mulheres. Graças a sua sugestão, frei Policarpo buscou entre as jovens das comunidades futuras professoras e Catequistas. Cabe ressaltar ainda, que foi Frei Modestino que acompanhou, caminhando a pé, a Amábile Avosani, primeira irmã Catequista, de Rodeio/SC a Aquidabã, hoje Apiúna/SC. Certamente foi ele também que encontrou uma família para acolher a jovem, e ofereceu todo o seu apoio no momento desta decisão. Sua confiança no serviço das jovens mulheres, o motivou também a criar uma Congregação de curta duração, chamada As Martas, cujo carisma era servir.
A bordo de um cargueiro holandês - Sempre manteve amor pela sua vocação e com muita alegria quis realizar a celebração das bodas de diamante em sua terra natal. Já se sentindo debilitado na saúde, mas mantendo seu espirito aventureiro de quem gostava imensamente de viajar, embarca num cargueiro e faz a sua travessia, com muitas dores e sofrimentos, mas aproveitando para registrar num diário seus últimos passos e ao chegar lá ele escreve: “cheguei meio fraco”. Nosso “gigante” missionário é internado às pressas para receber os cuidados médicos necessários e assim partir em paz para a casa do Pai. O povo em sua terra natal construiu uma capelinha, cujo padroeiro é São Modesto em homenagem a este grande homem.
E você, lendo esta história, quais motivações este exemplo de pessoa verdadeira, criativa que muito amou a sua vocação, lhe inspira? “Eu o levaria comigo”, disse Dom Gregório. Vamos levar o seu exemplo de vida, em nossa caminhada!
Texto baseado no livro de irmã Augusta Neotti, Nos Trilhos da História.